terça-feira, 27 de janeiro de 2015

18º Crescer terá caravanas saindo de paróquias de CG com transporte gratuito


Faltando menos de 20 dias para a 18ª edição do Crescer – O Encontro da Família Católica que acontece de 15 a 17 de fevereiro, na casa de shows Spazzio, bairro Catolé, em Campina Grande, caravanas de toda a Paraíba são esperadas no evento.

De acordo com o coordenador de transportes do Crescer, Edvonaldo Araújo, ao público de Campina Grande, o encontro oferece transporte gratuito para quatro caravanas que passarão por doze pontos, cobrindo diversas paróquias da cidade, em diferentes horários do dia. “Os participantes não precisam se preocupar, pois terão transporte para ir ao Spazzio e voltar para casa”, frisou.

Nos pontos pelos quais as caravanas passarão serão colocadas faixas sinalizadoras. “Os transportes estarão disponíveis todos os dias de evento, por isso indico que as pessoas já possam articular os grupos, as famílias”, ressaltou. 

Já para quem vai de carro, o Spazzio dispõe de oito mil vagas de estacionamento. “Além de um espaço bem maior para os veículos, em relação ao disponível no local que sediou o evento anteriormente, contratamos uma empresa de segurança que estará atenta ao estacionamento, durante todo o Crescer”, destacou Edvonaldo.


Horários e locais das caravanas saindo de Paróquias de CG


Caravana 1 – Monte Santo / Bodocongó / Centenário
07h30 / 08h30 / 13h – Comunidade Santo Afonso – Rua Probo Câmara

07h45 / 08h45 / 13h15 – Mercado do Conjunto Severino Cabral

08h00 / 09h / 13h30 – Paróquia São Cristovão



Caravana 2 – Malvinas / Santa Rosa / Liberdade

07h30 / 08h30 / 13h – Comunidade de São Francisco – Rua Jamila Abraão Jorge

07h45 / 08h45 / 13h15 – Em frente à Igreja da Rua do Sol

08h / 09h / 13h30 – Comunidade Santa Filomena (Mercado da Liberdade)



Caravana 3 – Rocha Cavalcante / Presidente Médici / Cruzeiro

07h30 / 08h30 / 13h – Rocha Cavalcante – Próximo a Piscina do Rocha

07h45 / 08h45 / 13h15 – Posto de Gasolina – Próximo a JC Rocha

08h / 09h / 13h30 – Escola Estadual Raul Córdula



Caravana 4 – Palmeira / Monte Castelo / José Pinheiro

07h30 / 08h30 / 13h – Paróquia Nossa Senhora de Fátima

07h45 / 08h45 / 13h15 – Paróquia do Bairro de Monte Castelo

08h / 09h / 13h30 – Paróquia de São José – Bairro do José Pinheiro


Horários de retorno das caravanas até as Paróquias


Caravanas 1, 2, 3 e 4 – do Spazzio para as Paróquias

19h – Domingo, segunda-feira e terça-feira (15, 16 e 17 de fevereiro)



Contato
Rodrigo Apolinário 
(83) 8853-8087

Tem início as posses dos padres transferidos. Confira as datas

Os 17 padres que foram transferidos, segundo Carta Circular divulgada no dia 21 de outubro do ano passado, começaram a tomar posse no último domingo, dia 25. As novas missões como párocos e administradores paroquiais são assumidas com Missas que serão presididas algumas pelo Pe. Assis Soares, Vigário Geral, e algumas pelo bispo diocesano, Dom Manoel Delson. Os vigários paroquiais são apresentados à comunidade presidindo a celebração.

O Pe. Onaldo da Costa tomou posse, no dia 25, como administrador paroquial da Paróquia de São Miguel Arcanjo, em Barra de São Miguel.  Dom Manoel Delson acredita na acolhida das pessoas e afirma que a mudança é necessária e salutar. “Quando mudamos um padre de paróquia sabemos que as pessoas ficam tristes, que vão sentir saudade, mas também sabemos que vão acolher com alegria aquele que virá. E esta mistura de sentimentos nos deixa alegres, de certo modo, porque se choram a saída de um padre, é porque ele vem fazendo um bom trabalho. Mas a mudança é boa, tanto para o padre, como para a vida paroquial”, ressalta o bispo.

Confira as datas das próximas posses:

Dia 01/02/2015 (Domingo) às 16h na Igreja Matriz Santuário do Sagrado Coração de Jesus no Bairro do Catolé na cidade de Campina Grande – Apresentação do Padre Bruno Costa de Medeiros como Vigário Paroquial da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus;

Dia 01/02/2015 (Domingo) às 19h30min na Igreja Matriz de São José na cidade de Juazeirinho – Apresentação do Padre Tobias Glêriston Diniz como Vigário Paroquial da Paróquia de São José;

Dia 02/02/2015 (Segunda-feira) às 19h30min na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima no Bairro da Palmeira na cidade de Campina Grande – Posse do Padre Antonio Nelson da Silva como Pároco e do Padre Luiz Fernandes de Sousa Filho como Vigário Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. Presidente da Celebração: Padre José Assis Pereira Soares (Vigário Geral);

Dia 07/02/2015 (Sábado) às 17h na Igreja Matriz de São Pedro na cidade de Caraúbas – Posse do Padre Gustavo Ferreira de Sousa como Administrador Paroquial da Paróquia de São Pedro. Presidente da Celebração: Padre José Assis Pereira Soares (Vigário Geral)

Dia 08/02/2015 (Domingo) às 19h30min na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário na cidade de Aroeiras – Apresentação do Padre José Marcondes Neves como Vigário Paroquial;

Dia 19/02/2015 (Quinta-feira) às 19h30min na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição na cidade de Cabaceiras – Posse do Padre Jan Joris Rietveld como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e São Bento. Presidente da Celebração: Padre José Assis Pereira Soares (Vigário Geral);

Dia 20/02/2015 (Sexta-feira) às 19h30min na Igreja Matriz do Bom Jesus dos Martírios na cidade de Boa Vista – Posse do Padre João Bosco Felix com Pároco da Paróquia do Bom Jesus dos Martírios. Presidente da Celebração: Padre José Assis Pereira Soares (Vigário Geral);

Dia 21/02/2015 (Sábado) às 19h30min na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição no Distrito de Galante – Posse do Padre Erinaldo Lima Silva como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Presidente da Celebração: Padre José Assis Pereira Soares (Vigário Geral)

Dia 22/02/2015 (Domingo) às 16h na Igreja Matriz Santuário do Sagrado Coração de Jesus no Bairro do Catolé na cidade de Campina Grande – Posse do Padre José Assis Pereira Soares como Pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Presidente da Celebração: Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap (Bispo Diocesano);

Dia 22/02/2015 (Domingo) às 19h30min na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário no Bairro da Prata – Apresentação do Padre Isaías Rodrigues dos Santos com Vigário Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário;

Dia 25/02/2015 (Quarta-feira) às 19h30min na Igreja Matriz de Santa Teresinha na cidade de Massaranduba – Posse do Padre João Paulo Souto Victor como Pároco da Paróquia de Santa Teresinha. Presidente da Celebração: Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap (Bispo Diocesano)

Dia 26/02/2015 (Quinta-feira) às 19h30min na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição na cidade de Sumé – Posse do Padre Claudeci Silva Soares como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Presidente da Celebração: Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap (Bispo Diocesano);

Dia 28/02/2015 (Sábado) às 17h na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo na cidade de Puxinanã – Posse do Padre Haroldo Andrade Silva como Pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo. Presidente da Celebração: Padre Marcio Henrique Mendes Fernandes (Vigário Episcopal especial para a Administração);


Dia 01/03/2015 (Domingo) às 17h na Igreja Matriz Santuário de Nossa Senhora dos Milagres na cidade de São João do Cariri – Posse do Padre Valdir Campelo Cabral como Pároco e do Padre Manoel Cristino Silva das Chagas como Vigário Paroquial da Paróquia de Nossa Senhora dos Milagres. Presidente da Celebração: Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFM Cap (Bispo Diocesano);

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Mensagem do Papa Francisco para o XLIX Dia Mundial das Comunicações Sociais



Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor. O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal que prevê dois Sínodos, um extraordinário – acabado de celebrar – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de Outubro. Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação quer a ver a família dum novo ponto de vista.

Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56). «Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”» (vv. 41-42).

Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que tece com a linguagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação, que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira «escola» de comunicação, feita de escuta e contacto corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe.


Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num «ventre», que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é «o espaço onde se aprende a conviver na diferença» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de géneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las, porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na «língua materna», ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2 Mac 7, 21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder existir e, por nossa vez, gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar, porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, mais em geral, é o paradigma de toda a comunicação.

A experiência do vínculo que nos «precede» faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros.

Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um «sim» pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. «Visitar» supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias.

Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia-a-dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade.

Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém.

Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto, mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer «agora basta»; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade.

Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera, ignorando que «o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo» (BENTO XVI, Mensagem do XLVI Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contacto com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este «início vivo», saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum.

Assim o desafio que hoje se nos apresenta, é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direcção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da comunicação contemporânea. A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto.

No fim de contas, a própria família não é um objecto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma «comunidade comunicadora». Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Neste sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reconhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstracto que se há-de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta que se há-de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível.

A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro.


Vaticano, 23 de Janeiro – Vigília da Festa de São Francisco de Sales – de 2015.

“Jesus subiu ao monte e chamou os que desejava escolher.” (cf. Mc 3,13-19) - Pe José Assis Pereira Soares


O evangelista Marcos narra-nos o chamamento dos apóstolos. Jesus chama para junto de si “os que Ele quer”. Nenhuma profissão é obstáculo para exercer o apostolado; Deus não olha para a vida passada, não exige mais que a correspondência a seu chamado.

O apostolado é obra exclusivamente sua e Ele dá sua graça a quem quer; daí não termos razão alguma para envaidecer-nos, pois o mérito de nossa escolha ou chamado não se fundamenta em nós, mas na sua infinita liberalidade.

Jesus chamou os doze, separou-os, a fim de que o seguissem, a fim de que caminhassem sempre com Ele, a fim de que estivessem e vivessem com Ele e para enviá-los a pregar; e, ao torná-los participes de sua missão, confere-lhes também seus poderes messiânicos e redentores. Talvez atualmente não sejam tão visíveis as obras maravilhosas e prodígios operados pelos discípulos do Senhor Jesus, no entanto são muitas as maravilhas da graça e as do amor que operam nas próprias almas e nas dos outros; e o poder do demônio vai diminuindo à medida que avança o poder do Espírito, impulsionando os verdadeiros discípulos de Jesus em seu apostolado.

O Senhor também chama a cada um de nós pessoalmente para embarcarmos com alegria e generosidade incondicional na grande aventura de seguir os seus passos. Ele tem a iniciativa e cabe a nós querermos colaborar.

A descoberta da vocação pessoal é o momento mais importante da vida de todo cristão. Da resposta fiel a esse chamado divino dependem a felicidade própria e a de muitos outros. Deus cria-nos, prepara-nos e chama-nos em função de um desígnio eterno.
 
A decisão inicial de seguir o Senhor é, porém, a base de muitos outros chamados ao longo da vida. A fidelidade realiza-se dia a dia, normalmente em coisas que parecem de pouca importância, nos pequenos deveres cotidianos, no cuidado em afastar tudo aquilo que possa ferir o que é a essência da própria vida. Não basta preservar a vocação; é preciso renová-la, reafirmá-la constantemente: quando parece fácil e nos momentos em que tudo custa. Com uma certeza teremos sempre a ajuda necessária para sermos fieis. Quanto mais dificuldades, mais graças.

Obrigado, Senhor, por nos chamares a seguir-te, a partilhar a tua vida, os teus sonhos, a tua palavra, a tua missão evangelizadora no meio do nosso ambiente familiar, de trabalho, na escola em todo lugar. (Pe José Assis Pereira Soares)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Não à guerra em nome de Deus – Papa apelou ao fim da violência no Níger

No final da audiência geral desta quarta-feira dia 21 de janeiro o Papa Francisco lançou um apelo pelas vítimas das manifestações violentas no Níger que atingem as comunidades cristãs onde morreram pelo menos 10 pessoas e mais de 40 igrejas foram destruídas:

“Caros irmãos e irmãs,

Gostaria agora de convidar-vos a rezar juntos pelas vítimas das manifestações destes últimos dias no amado Níger. Invoquemos do Senhor o dom da reconciliação e da paz, porque nunca o sentimento religioso se torne ocasião de violência, de prepotência e de destruição. Não se pode fazer a guerra em nome de Deus. Desejo que o mais depressa possível se possa restabelecer um clima de respeito recíproco e de pacífica convivência para o bem de todos.”

Entretanto também o arcebispo Dom Savio Hon Tai-Fai, Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, enviou uma mensagem de proximidade e solidariedade aos agentes pastorais e aos fiéis da Igreja Católica no Níger depois dos recentes graves episódios de violência que resultaram em igrejas e conventos assaltados e incendiados, e uma dezena de mortos.

"A Congregação para a Evangelização dos Povos tomou conhecimento, com profunda tristeza, o saque sistemático de que foram objecto as igrejas cristãs, especialmente as católicas, no vosso país", lê-se na mensagem. "Seguindo com particular atenção e grande preocupação a situação em que vos encontrais desde o fim da semana passada, a Congregação para a Evangelização dos Povos, diante das enormes perdas registadas e a desolação causada pelos eventos destes dias, quer exprimir a sua proximidade espiritual, a sua comunhão e a sua solidariedade”.

"A Congregação - continua a mensagem – vos garante a sua preocupação e as suas orações pelas vítimas desta situação de violência e pelas suas famílias. Além disso, apela para o sentido de responsabilidade das autoridades políticas, civis e militares, para que através das vias de diálogo se empenhem a restaurar a paz e pôr um fim definitivo à violência contra os cristãos”.

Il messaggio si conclude ricordando le parole del Santo Padre Francesco: “non si può assolutamente causare la morte e la sofferenza in nome di Dio, né giustificare la violazione delle libertà fondamentali della persona umana”. (SL) (Agenzia Fides 21/1/2015)


A mensagem termina recordando as palavras do Papa Francisco, "não se pode, absolutamente, causar a morte e sofrimento em nome de Deus, nem justificar a violação das liberdades fundamentais da pessoa humana" 

Papa: economia do descartável é causa da pobreza não as famílias numerosas

Quarta-feira, 21 de janeiro, audiência geral do Papa Francisco na Sala Paulo VI. Tema da catequese: a recente Viagem Apostólica ao Sri Lanka e Filipinas. O Santo Padre recordou a visita a estes dois países que, em tempos recentes, viveram grandes tribulações e necessitam da força e solidariedade de todos no seu caminho de reconstrução social e material. O Sri Lanka rejubilou com o seu primeiro santo – S. José Vaz –, cujo exemplo de santidade e amor ao próximo continua a inspirar a Igreja no seu serviço de caridade e promoção humana aberto a todos os necessitados sem distinção de religião ou grupo social. Em particular o Santo Padre encontrou-se com os vários líderes religiosos daquele país:

“O meu encontro com os expoentes religiosos foi uma confirmação das boas relações que existem entre as várias comunidades. Em tal contexto quis encorajar a cooperação já iniciada entre os seguidores das diferentes tradições religiosas, também com o fim de poder curar com o bálsamo do perdão todos os que ainda estão aflitos pelos sofrimentos dos últimos anos.”

O Papa Francisco referiu-se depois ao objetivo principal da sua visita às Filipinas que era levar conforto e encorajamento às populações que atingidas pelo tufão Yolanda. E salientou em especial o seu encontro com as famílias e com os jovens:

“Os encontros com as famílias e com os jovens em Manila, foram momentos salientes da visita nas Filipinas. As famílias sãs são essenciais à vida da sociedade. Dá consolação e esperança ver tantas famílias numerosas que acolhem os filhos como um verdadeiro dom de Deus. Eles sabem que cada filho é uma bênção. Ouvi dizer que as famílias com muitos filhos e o nascimento de tantas crianças estão entre as causas da pobreza. Parece-me uma opinião simplista. Posso dizer que a causa principal da pobreza é um sistema económico que tirou a pessoa do centro e aí colocou o deus dinheiro; um sistema económico que exclui e que cria a cultura do descartável em que vivemos. Evocando uma vez mais a figura de S. José, que protegeu a vida do “Santo Niño”, tão venerado naquele país, recordei que ocorre proteger as famílias, que enfrentam diversas ameaças, para que possam testemunhar a beleza da família no projeto de Deus. É preciso também defendê-las das novas colonizações ideológicas que atentam à sua identidade e à sua missão.”

O Papa Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa:

Com sentimentos de grata estima, vos saúdo, caríssimos peregrinos de língua portuguesa, pedindo a vossa solidariedade espiritual e material em favor das populações duramente provadas do Sri Lanka e das Filipinas. Isto faz parte daquele «diálogo da caridade» que visa a plena comunhão de todos os filhos de Deus, como nos recorda nestes dias o Oitavário de Oração pela unidade dos cristãos. Sobre vós e vossas famílias desça a Bênção do Senhor.

No final da audiência geral o Santo Padre lançou um apelo pelas vítimas das manifestações violentas no Níger que atingem as comunidades cristãs onde morreram pelo menos 10 pessoas e mais de 40 igrejas foram destruídas:

“Caros irmãos e irmãs,

Gostaria agora de convidar-vos a rezar juntos pelas vítimas das manifestações destes últimos dias no amado Níger. Invoquemos do Senhor o dom da reconciliação e da paz, porque nunca o sentimento religioso se torne ocasião de violência, de prepotência e de destruição. Não se pode fazer a guerra em nome de Deus. Desejo que o mais depressa possível se possa restabelecer um clima de respeito recíproco e de pacífica convivência para o bem de todos.” O Papa Francisco a todos deu a sua bênção! (RS) (Radio Vaticano.)

“Jesus olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eles eram duros de coração.” (cf. Mc 3,1-6)


Jesus numa sinagoga, encontrou um homem que tinha uma mão paralisada. Todos o observavam para ver se o curava em dia de sábado. O Senhor pede ao homem que se coloque no meio, para que todos o possam ver bem. E diz: “É licito em dia de sábado fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou perde-la?”... E disse ao homem: “Estende a tua mão”. Ele estendeu-a e ficou curada. (Cf. Mc 3,1-6)

Aquele homem, deficiente, enche-se de confiança em Jesus e manifesta a sua fé pela rapidez com que o obedece e faz aquilo que sabia muito bem que não podia fazer: estender a mão. A sua confiança no Senhor fez o milagre. 

Com esta ação misericordiosa para com o doente, Jesus quis ensinar-nos que nada há, nem deve haver, que possa prevalecer sobre a lei do amor e da misericórdia.

Quando lemos no evangelho que ”Jesus ficou cheio de ira e tristeza”, não podemos senão perguntar-nos se agora Jesus está entristecido, ou pelo menos em algumas ocasiões sentir-se-á entristecido perante a conduta de seus discípulos? Você pensou alguma vez o que implica este fato de Deus estar entristecido? E pensou que Deus pode estar entristecido por sua causa?

Porque sem duvida nenhuma quando apresentamos a Deus um coração duro e rebelde, insensível e frio, estamos pondo todos os fatores que fizeram com que Jesus se sentisse magoado e, apesar de sua misericórdia infinita, olhará com magoa os fariseus.
Como é importante é colocar-se na presença de Deus com um coração dócil disposto à bondade, capaz de oferecer compreensão e amor! Neste caso, Jesus não somente não fica irado, nem se entristece, mas se alegra, ao contemplar em nós um coração “manso e humilde” (Mt 11,29) como o seu. (Pe. Jose Assis Soares)

sábado, 17 de janeiro de 2015

Homilia feita por Pe. Paulo Sérgio - Batismo do Senhor - 11/01/2015

Vim dizer-vos que Jesus não vos abandona - Papa em Tacloban


Num imenso terreno em frente do Aeroporto de Tacloban, destruído, tal como toda a cidade, a 4 de Novembro de 2013, pelo maior tufão até hoje conhecido, o Papa celebrou Missa perante centenas de milhares de fiéis dessa região central do arquipélago filipino. 

Assim como os outros concelebrantes e os fiéis, foi coberto por uma capa de chuva amarela que o Papa presidiu a essa Missa. Uma Missa excepcionalmente tocante; emoção acentuada pela aproximação da tempestade tropical à região (fustigada por uma chuva intensa e forte vento). 

O Papa pediu desculpas por pronunciar a sua homilia em espanhol, deixando de lado o texto inicialmente previsto em inglês. Vou-vos confiar uma coisa – disse o Papa falando de todo o coração: logo que vi a catástrofe Iolanda a partir de Roma, senti que devia vir aqui. 

E o Papa foi direito ao centro da sua mensagem: vim dizer-vos que o Senhor não vos abandona, não vos deixa cair – exclamou, traduzido em inglês, para os fiéis, por um prelado da Secretaria de Estado do Vaticano. Cristo passou por todas calamidades que experimentamos; passou por todas as provações, exclamou o Pontífice. E é por isso que é capaz de nos perceber e chorar connosco, de nos acompanhar nos momentos mais difíceis mais difíceis da vida. Ao pé da Cruz estava a sua mãe – continuou o Papa – convidando os fiéis a pegar Nossa Senhora nas mãos e a chamá-la Mãe, assim como quando uma criança tem medo pega nas mãos da mãe. 

Depois o Papa Francisco rezou em silêncio com os milhares de fiéis reunidos sob a chuva. A meio da Missa abraçou diversos sobreviventes do tufão que levaram as ofertas ao altar. 

No fim da celebração, deu graças a Deus, pedindo-lhe, de modo particular, para dar esperança aos fiéis e, depois, trazendo sempre a capa de chuva amarela de plástico, o Papa atravessou a multidão em “papamobile” protegido apenas por um tecto e uma tela de plástico. (Radio Vaticano)

O comovente encontro de Francisco com as crianças de rua filipinas

Mais uma mudança de planos durante a visita de Francisco nas Filipinas. Hoje, em Manila, logo depois da Missa com o clero na Catedral da Imaculada Conceição, o Pontífice visitou, ao lado, o centro da Fundação Anak Tnk, uma fundação católica que se encarrega da acolhida e da recuperação de crianças de rua, para tirá-las das realidades de pobreza, prostituição e abandono.

O centro abriga atualmente cerca de 300 crianças, tentando dar-lhes um futuro diferente e de compensar as deficiências do sistema educacional filipino. O Papa quis tocar com a mão essa triste realidade do país (fala-se que existem centenas de milhares de crianças sozinhas pelas ruas, que terminam muitas vezes recrutadas por gangues criminosos). Entre abraços e piadas, mas também lágrimas, o Santo Padre ficou por cerca de meia hora com os pequenos e os voluntários, fora do programa planejado.

De fato, o Papa tinha entrado só para dar uma benção, disse a alguns jornalistas o cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, presente no encontro. Mas, as “crianças se apertavam ao seu redor, buscavam sussurrar no seu ouvido as suas histórias, tinham preparado para ele alguns pequenos presentes” e Francisco não conseguia mais sair.

Uma grande emoção, então, que o Papa Bergoglio quis, em seguida, compartilhar com cerca de 20 milhões de pessoas reunidas no “Mall of Asia Arena” para o encontro com as famílias. “Fiquei comovido no coração, depois da missa, quando visitei as crianças sozinhas, sem família - confessou - quantas pessoas trabalham na igreja para dar-lhes uma família, isso significa seguir adiante profeticamente, mostrar o que significa uma família, uma abundância de dons para oferecer com caridade".


Também de surpresa, o Papa foi ontem à noite na Nunciatura Apostólica de Manila, onde cumprimentou 40 companheiros jesuítas, em uma reunião - descrita por algumas testemunhas - "densa". (www.zenit.org)

A cura do Paralitico - Pe José Assis Soares



“Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralitico: Filho, os teus pecados estão perdoados... Levanta-te, pega a tua cama e anda.” (cf. Mc 2,1-12) .O relato da cura do paralítico, que nos narra São Marcos, é tão rico em detalhes que à medida que o escutamos ou lemos nos introduzimos quase fisicamente na cena.

Quatro homens que não se detém diante da dificuldade e, saltando os obstáculos, conseguem por diante de Jesus seu amigo paralítico para que o cure. Jesus ficou admirado com a fé e a audácia destes homens. E por eles, e pela humildade do paralítico que se tinha deixado ajudar, realizou um grande milagre: o perdão dos pecados do enfermo e a cura de sua paralisia.

O paralítico representa toda pessoa cujos pecados ou ignorância as impedem de chegar até Deus. Os amigos que levam o enfermo até o Senhor são um exemplo vivo do apostolado que deve viver todo cristão e, especialmente os que receberam este ministério na Igreja. Ajudar as pessoas a encontrar e chegar perto de Jesus tem que ser missão de todo cristão e missão da Igreja. Para isso não deve haver obstáculo nem inconvenientes que impeçam. Muitas vezes temos que vencer nossa acomodação porque temos que carregar os paralíticos e suas macas. 

Descer uma cama pelo telhado é uma loucura, mas era a única forma possível de chegar ao Mestre. Mas, o mais importante, é de onde se tira força para a missão ou apostolado, é a fé. Se de verdade cremos que a única coisa que necessitam as pessoas para curar-se é encontrar-se com Jesus, e confiamos que Ele o pode fazer, nada poderá deter-nos. Procure hoje falar de Jesus Cristo pelo menos a três pessoas, seja seu apóstolo e sua testemunha com sua Palavra e com o exemplo de sua vida.

HOMÍLIA DO SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM - Pe Paulo Sergio Gouveia


No evangelho de hoje encontramos Jesus e os seus primeiros discípulos. Eram discípulos de João Batista, mas depois que este revelou que Jesus era o Cordeiro de Deus, eles resolveram segui-lo. João aponta Jesus como o Cordeiro de Deus, e como Cordeiro de Deus o Mestre atrai os seus primeiros seguidores. No livro do Apocalipse vamos encontrar “uma grande multidão que segue o Cordeiro para onde ele for”. 

Mas o que significa ser Cordeiro? Voltemos ao Antigo Testamento, mais precisamente no livro do Gênesis capitulo vinte e dois. Ali se descreve o sacrifício que Abraão faz do seu filho Isaac. O menino leva a lenha, o pai a faca e o fogo, no caminho Isaac pergunta: “Onde está o Cordeiro para o sacrifício, meu pai?” Abraão respondeu: “Deus providenciara, meu filho”. A pergunta de Isaac é respondida dezoito séculos depois por João Batista: o Cordeiro para o sacrifício é Jesus e não Isaac. 

Seguir Jesus, eis o nosso desafio, segui-lo como Cordeiro, isto é, segui-lo na simplicidade e no sacrifício da cruz eis a nossa grandeza. Seguir Jesus é permanecer com Ele, é estar com Ele, é participar da sua vida. Todos nós pelo batismo nos tornamos seguidores de Jesus, mas este seguimento precisa ser aprendido no cotidiano. Vejamos o exemplo de Samuel: ele morava no Templo, mas ainda não conhecia o Senhor, a Palavra de Deus não se lhe tinha manifestado. Exemplo de muitos de nós que mesmo sendo templos de Deus pelo batismo ainda não temos uma convivência com o Senhor, não nos sentimos seus discípulos. 

O inicio do discipulado é a escuta da Palavra: “Fala Senhor que teu servo escuta”. Tudo começa pela Palavra, pelo questionamento que o Senhor nos faz. Porém, só seremos discípulos de verdade quando a exemplo de Samuel “não deixarmos cair nenhuma Palavra de Deus”. Acolher seus ensinamentos e tê-lo como nosso Mestre. 

Seguir Jesus em última instância é fazer o que ele fez “Meu alimento é fazer a vontade do Pai”. E dizer que o nosso alimento é fazer a vontade de Deus é perceber que cada intervenção de Deus em nossa vida será o nosso alimento apropriado. Muitas vezes a vontade divina nos parece rude, embaraçante, incompreensível. Projetos caídos por terra, dificuldades a todo o momento: por que intervém Deus desta maneira? É o mistério da conduta providencial de Deus e nestes momentos como é difícil aceitar estas realidades. É a forma com que Jesus faz discípulos.

Na carta aos Hebreus encontramos “é para a vossa correção que sofreis”. É a pedagogia de Deus, ele nos ensina corrigindo. Mas o discípulo de Jesus com a intuição da fé percebe que estas contrariedades não passam de uma manifestação amorosa de Deus. Esta vontade divina que se manifestou neste acontecimento, nesta contrariedade, que feriu o nosso coração, Deus em sua sabedoria considerou que isto era necessário para o nosso adiantamento, o nosso crescimento como discípulos.
 
Tomemos como exemplo Santo Inácio, bispo de Antioquia, preso, condenado é enviado de Antioquia para Roma para ser comido pelas feras e nesta situação o santo percebe o dedo de Deus, a pedagogia divina. Depois de oitenta e quatro anos servindo ao Senhor, Inácio diz que “somente agora começo a ser discípulo”. Na convivência com as feras é que eu entendi o que significa seguir o Cordeiro de Deus. Se o Cordeiro foi imolado, o discípulo também o será. O verdadeiro discípulo se torna testemunha. 

Mas por que, mesmo diante disso tudo, seguir Jesus? Jesus é o Verbo eterno, é a Palavra do Pai sobre a terra, é a ciência e a sabedoria. Em Jesus vai nos dizer São Paulo “estão todos os tesouros da ciência e da sabedoria”. Aconteça o que acontecer nada é mais vantajoso para o homem do que seguir Jesus e permanecer com ele. E em Jesus o homem encontra tanta felicidade que não se contendo transmite a verdade para os outros.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Em celebração do Batismo do Senhor, na Catedral de Campina, Pe Luciano fala da importância do batismo para os católicos


O Padre Luciano Guedes da Silva, pároco da Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande, destacou neste domingo (11) a importância do Batismo para os católicos. Foi durante a celebração que marcou o Batismo do Senhor – logo após o domingo da Epifania do Senhor. “O Batismo encerra as festas da manifestação do Senhor. Encerramos, assim, o ciclo do Natal”, disse Pe Luciano.

O pároco falou, em sua homilia, sobre o trecho do Evangelho da Liturgia da Palavra deste domingo (Marcos 1, 7-11), que retrata o Batismo de Jesus, no rio Jordão. “Jesus, sem ter nenhuma mancha de pecado, quis se submeter a esse ritual; Ele, que é a vida verdadeira, a Palavra feita carne, a luz, não tinha necessidade do batismo. Como disse Santo Agostinho, ‘para mostrar a nós a necessidade da salvação Cristo deixa-se mergulhar no rio Jordão para proclamar a sua necessidade’”.

Padre Luciano Guedes prosseguiu falando da importância do Batismo para os católicos. “No dia do nosso batismo recebemos a graça do Nosso Senhor Jesus Cristo. Pelo batismo, nos tornamos filhos de Deus também. Essa é a nossa maior dignidade, o maior título que podemos ter junto ao povo de Deus: o batismo”.

Para ele, ser filho de Deus “é o fundamental, é o mais importante, é o que nos torna dignos de ser igreja”. O pároco da Catedral de Campina Grande lembrou que, através do batismo, nós recebemos “a graça da filiação divina” e fez questão de frisar que a grande missão dos padrinhos é levar os afilhados ao caminho do céu. “Eis a grande responsabilidade dos padrinhos e madrinhas”.

Destacando que a partir do batismo passamos a fazer parte a grande família cristã, Pe Luciano Guedes reforçou que, na igreja, não podemos ser cristãos isolados. “Pelo batismo nos tornamos verdadeiramente filhos da igreja. Pelo batismo somos todos chamados à santidade, à santificação pessoal”.

E finalizou sua homilia conclamando os fiéis a rezar pelos que não colocaram em prática os preceitos do batismo. “Há tanta gente batizada pela igreja que vive apagada da luz de Deus, esquecida de sua vocação profética e missionária. Rezemos por estas luzes que estão mais fraquinhas, no meio de nós;, rezemos para que a força do nosso batismo se faça sentir e perceber no meio de nós”.

Ainda durante a celebração, os fiéis foram abençoados com a água santa do batismo e puderam renovar as promessas batismais.

Do Blog Carlos Magno, com Pascom – Catedral

sábado, 10 de janeiro de 2015

Só o Espírito Santo abre o nosso coração tornando-o dócil a Deus e à liberdade Papa Francisco

Esta foi a mensagem principal do Papa Francisco na Missa em Santa Marta na ultima sexta-feira dia 9 de janeiro. Uma sessão de yoga não poderá ensinar um coração a “sentir” a paternidade de Deus, nem um curso de espiritualidade zen o tornará mais livre de amar. Somente o Espírito Santo tem este poder. Na sua homilia, o Papa Francisco inspirou-se no episódio da liturgia do dia retirado do Evangelho de Marcos: a multiplicação dos pães e o assombro dos discípulos ao verem Jesus caminhar sobre as águas. Os apóstolos “não entenderam o milagre dos pães porque o coração deles estava endurecido” – afirmou o Papa Francisco.

Vida dura e muros de proteção 
“Construir um mundo em si mesmo, fechado. Em si mesmo, na sua comunidade ou na sua paróquia, mas sempre fechamento. E o fechamento pode girar em torno de tantas coisas: pensemos no orgulho, na suficiência, pensar que eu sou melhor que os outros, inclusive a vaidade! Existem o homem e a mulher-espelho, que estão fechados em si mesmos por olharem continuamente para si mesmos. Esses narcisistas religiosos! Mas têm o coração duro, porque estão fechados, não estão abertos. E tentam defender-se com esses muros que constroem ao seu redor”.

A segurança da prisão
Há também quem se esconda atrás da lei, seguindo “literalmente” o que os mandamentos estabelecem. Neste caso – observou o Santo Padre – o que endurece o coração é um problema de “insegurança”. E quem busca solidez no ditado da lei sente-se seguro como ‘um homem ou uma mulher na cela de uma prisão atrás das grades: é uma segurança sem liberdade’. O contrário daquilo que Jesus nos trouxe, ou seja, a liberdade – afirmou o Papa Francisco:

“O coração, quando endurece, não é livre e se não é livre é porque não ama: assim terminava o Apóstolo João na primeira leitura. O amor perfeito expulsa o temor: no amor não há temor, porque o temor supõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Não é livre. Tem sempre o temor de que aconteça algo de doloroso, triste, que me faça ir mal na vida ou arriscar a salvação eterna ... São tantas as imaginações, porque não ama. Quem não ama não é livre. E o seu coração estava endurecido, porque ainda não aprendeu a amar”.

O Espírito torna-nos livres e dóceis
Então, “quem nos ensina a amar? Quem nos liberta dessa dureza?” – pergunta o Papa Francisco. Esta é a sua resposta: “Somente o Espírito Santo”.

“Você pode fazer mil cursos de catequese, mil cursos de espiritualidade, mil cursos de yoga, zen, e todas essas coisas. Mas tudo isso nunca vai ser capaz de lhe dar a liberdade de filho. Somente o Espírito Santo move o seu coração para dizer 'Pai'. Somente o Espírito Santo é capaz de afastar, de quebrar essa dureza de coração e tornar um coração macio ... Não sei, eu prefiro a palavra... “dócil”. Dócil ao Senhor. Dócil à liberdade do amor”.

HOMÍLIA DA SOLENIDADE DO BATISMO DO SENHOR - Pe Paulo Sergio


Neste domingo estamos encerrando as festividades do Natal celebrando o batismo do Senhor. O Filho de Deus humanado vai ao encontro de João, a beira do Rio Jordão, para, entrando na fila dos pecadores, receber o batismo. Jesus foi receber o batismo e quis que o seu corpo fosse lavado nas águas. Mais um ato humilhante do Filho de Deus, mas não esqueçamos que a cada ato de humildade é manifestada a glória e a grandeza do amor de Deus. A glória de Deus se manifesta em sua pequenez. 

O Senhor faz-se semelhante ao servo; aquele que é sem mancha, o “Santo de Deus” vem ao servo, para se submeter a um rito destinado a pecadores, que se reconhecem como tais. A humildade da infância era de fraqueza e de dependência; a humildade de Jesus quando de seu batismo, é um abismo mais insondável ainda. Não somente o Filho de Deus se fez semelhante a nós, na carne, mas nesse dia, ele quer ainda fazer-se semelhante a nós, até na aparência do pecado. 

Mas por que Cristo foi batizado? Aprendemos neste tempo do natal que esta criança que nasceu é uma Pessoa divina que assumiu uma natureza humana se tornando verdadeiro homem. Esta humanidade que está unida ao Verbo de Deus foi assumida por Ele e como que divinizada, isto é, participa como nenhum outro homem da vida divina, da vida no Espírito. Por isso que São Cirilo de Alexandria afirma que “Cristo recebeu o Espírito Santo enquanto homem e enquanto convinha ao homem recebê-lo”. Esta humanidade que já esta repleta do Espírito desde o momento da concepção recebe a plenitude do Espírito. Como diz Santo Ambrósio “O Espírito leva a plenitude o que já está pleno”. 

Só que o Filho de Deus assumiu a humanidade não apenas para divinizar o homem que estava unido a ele, mas para fazer participantes da natureza divina todos os homens. São Cirilo diz: “Com efeito, toda a natureza humana se encontra em Cristo enquanto homem. Assim o Pai dá ao Filho seu próprio Espírito, a fim de que em Cristo também nós o recebamos”. 

Já São Máximo, o Confessor, afirma: “Cristo foi batizado não para ser santificado pelas águas, mas para santificá-las e para purificar as torrentes com o contato de seu corpo. A consagração de Cristo é, sobretudo a consagração da água. Assim quando o Salvador é lavado todas as águas ficam puras para o nosso batismo; a fonte é purificada para que a graça batismal seja concedida aos povos que virão depois. Cristo nos precede no batismo para que os povos cristãos sigam confiantemente o seu exemplo”.  

Na realidade o Filho de Deus não recebeu o batismo para si mesmo, nem somente para ser investido de sua missão messiânica, com efeito, esse Espírito que é seu, nos é dado nele e por ele. Cristo recebeu o Espírito para nós. Eis a grandeza do mistério. Nada que o Filho de Deus fez neste mundo o fez para ele e sim para ser difundido em todos nós.  No batismo de Jesus os céus se abriram isto é, houve a renovação do homem e do mundo. Fez-se a reconciliação do visível com o invisível. A Trindade se manifestou, o Pai aponta o Filho como único caminho que salva o homem. O Pai da imortalidade enviou ao mundo seu Filho imortal, seu Verbo que veio aos homens para purificá-los na água e no Espírito; e a fim de gera-los novamente pra a incorruptibilidade.

Agora todos são chamados a descer as águas do batismo. Quem o faz renuncia ao demônio e entrega-se a Cristo; renega o inimigo e proclama que Cristo é Deus; renuncia à escravidão e reveste-se da adoção filial; sai do batismo, resplandecente como o sol, irradiando justiça; e mais que tudo isso tornar-se filho de Deus e herdeiro com Cristo.(Pe Paulo Sergio)

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mensagem do Ângelus na solenidade da Epifania do Senhor


Aos cinco mil fiéis e peregrinos congregados na Praça de S. Pedro, vindos de todos os cantos do mundo para assistir a oração mariana do Ângelus neste dia da solenidade da Epifania do Senhor o Papa Francisco começou por recordar que <<hoje solenidade da Epifania a Igreja celebra a memória da chegada dos Reis Magos ao Oriente para adorar o recém-nascido Rei dos Judeus e Salvador do mundo e oferecer-lhe os dons simbólicos>>.

Com o seu gesto de adoração, prosseguiu o Papa, os Magos testemunharam que Jesus veio ao mundo para salvar não só um povo mas todos os povos. Por conseguinte, com a festa hodierna o nosso olhar se alarga para o mundo inteiro para juntos celebrarmos a “manifestação” do Senhor à todos os povos, isto é a manifestação do amor da salvação universal de Deus.

Deus, de facto não reserva o seu amor à alguns privilegiados, em detrimento dos outros. Mas o ofereço-o à todos. Como de Todos Ele é o Criador e o Pai, assim também quer ser salvador de todos. É por isso, disse o Papa, que somos chamados a alimentar sempre grande confiança e esperança em relação à cada pessoa e sobre a possibilidade da sua salvação: também aqueles que nos parecem longe do Senhor são seguidos, “perseguidos” pelo seu amor apaixonado e fiél.

A narração evangélica dos Magos, disse ainda o Papa, descreve a sua viagem para o Oriente como uma viagem da alma, como um caminho em direcção ao encontro com Cristo. Eles são atentos aos sinais que indicam a presença; são infatigáveis em enfrentar as dificuldades da busca; são corajosos em tirar lições da vida derivada do seu encontro com o Senhor.

<<A experiência dos Magos evoca o caminho de cada homem em direcção à Cristo. Como para os Magos, também para nós procurar Deus quer dizer caminhar, fixar o céu tentando descobrir no sinal visível da estrela, o Deus invisível que fala ao nosso coração. A estrela capaz de guiar cada homem para Cristo é a Palavra de Deus: essa é luz que orienta o nosso caminho, alimenta e regenera a nossa fé>>.

De facto, prosseguiu o Papa Francisco, é a Palavra de Deus que renova continuamente os nossos corações, e as nossas comunidades. Por isso, advertiu, o Papa Francisco, não esqueçamos de ler e meditar quotidianamente a Palavra de Deus, por forma a que ela possa tornar numa luz que ilumina os nossos passos e também os passos vitais de todos aqueles que diáriamente caminham ao nosso lado.

Finalmente o Santo Padre manifestou a sua aproximação e uma saudação aos irmãos e irmãs do Oriente, católicos e ortodoxos que celebram amanhã, dia 7 de Janeiro a festa do Natal do Senhor. Ao mesmo tempo o Papa Francisco recordou aos presentes que hoje  se celebra também a Jornada Mundial da Infância Missionária. <<É, disse o Papa, a festa das crianças que vivem com alegria o dom da fé e rezam para que a luz de Jesus chegue à todas as crianças do mundo>>. E a todos, o Papa convidou a apresentar a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, os bons propósitos, pedindo para que ela possa difundir no mundo inteiro o Evangelho de Cristo, Lumen Gentium, luz de todos os povos.


Depois do Angelus o Papa dirigiu aos 50 mil fiéis e peregrinos reunidos na Praça de S. Pedro uma cordial saudação e de modo particular à procissão histórico-folcrorística que este ano é dedicado aos territórios das Comunas italianas de Segni, Artena, Carpineto Romano e  Gorga. E o Papa concluiu com os votos de um bom domingo e bom almoço para todos.( Fonte; Radio Vaticano)

A “Festa de Reis” ou “Epifania” - Pe. Jose Assis Pereira Soares

Como podemos interpretar a misteriosa figura evangélica dos Magos? Quem são eles e até que ponto a sua é a nossa “viagem”, o seu é também o nosso itinerário de fé? Os Magos possuíam certo conhecimento e poderes sobrenaturais, interpretavam sonhos e eram dedicados à astrologia; não eram reis ou sábios. Eram originariamente membros da classe sacerdotal persa. Chegados a Jerusalém os Magos perguntaram: “Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos sua estrela surgir no Oriente e viemos homenageá-lo” (Mt 2,1-2), essa “estrela” se converteu em sinal do novo rei apenas nascido e lhes guia ao lugar onde está o Menino: “Eles revendo a estrela, alegraram-se imensamente. Ao entrar na casa, viram o Menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o homenagearam” (Mt 2,10-11).

Não é errado pensar, que o que os magos realizaram, com sua viagem, foi um autêntico caminho de fé. No começo de um caminho há sempre um sinal que pode ser visto ali onde toda pessoa vive ou trabalha. Os Magos perscrutaram o céu, interrogaram os astros; para a Bíblia o céu é a sede da divindade e dali tiveram um sinal: uma estrela. Os Magos descobrem e adoram Jesus aquele que haviam com tanta ânsia buscado. Eles representam todos os que buscam a Verdade, prontos a viver a existência como um caminho até o encontro com a luz que vem do alto. O ícone dos Magos não cessou de prolongar-se nos vinte séculos do cristianismo, e hoje inclui todos os não cristãos que buscam, no claro-escuro de suas crenças, o único Deus verdadeiro e seu Filho Jesus Cristo.

A “Festa de Reis” ou “Epifania” (manifestação, aparição de Deus) nos mostra Deus e o ser humano em permanente caminhar, em estado de “peregrinação” – isto é, em movimento, num movimento de busca, de pesquisa, muitas vezes um pouco confusa que, definitivamente, tem o seu ponto de chegada em Cristo. Mesmo se algumas vezes a estrela se esconde. Ao mesmo tempo, mostra-nos Deus que por sua vez, está em peregrinação, em direção ao ser humano. 

Os Magos encontram Jesus porque têm em seu coração fortes questionamentos. A experiência do encontro com Jesus é verdadeiramente, uma provocação para a evangelização e para a Igreja em todos os tempos: se impõe em sua catequese a necessidade de diálogo, não privilegiar uma postura feita de certezas ou preocupada por oferecer respostas pré-fabricadas, mas, despertar nas pessoas perguntas significativas sobre questões cruciais para a humanidade. Confesso que tenho medo do crente que tem resposta a tudo e que não tem nenhum questionamento, “a fé não elimina as perguntas. Um crente que nada se perguntasse, acabaria enrijecendo. Por isso, não são perguntas fictícias, mas tipos de perguntas que eu também deveria fazer a mim mesmo. mas essas perguntas são feitas por dentro do abandono confiante, que está na base da fé. Nesse abandono confiante, elas não são simplesmente afastadas, mas de alguma forma recolhidas e entendidas”. (Bento XVI) 

No itinerário de nossa fé, a resposta a tantos questionamentos que nos fazemos, como nos ensina a experiência dos Magos, não nos é dada pelo conhecimento intelectual ou saber acerca do conteúdo das Escrituras, como no caso dos seus interpretes escribas ou doutores da lei, mas em acercar-se a ela guiado pelo anseio, pela pergunta. Para os Magos aquela indicação contida nas Escrituras Sagradas foi iluminadora para cumprir a última etapa do seu caminho: Belém. Também a Palavra de Deus lhes permitiu ver nos simples e humildes sinais de uma casa, de um Menino com sua mãe, o rei dos judeus, o esperado de Israel. Deixemo-nos iluminar por Jesus, sua luz e verdade e arrebatar-nos pelo seu amor em nosso peregrinar de fé o encontremos, Ele que é Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6).(Pe. Jose Assis Pereira Soares)

sábado, 3 de janeiro de 2015

Papa Francisco: Cristo e a sua Mãe, Cristo e a Igreja são inseparáveis

Com uma Basílica de S. Pedro repleta de fiéis, o Papa Francisco celebrou esta manhã a santa missa por ocasião da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e do quadragésimo oitavo Dia Mundial da Paz – 01 de janeiro de 2015

Na sua homilia, o Papa Francisco iniciou dizendo que <<hoje voltam à mente as palavras com que Isabel pronunciou a sua bênção sobre a Virgem Santa: «Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 42-43). Esta bênção disse o Santo Padre, está em continuidade com a bênção sacerdotal que Deus sugerira a Moisés para que a transmitisse a Aarão e a todo o povo: «O Senhor te abençoe e te guarde! Por conseguinte, ao celebrar a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a Igreja recorda-nos que Maria é a primeira destinatária desta bênção. N’Ela tem a sua realização perfeita: na verdade, mais nenhuma criatura viu brilhar sobre si a face de Deus como Maria, que deu uma face humana ao Verbo eterno, para que todos nós O pudéssemos contemplar.

E, para além de contemplar a face de Deus, podemos também louvá-Lo e glorificá-Lo como os pastores, que regressaram de Belém com um cântico de agradecimento depois de ter visto o Menino e a sua jovem mãe (cf. Lc 2, 16). Estavam juntos, como juntos estiveram no Calvário, porque Cristo e sua Mãe são inseparáveis: há entre ambos uma relação estreitíssima, como aliás entre cada filho e sua mãe.

Maria está assim tão unida a Jesus, porque recebeu d’Ele o conhecimento do coração, o conhecimento da fé, alimentada pela experiência materna e pela união íntima com o seu Filho. A Virgem Santa é a mulher de fé, que deu lugar a Deus no seu coração, nos seus projectos; é a crente capaz de individuar no dom do Filho a chegada daquela «plenitude do tempo» (Gl 4, 4) na qual Deus, escolhendo o caminho humilde da existência humana, entrou pessoalmente no sulco da história da salvação. Por isso, não se pode compreender Jesus sem a sua Mãe.

Igualmente inseparáveis são Cristo e a Igreja, e não se pode compreender a salvação realizada por Jesus sem considerar a maternidade da Igreja. Mas também não é possível «amar a Cristo, mas sem amar a Igreja, ouvir Cristo mas não a Igreja, ser de Cristo mas fora da Igreja» (Ibid., 16) recordou o Papa Francisco citando o beato Papa Paulo VI. Na verdade, é precisamente a Igreja, a grande família de Deus, que nos traz Cristo. A nossa fé não é uma doutrina abstracta nem uma filosofia, mas a relação vital e plena com uma pessoa: Jesus Cristo, o Filho unigénito de Deus que Se fez homem, morreu e ressuscitou para nos salvar e que está vivo no meio de nós. Onde podemos encontrá-Lo? Encontramo-Lo na Igreja. É a Igreja que diz hoje: «Eis o Cordeiro de Deus»; é a Igreja que O anuncia; é na Igreja que Jesus continua a realizar os seus gestos de graça que são os sacramentos.

Esta acção e missão da Igreja exprimem a sua maternidade. Na verdade, ela é como uma mãe que guarda Jesus com ternura, e O dá a todos com alegria e generosidade. Nenhuma manifestação de Cristo, nem sequer a mais mística, pode jamais ser separada da carne e do sangue da Igreja, da realidade histórica concreta do Corpo de Cristo. Sem a Igreja, Jesus Cristo acaba por ficar reduzido a uma ideia, a uma moral, a um sentimento. Sem a Igreja, a nossa relação com Cristo ficaria à mercê da nossa imaginação, das nossas interpretações, dos nossos humores.

Amados irmãos e irmãs! Jesus Cristo é a bênção para cada homem e para a humanidade inteira. Ao dar-nos Jesus, a Igreja oferece-nos a plenitude da bênção do Senhor. Esta é precisamente a missão do povo de Deus: irradiar sobre todos os povos a bênção de Deus encarnada em Jesus Cristo. E Maria, a primeira e perfeita discípula de Jesus, modelo da Igreja em caminho, é Aquela que abre esta estrada de maternidade da Igreja e sempre sustenta a sua missão materna destinada a todos os homens. O seu testemunho discreto e materno caminha com a Igreja desde as origens. Ela, Mãe de Deus, é também Mãe da Igreja e, por intermédio dela, é Mãe de todos os homens e de todos os povos.

Que esta Mãe concluiu o Papa, doce e carinhosa nos obtenha a bênção do Senhor para a família humana inteira! Hoje, Dia Mundial da Paz, invoquemos de modo especial a sua intercessão para que o Senhor dê paz a estes nossos dias: paz nos corações, paz nas famílias, paz entre as nações. Este ano, a mensagem especial para o Dia Mundial da Paz reza: «Já não escravos, mas irmãos». Todos somos chamados a ser livres, todos chamados a ser filhos; e cada um chamado, segundo as próprias responsabilidades, a lutar contra as formas modernas de escravidão. Nós todos, de cada nação, cultura e religião, unamos as nossas forças. Que nos guie e sustente Aquele que, para nos tornar irmãos a todos, Se fez nosso servo!(Fonte;Radio Vaticano)