quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Aplicativo da RV em português! 


A Rádio Vaticano acaba de lançar em português seu aplicativo para smartphones e tablets, para as plataformas Iphone/Ipad e Android.

Trata-se de uma novidade multimídia, em que é possível sintonizar ao vivo todos os programas da Rádio em 40 línguas, vídeos, artigos e reportagens jornalísticas, programas de aprofundamento e acompanhar os compromissos cotidianos do Papa.

O aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente, se abre com a Agenda (que daqui poucos dias será integralmente traduzida em português) dos compromissos públicos do Pontífice, constantemente atualizada sobre as transmissões ao vivo em áudio e vídeo, produzidas em colaboração com o Centro Televisivo Vaticano.

Graças a um sistema idealizado e produzido pela Rádio Vaticano (Vatican TIC), é possível consultar todos os conteúdos escritos e em áudio relacionados a cada evento e é possível ler os textos dos discursos pronunciados pelo Papa, publicados no site vatican.va

O aplicativo também está disponível em italiano, inglês, francês e espanhol.

Fonte: CatolicaNet

Saiba mais sobre o ecumenismo no Pontificado de Bento XVI


Rádio Vaticano


O Papa Bento XVI, logo no início do seu Pontificado, colocou o ecumenismo e o diálogo inter-religioso como uma de suas prioridades. Sua consciência sobre a importância desta missão está radicada em vários fatores da história da sua vida: foi perito do Concílio Vaticano II, braço direito de João Paulo II nas questões doutrinais, teólogo conhecedor da problemática ecumênica e, como cristão alemão, sentiu de perto a problemática ecumênica, como afirmou no seu discurso em Colônia, em 19 de agosto de 2005: "Sendo eu mesmo proveniente deste país, conheço bem a situação dolorosa que a ruptura da unidade na profissão da fé causou a tantas pessoas e famílias". Bento XVI sempre considerou que a divisão entre os cristãos é uma ofensa a Deus e um escândalo para o mundo.

A convite do Patriarcado Ecumênico do Constantinopla, Bento XVI visitou a Turquia em novembro de 2006. A viagem serviu para aproximar Roma do Mundo Ortodoxo. No encontro com o Patriarca Ortodoxo Bartolomeu I, reiterou o compromisso da Igreja Católica na superação dos obstáculos que impedem a realização da comunhão plena entre católicos e ortodoxos, pois as “divisões existentes entre os cristãos – disse Bento XVI - são um escândalo para o mundo e um obstáculo para a proclamação do Evangelho”.

Bento XVI desenvolveu esforços no sentido de aproximar Roma e os cristãos ortodoxos do Oriente, de tradição bizantina, síria e eslava. Partindo do princípio de a Igreja Católica estar "em comunhão eclesial quase completa" com estas igrejas, conforme pronunciado no Angelus de 30 de junho de 2007, Bento XVI, deu passos e realizou inúmeros gestos buscando superar, paulatinamente, as distâncias histórico-culturais e as divergências prático-eclesiais que persistem há séculos. Um dos frutos destes esforços foi a retomada dos trabalhos da Comissão Teológica Mista Católico-Ortodoxa.

Em 2009, Bento XVI visitou a Terra Santa. Entre os muitos compromissos, o Pontífice participou de um encontro ecumênico na sede do Patriarcado Greco-ortodoxo, na parte leste de Jerusalém, do qual também tomou parte o Patriarca Greco-ortodoxo Teófilo III. No seu discurso, o Santo Padre ressaltou que todos os seguidores de Cristo devem "redobrar" os esforços "para aperfeiçoar a comunhão" já que a divisão "é uma vergonha". E acrescentou: "Temos de encontrar forças para redobrar nosso compromisso para aperfeiçoar nossa comunhão, para torná-la completa".

A viagem de Bento XVI ao Líbano, em setembro de 2012, marcou um dos seus últimos compromissos inter-religiosos internacionais. A Audiência Geral das Quartas-feiras, em 19 de setembro de 2012, foi toda ela dedicada à viagem ao Líbano. Na ocasião, Bento XVI recordou que a viagem "foi um evento eclesial comovente e, ao mesmo tempo, uma ocasião providencial de diálogo vivido em um país complexo, mas emblemático para toda a região, por motivo de sua tradição de convivência e de eficaz colaboração entre os diversos componentes religiosos e sociais". De fato, nesta viagem realizada a um país representativo na diversidade religiosa e cultural, Bento XVI encontrou-se com representantes do mundo Ortodoxo, Católico e com muçulmanos.

Em relação ao diálogo com as Igrejas e Comunidades eclesiais do Ocidente, observou-se em Bento XVI a preocupação em centrar o debate católico-protestante na questão da natureza da Igreja, acentuando a exigência de um "ecumenismo de verdade". Ao mesmo tempo, o Papa teve uma visão muito realista sobre as dificuldades existentes neste complexo diálogo, o que o levou a valorizar o 'ecumenismo anônimo cotidiano', realizado muitas vezes por pequenos grupos de convivência e partilha ecumênica, na convicção de que o simples fato de se ir caminhando juntos 'já é uma forma de unidade'.

“A finalidade da Igreja é a salvação das almas, uma a uma” (Papa Bento XVI)

POR: CNBB

serie tela bento cópiaEm maio de 2007, o Papa Bento XVI veio ao Brasil para a abertura da 5ª Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho realizada em Aparecida (SP).  A chegada ao Brasil aconteceu no dia 09 de maio de 2007, pelo Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.
Logo após o desembarque o papa falou em discurso sobre o seu carinho pelo Brasil. “O Brasil ocupa um lugar muito especial no coração do Papa, não somente porque nasceu cristão e possui hoje o mais alto número de católicos, mas sobretudo porque é uma nação rica de potencialidades com uma presença eclesial que é motivo de alegria e esperança para toda a Igreja”.
Ainda na chegada, o Papa ressaltou os valores cristãos do povo brasileiro e de todos os latino-americanos, destacando o que esperava ver durante os dias de permanência no Brasil. “Estou muito feliz por poder passar alguns dias com os brasileiros. Sei que a alma deste povo, bem como de toda a América Latina, conserva valores radicalmente cristãos que jamais serão cancelados. E estou certo que em Aparecida, durante a Conferência Geral do Episcopado, será reforçada tal identidade, ao promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio, como exigência própria da natureza humana; fará também da promoção da pessoa humana o eixo da solidariedade, especialmente com os pobres e desamparados”.
O Papa permaneceu no Brasil de 9 a 13 de maio, durante este período ele participou de diversos compromissos em São Paulo. No Estádio Pacaembu, o Papa se encontrou com milhares de jovens e em seu discurso aproveitou para orientá-los. “ Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O ‘amanhã’ depende muito de como estais vivendo o ‘hoje’ da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade”.
Ainda com os jovens, o Papa destacou o modo como espera que eles ajam para que a sociedade seja composta por homens e mulheres livres e responsáveis. “O Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações frente ao Estado: respeitando as suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais”.
No dia 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI presidiu a cerimônia de Canonização Beato Frei Galvão, no Campo de Marte em São Paulo (SP). Em sua homilia o Santo Padre ressaltou a vida religiosa do beato. “O carisma franciscano, evangelicamente vivido, produziu frutos significativos através do seu testemunho de fervoroso adorador da Eucaristia, de prudente e sábio orientador das almas que procuravam e de grande devoto da Imaculada Conceição de Maria, de quem ele se considerava ‘filho e perpétuo escravo’”.
E ainda destacou que Frei Galvão é um exemplo a ser seguido devido a disponibilidade para servir o povo sempre quando era solicitado. “Conselheiro de fama, pacificador das almas e das famílias, dispensador da caridade especialmente dos pobres e dos enfermos. Muito procurado para as confissões, pois era zeloso, sábio e prudente. Uma característica de quem ama de verdade é não querer que o Amado seja ofendido, por isso a conversão dos pecadores era a grande paixão do nosso Santo”, disse o Santo Padre.
No encontro com os bispos do Brasil, realizado no dia 12 de maio, na catedral da Sé em São Paulo (SP), o Papa falou sobre a missão confiada aos pastores. “Nós, Bispos, estamos vinculados diretamente a Cristo, Bom Pastor. A missão que nos é confiada, como Mestres da fé, consiste em recordar, como o mesmo Apóstolo das Gentes escrevia, que o nosso Salvador ‘quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade’ (1Tm 2, 4-6). A finalidade da Igreja é a salvação das almas, uma a uma”.
A abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada na sala de Conferência do Santuário de Aparecida (SP), o Papa falou em seu discurso, dentre outros assuntos, sobre a fé Cristã na América Latina, sobre os compromissos com a religiosidade, sobre os problemas sociais e políticos, sobre família, vida consagrada, jovens e pastoral vocacional e concluiu invocando a proteção da Mãe de Deus e Mãe da Igreja sobre todos os presentes e sobre toda a América Latina e do Caribe.
Os textos reunidos dos discursos, saudações e homilias realizadas pelo Papa Bento XVI, em sua visita de 2007 ao Brasil, podem ser adquiridos através da publicação “Pronunciamentos do Papa Bento XVI Np Brasil”, das Edições CNBB. Mais informações: www.edicoescnbb.com.br

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Bento XVI ao Clero de Roma: "Obrigado por seu amor pela Igreja e pelo Papa"



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa encontrou na manhã desta quinta-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano, os párocos e o clero da Diocese de Roma. Bento XVI foi acolhido com grande afeto e comoção, nas notas do canto "Tu es Petrus"

Sob uma salva de palmas, Bento XVI agradeceu-lhes pelo amor que nutrem pela Igreja e por sua pessoa. 

"Para mim é um dom especial da Providência, disse o Papa, que antes de deixar o ministério petrino possa ver mais uma vez o meu clero, o clero de Roma. Eu sou muito grato por suas orações", disse o pontífice acrescentando: "Não obstante a minha retirada, estarei sempre próximo a vocês com a oração e tenho certeza de que também vocês estarão próximos a mim, mesmo que para o mundo eu permaneça escondido".

Bento XVI afirmou que, devido a suas condições, não pôde preparar um grande, verdadeiro discurso, como se poderia esperar, mas pensou em fazer uma pequena conversa sobre o Concílio Vaticano II. O Papa falou sobre a expectativa vivida naquele momento. 

"Fomos ao Concílio não somente com alegria, mas com entusiasmo. Havia uma expectativa incrível. Esperávamos que tudo se renovasse, que realmente chegasse um novo Pentecostes, uma nova era da Igreja. Sentia-se que a Igreja não ia para frente, mas que parecia uma realidade do passado e não portadora do futuro", frisou o pontífice.

Bento XVI recordou que "naquela época via-se que a relação entre a Igreja e o período moderno, desde o início, era um pouco contrastante, começando com o erro no caso de Galileu, e se pensava em corrigir este início errado e encontrar uma nova relação entre a Igreja e as melhores forças no mundo, para abrir o futuro da humanidade, para abrir o verdadeiro progresso. Éramos cheios de esperança, entusiasmo e vontade de fazer a nossa parte para que isso acontecesse", subinhou.

Santo Padre lembrou as idéias essenciais do Concílio: "o mistério pascal como centro da existência cristã e, portanto, da vida cristã, expresso no tempo pascal e no domingo que é sempre o dia da Ressurreição. Sempre começamos o nosso tempo com a Ressurreição, com o encontro com o Ressuscitado".

"Neste sentido é lamentável que hoje se tenha transformado o domingo em fim de semana, enquanto é o primeiro dia, é o início: "interiormente, devemos considerar isto, é o início, início da Criação, é o início da re-criação da Igreja, encontro com o Criador e com o Cristo Ressuscitado", disse ainda Bento XVI.

O Papa destacou a importância deste duplo conteúdo do domingo: "é o primeiro dia, ou seja, festa da Criação, enquanto acreditamos no Deus Criador, e encontro com o Ressuscitado que renova a Criação. O seu verdadeiro objetivo é criar um mundo que é resposta ao amor de Deus".

Outras idéias do Concílio foram os princípios de inteligibilidade da Liturgia. "Inteligibilidade não significa banalidade, porque os grandes textos da liturgia não são facilmente inteligíveis e precisam de uma formação permanente do cristão, para que cresça e entre mais profundamente no mistério e possa compreender. Só uma formação permanente do coração e da mente pode realmente criar inteligibilidade e uma participação que é mais do que uma atividade exterior, que é um entrar da pessoa, do meu ser em comunhão com a Igreja e assim em comunhão com Cristo", disse ainda o Papa.

Sobre o tema eclesiológico, Bento XVI frisou que "a Igreja não é uma organização, algo estrutural, jurídico e institucional, isso também, mas é um organismo, uma realidade vital, que entra em minha alma, tornando-me elemento construtivo da Igreja como tal". 

O Concílio decidiu criar uma construção trinitária da eclesiologia: Povo de Deus-Pai-Corpo de Cristo-templo do Espírito Santo. "É fruto do Concílio que o conceito de comunhão se torna cada vez mais uma expressão do sentido da Igreja, comunhão em várias dimensões, comunhão com o Deus Trinitário, que é comunhão entre o Pai, Filho e Espírito Santo, comunhão sacramental, comunhão concreta no episcopado e na vida da Igreja", sublinhou ainda o pontífice.

O Santo Padre recordou o confronto sobre o tema da colegialidade e se deteve sobre o ecumenismo e diálogo inter-religioso abordado pelo Concílio, especialmente no documento "Nostra Aetate". O Papa reiterou que "ainda há muito para fazer a fim de chegar a uma leitura realmente no espírito do Concílio", cuja aplicação "ainda não foi completada".

Na parte conclusiva de seu discurso, Bento XVI abordou a questão do papel dos meios de comunicação. "Havia o Concílio dos Padres, o verdadeiro Concílio, mas havia também o Concílio dos meios de comunicação que davam uma interpretação política e não de fé do que estava acontecendo. Para a mídia, o Concílio era uma luta política, uma luta pelo poder entre diferentes correntes na Igreja", destacou o Papa.

"Parece-me que 50 anos depois do Concílio, vemos como este Concílio virtual se rompe, se perde e aparece o verdadeiro Concílio com toda a sua força espiritual. É nossa tarefa, neste Ano da Fé, trabalhar para que o verdadeiro Concílio, com a força do Espírito Santo se realize e seja renovada a Igreja", concluiu Bento XVI. (MJ)

Rádio Vaticano

CNBB realiza lançamento oficial da Campanha da Fraternidade 2013

POR: CNBB

Lançamento CF 2013











Tendo por tema “Fraternidade e Juventude”, e por lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8), foi realizado, hoje, dia 13 de fevereiro, o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade (CF) 2013. Tradicionalmente, o evento ocorre na tarde da quarta-feira de cinzas – primeiro dia da Quaresma –, no Auditório Dom Hélder Câmara, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
O lançamento da Campanha contou com a presença do secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, e do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coelho, e outras autoridades.
“Iniciamos hoje nosso caminho pascal. Os quarenta dias que precedem a cruz e a Ressurreição sinalizam o caminho que a Igreja, na liturgia, nos oferece como possibilidade de sermos atingidos pela experiência salvadora de Jesus Cristo”, disse dom Leonardo Steiner em seu discurso de abertura.
Na ocasião também estiveram presentes jovens lideranças como representante dos povos indígenas Tupinambá, Awa Mirim, e também o estudante Rodrigo Crivelaro, que apresentaram aos presentes, a realidade da juventude no Brasil. A diretora da Cáritas Nacional, Cristina dos Anjos, também fez uso da palavra para a prestação de contas dos resultados da coleta da CF 2012, que contribuíram com ações que renovaram as perspectivas de comunidades por todo país.
O ministro Gilberto Carvalho afirmou que a CF “abre um espaço para o governo trabalhar junto à Igreja”, e citou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) como um momento privilegiado para toda juventude brasileira. “A Jornada Mundial da Juventude vem ao encontro de uma grande preocupação que o governo tem em relação à situação do Jovem do Brasil”, mencionou.
De acordo com o texto-base da CF 2013, o objetivo geral da Campanha é acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna, fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz.
Em 1992, a Campanha da Fraternidade também tratou a juventude como tema central, e agora, em sua 50ª edição, terá a mesma temática. A abordagem da temática “juventude” será mais um elemento para fortalecer o desejo de evangelização dos jovens, além da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada, em julho deste ano, no Rio de Janeiro.

Os últimos compromissos de Bento XVI

POR: CNBB/RADIO VATICANO

papa.14.02.2013Nesta quinta-feira, 14 de fevereiro, a agenda do Papa inclui mais um encontro significativo: trata-se de uma reunião com o clero de Roma, na “Sala Paulo VI”. Depois, nos próximos dias, haverá encontros e audiências marcadas com alguns grupos de bispos italianos, com o Presidente da Romênia e com o Presidente da Guatemala, respectivamente sexta-feira e sábado de manhã, encontros que já tinham sido marcados há algum tempo.
No final da semana ainda há espaço para receber dois políticos italianos, Mário Monti e o Presidente Giorgio Napolitano, audiências que terão lugar, praticamente, a uma semana das eleições italianas.
No próximo domingo, teremos ainda o Angelus ao meio-dia e depois, o Papa entra em retiro durante toda a semana, não havendo, por isso, audiência geral na quarta-feira. O retiro já estava previsto e tem o Cardeal Ravasi como pregador. Quando terminar o retiro, Bento XVI volta, pela última vez, à janela do seu apartamento para o seu último Angelus de domingo dia 24 de fevereiro.
Na segunda-feira seguinte, o Papa recebe os cardeais da Cúria Romana em audiência privada. Terça-feira, dia 26, é dia livre e a grande despedida está prevista para a audiência geral de quarta-feira, dia 27. Excepcionalmente, esta audiência realiza-se na Praça de São Pedro para poder acolher todos os fiéis que se quiserem despedir do Papa.
E chegamos ao seu último dia de Papa. No dia 28 de Fevereiro às 11h00 (hora de Roma) saúda todos os Cardeais que se encontrarem em Roma e pelas 17h locais parte de helicóptero para Castel Gandolfo, onde provavelmente ficará até o novo Papa ser eleito. (SP)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


Papa exorta a não se banalizar mundo dos jovens: Igreja tem grande confiança neles



Cidade do Vaticano (RV) - Não existe uma "cultura juvenil" unívoca, mas uma realidade muito articulada que a Igreja quer conhecer melhor, porque tem "confiança nos jovens" e "precisa de sua vitalidade".

Em síntese, esse foi o pensamento que Bento XVI expressou na manhã desta quinta-feira aos participantes da plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, recebidos em audiência na Sala Clementina, no Vaticano. O Papa convidou-os a não olharem para o mundo juvenil com os habituais lugares comuns.

Não vivem em um "universo", que embora vasto, é decifrável. Os jovens de hoje habitam um "multiverso", ou seja, um espaço, mas também um tempo, nos quais coexiste uma "pluralidade de visões, de perspectivas e de estratégias".

Parte daí a análise do Santo Padre sobre "culturas juvenis emergentes", às quais o Cardeal Gianfranco Ravasi quis dedicar a plenária do Pontifício Conselho para a Cultura. A Igreja quer entender os aspectos positivos e negativos da dimensão "complexa e articulada" do cosmo juvenil e de suas linguagens – velocíssimas graças, sobretudo, à influência e ao rápido desenvolvimento dos meios de comunicação social, observou o Papa.

Os aspectos negativos dizem respeito às fragilidades psicoafetivas dos jovens, as suas dificuldades de inserção social, que acabam em marginalização, que acabam, aliás, quase numa "invisibilidade" em nível histórico e cultural, e, infelizmente, nos refúgios da droga, em desvios e violências.

"A esfera afetiva e emotiva, o âmbito dos sentimentos, bem como o da corporeidade, são fortemente influenciados por esse clima e pela tempérie cultural que deles deriva, expressa, por exemplo, por fenômenos aparentemente contraditórios, como a espetacularização da vida íntima e pessoal e o fechamento individualista e narcisista sobre as próprias necessidades e interesses. Também a dimensão religiosa, a experiência de fé e a pertença à Igreja são muitas vezes vividas numa perspectiva privada e emotiva."

Por outro lado, é consolador para o Pontífice constatar os "ímpetos generosos e corajosos de tantos jovens voluntários" e as "experiências de fé profunda e sincera de muitos rapazes e moças". E não se pode deixar de lado os desdobramentos vividos pelos jovens do chamado "Terceiro mundo", observou:

"Nós nos damos conta de que eles representam, com as suas culturas e com as suas necessidades, um desafio para a sociedade do consumismo globalizado, para a cultura dos privilégios consolidados, dos quais se beneficia um pequeno grupo do mundo ocidental. As culturas juvenis, consequentemente, se tornam 'emergentes' inclusive no sentido que manifestam uma necessidade profunda, um pedido de ajuda ou até mesmo uma 'provocação', que não pode ser ignorada ou subestimada, quer por parte da sociedade civil, quer por parte da Comunidade eclesial."

Consciente "das muitas situações problemáticas que dizem respeito também ao âmbito da fé e da pertença à Igreja", Bento XVI concluiu o seu discurso abraçando idealmente, com afeto e estima, os jovens do mundo inteiro:

"A Igreja confia nos jovens, espera neles e em suas energias, precisa deles e de sua vitalidade para continuar vivendo com renovado impulso a missão que Cristo lhe confiou. Portanto, faço votos prementes de que o Ano da Fé seja também para as jovens gerações uma ocasião preciosa para reencontrar e reforçar a amizade com Cristo, da qual possa brotar a alegria e o entusiasmo para transformar profundamente as culturas e as sociedades." (RL)

Rádio Vaticano

Comissão Vida e Família: Como fazer para constituir uma associação de Família?

SEX, 08 DE FEVEREIRO DE 2013 

POR: CNBB

Imagem SNF terçaA Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família (CEPVF), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vem motivar as comunidades, para que se associem em prol da defesa da família, e por crer que a família é a primeira e fundamental expressão da natureza social do homem, a célula social, a mais pequena e primordial comunidade humana de amor e de vida.
Neste sentido, a CEPVF produziu um texto que sugere a forma como comunidades devem proceder para implantar as Associações de Família. O material também aborda como os grupos deverão se estruturar, e como deverão se direcionar na consolidação das associações.
O principal objetivo da Associação de Famílias está em congregar pessoas convictas dos verdadeiros valores familiares para que se empenhem para fortalecer a família proporcionando a ela um clima cultural positivo e todas as condições para que seja capaz de cumprir suas tarefas, e continuar sendo o maior recurso disponível para cada pessoa e para a sociedade brasileira.
Para o assessor da CEPVF, padre Wladimir Porreca, as Associações de Famílias são uma oportunidade de proporcionar aos membros, olhar para o futuro com esperança. “É a certeza de que a família é decisiva para construir ambientes de solidariedade e cooperação, para favorecer o crescimento humano/cidadão, relacional e espiritual das pessoas, especialmente dos jovens favorecendo a promoção da paz na sociedade”, descreve o assessor.
Leia o texto da CEPVF:
Como fazer para constituir uma Associação de Famílias?
O grupo da Pastoral Familiar, Movimentos e Serviço podem ser promotores da Associação.
1) O primeiro passo – congregar e organizar o grupo - é conversar com amigos da Igreja, com colegas do trabalho e com vizinhos a respeito da família, das ameaças que enfrenta e da possibilidade de formar uma Associação para tentar proteger esse grande bem. Esse primeiro passo é fundamental e exige o cuidado de convidar pessoas que concordem que o bem maior é a família constituída por um homem e uma mulher, que prometem amor e fidelidade ao longo da vida inteira, fundada no matrimônio e aberta a gerar filhos e a educá-los. A marca da Associação de Família está em congregar pessoas que amem e a promovam a vida em abundância.
2) O segundo passo – organização estrutural -  é reunir um grupo de 5 a 10 pessoas para entrar nos detalhes da Associação, dos objetivos, ler o modelo de Estatutos, conversar a respeito dos sócios, da sede e outros. É necessário identificar uma sede como endereço da Associação, no qual os membros da sua diretoria podem encontrar-se. Pode ser uma sala da paróquia, mas pode ser também outra sala que alguém possa oferecer para essa finalidade.
3) O terceiro passo – organização direcional e funcional - a) é escolher a diretoria (é preferível que seja de poucas pessoas, o número necessário para cobrir os cargos que inevitavelmente devem ser preenchidos). É aconselhável que os diretores da Associação não coincidam com os coordenadores pela Pastoral Familiar, para evitar que a pessoa fique sobrecarregada, ou se dedique a uma coisa abandonando a outra. b) Além dos sócios fundadores, pode-se abrir a categoria de “membros participantes” que participam das atividades, constituem um amplo conselho, mas não votam, para evitar que se crie uma maioria contrária aos interesses que deram origem à Associação e a desvirtuem. c) Para os sócios fundadores e os membros participantes exista uma taxa de adesão (mensal ou anual, sugerimos algo em torno de R$100,00, pagos de uma vez, uma vez por ano, ou em dez vezes, durante o ano). Pode-se criar um carnê para recolher contribuições ou outras formas de pagamento. d) Definida a diretoria, escreve-se a ata da fundação com a eleição dos diversos membros da diretoria e se levam os estatutos e a ata ao cartório para o registro. Uma vez registrada a ata, se requer o CNPJ. e) Em seguida, abre-se uma conta bancária que será movimentada com a assinatura do tesoureiro e do presidente (nunca por uma só pessoa). f) Com um panfleto que a CNPF deverá fornecer, procede-se à campanha de membros participantes e se começa a fazer a programação do ano.

Entenda o significado da oração do Pai Nosso

Canção Nova Notícias


Canção Nova
O Pai Nosso é a mais perfeita oração (Santo Tomás de Aquino) e a síntese de todo o Evangelho (Tertulano) - YouCat 514
No Evangelho de Mateus, Jesus ensina: “... o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes. Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome...” (Mt 6,8-9). Dessa forma, Cristo ensina a principal oração dos cristãos, que os acompanha desde os primórdios da fé.
O Catecismo da Igreja Católica classifica a oração do Pai Nosso como a oração que está no centro das Escrituras, “a Oração do Senhor” e a oração da Igreja. E, Santo Agostinho explica que todas as orações da Bíblia, inclusive os Salmos, se convergem nos pedidos do Pai-Nosso. “Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na oração do Senhor (Pai Nosso)”.
A importância dessa oração está vinculada, antes de tudo, ao fato de ter sido ensinada pelo próprio Cristo aos apóstolos e transmitida aos cristãos de hoje por meio da Sagrada Escritura e da Tradição. O Catecismo diz que ela deve ser tida como principal modelo de oração cristã, com a qual se inicia todas as demais orações. Todavia, não deve ser recitada como uma fórmula repetida “maquinalmente”.
De acordo com padre Alessandro Henrique das Chagas, pároco da Paróquia de Santa Cecília, em Cruzeiro (SP), a oração do Pai Nosso é fundamental porque contém tudo aquilo que é essencial para a vida humana.
“O Pai Nosso tem sete pedidos incluídos em si. Esse número na Sagrada Escritura significa a plenitude, plenitude de tudo aquilo que o homem precisa. Então, ela é fundamental porque o que está contido no Pai Nosso é aquilo que nós precisamos para nossa vida de cristãos, para a experiência da nossa fé em Deus”, explicou.
O sacerdote também ressalta que esta oração traduz a centralidade da pregação de Jesus: revelar o rosto paternal de Deus. "Jesus Cristo traz a identidade de Deus, Ele mostra que Deus é Pai, tanto que, a primeira palavra que Ele usa ao ensinar os discípulos a rezar é 'Pai'; Cristo os ensina a chamarem Deus de Pai."
Segundo padre Alessandro, aqueles que rezam esta oração recordam a sua filiação a Deus Pai, concedida aos homens por meio de Jesus Cristo. Na explicação do sacerdote, em Jesus todos são filhos e filhas, e para Deus é uma alegria ser chamado de Pai. "Deus se alegra em ter-nos como filhos", afirmou.
No Ano da Fé, a Igreja convida os católicos a aprofundarem o seu conhecimento sobre a fé. Veja abaixo, na tabela, os significados de cada expressão rezada na oração do Pai Nosso e conheça um pouco sobre as explicações que o Catecismo Jovem (YouCat) traz sobre esta oração.


Pai Nosso, que estais nos Céus,

O Céu está onde Deus está. O Céu não corresponde a um lugar, mas designa a presença de Deus, que não está preso ao espaço ou ao tempo.
santificado seja o Vosso Nome,Santificar o nome de Deus significa colocá-LO acima de tudo.
venha a nós o Vosso Reino,Quando rezamos “Venha a nós o vosso Reino” pedimos que Cristo retorne, tal como prometeu, e que o império de Deus, que já irrompeu entre nós, se imponha definitivamente.
seja feita a Vossa Vontade,
assim na Terra como no Céu!
Quando oramos para que a vontade de Deus se imponha universalmente, pedimos que aconteça na Terra e no nosso próprio coração o que já acontece no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,Pedir o pão para o nosso dia a dia torna-nos pessoas que esperam da bondade do seu Pai do Céu tudo o que é necessário, tanto os bens materiais como os espirituais.
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,O perdão misericordioso que damos aos outros é inseparável daquele que nós próprios procuramos.
e não nos deixeis cair em tentação,Porque corremos a cada dia e a cada momento o risco de negarmos a Deus e de pecarmos, pedimos a Deus que não nos deixe indefesos na violência da tentação.
mas livrai-nos do Mal.O “mal” no Pai Nosso não se refere a uma força ou uma energia espiritual negativa, mas ao mal em pessoa, que a Sagrada Escritura conhece pelos nomes de Tentador, Maligno, Pai da mentira, Satanás e Diabo.
Amém!Desde os tempos mais remotos, os judeus e os cristãos concluem as suas orações com “Amém”, que significa “Sim, assim seja!”

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


Papa receberá famílias de todo o mundo em outubro



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa encontrará no próximo mês de outubro, em Roma, representantes de famílias de todo o mundo, num evento organizado por ocasião do Ano da Fé.

Nos dias 26 e 27, como informa o Pontifício Conselho para a Família, farão uma Peregrinação ao Túmulo de Pedro e serão “dois dias de oração, comunhão e festa” com o Papa.

O programa prevê na tarde de sábado, 26, um momento de acolhimento e de oração na Praça São Pedro, e domingo, 27, a missa presidida pelo Pontífice. 

Em coletiva na manhã de segunda-feira, 04, o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Arcebispo Vincezo Paglia, revelou à imprensa as atividades que seu dicastério está planejando, depois da realização do VII Encontro Mundial das Famílias, realizado em Milão, em junho passado. 

De 23 a 25 de outubro, o “ministério” vaticano para a família celebrará sua XXI Assembleia plenária, sobre o 30º aniversário da carta dos Direitos da Família. Logo em seguida, o grande encontro com Bento XVI: “jornadas de oração, unidade e festa para refletir sobre a importância da família como lugar de evangelização e berço da fé”, acrescentou Dom Vincenzo Paglia.

Os Encontros Mundiais da Família têm como principal objetivo reforçar a instituição familiar e seus laços nos cinco continentes. O primeiro foi em 1994, em Roma, em coincidência com a celebração do Ano Internacional da Família, declarado pela ONU.

Em 1997 foi a vez do Rio de Janeiro, e em 2000, Ano do Jubileu, novamente as famílias se reuniram em Roma, sob o lema “Filhos, primavera da família e da sociedade”.

Em 2003, as famílias cristãs de todo o mundo se reuniram em Manila, em 2006 em Valencia (quanto pela primeira vez Bento XVI participou); em 2009 na Cidade do México e em 2012 em Milão. 

Na capital mexicana, Papa Ratzinger não pôde ir por motivos de saúde, devido à altitude da capital mexicana, tendo participado em videoconferência. O próximo encontro será em Filadélfia em 2015.
(CM)

Rádio Vaticano

Vida Consagrada: Religiosos ajudam a compreender «momento grave da história», afirma bispo do Funchal


Testemunho da fé deve ser feito «não só junto dos que a professam e vivem, mas sobretudo dos que dela se afastaram»

Funchal, Madeira, 04 fev 2013 (Ecclesia) – O bispo do Funchal afirmou esta sábado, na sé da cidade, que os religiosos consagrados a Deus “podem oferecer a novidade da compreensão” do “momento grave da história” vivido por um mundo marcado pela “cultura utilitarista”.
Na missa do Dia do Consagrado, que a Igreja Católica assinalou a 2 de fevereiro, D. António Carrilho sublinhou, na homilia publicada pelo site da diocese madeirense, que os religiosos são chamados a “testemunhar com alegria a sua fé, não só junto dos que a professam e vivem, mas sobretudo dos que dela se afastaram”.
“Os novos cenários sociais, culturais, económicos, políticos e até religiosos pedem-nos algo de novo: viver de forma autêntica a nossa experiência comunitária de fé e o anúncio de uma nova Evangelização”, frisou.
Na missa que começou com uma procissão de velas, característica da festa da Apresentação de Jesus no templo de Jerusalém, que se assinala na mesma data, o bispo salientou que os consagrados devem ser “luz” para toda a sociedade.
Os consagrados são chamados a privilegiar os “mais pequenos e esquecidos, vivendo o risco da insegurança e testemunhando a alegria da fé, na simplicidade de uma vida evangélica”, apontou.
O prelado realçou o “precioso contributo da vida consagrada, nas suas diversas formas e na variedade dos seus carismas, na tarefa evangelizadora da Igreja, no encontro de culturas e de comunhão entre os povos, tanto no passado como no presente”.
“Pensando na Igreja Diocesana do Funchal, muitos são os Institutos que a enriquecem, ao longo dos quase 500 anos da sua existência, produzindo belos frutos de fé e boas obras”, acrescentou.
D. António Carrilho pediu aos “jovens, rapazes e raparigas” para não terem “medo” de responder “com um ‘sim’ generoso” “ao chamamento” que Deus lhes faz para a vida religiosa.
“Procurai conhecer Jesus mais de perto e as diversas formas de O seguir, satisfazendo o vosso desejo de felicidade e contribuindo, generosamente, para o serviço e felicidade dos outros”, apelou.
RJM

Agencia Ecclesia

Bispo propõe estudo dirigido e tira dúvidas sobre o Catecismo

Canção Nova Notícias


Arquidiocese de São Paulo
Dom Julio Endi Akamine é bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e vigário da Região Episcopal Lapa
Estudar o Catecismo da Igreja Católica é um dos principais convites que o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI emoutubro do ano passado, faz aos católicos. Além das iniciativas promovidas pelas paróquias, comunidades eclesiais e movimentos, há ainda a alternativa de se conhecer melhor a fé utilizando os meios virtuais. 
Na tentativa de oferecer aos fiéis um reforço nos estudos da doutrina católica, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Julio Endi Akamine, elaborou um estudo dirigido sobre Catecismo da Igreja como forma de incentivo aos católicos da Arquidiocese de São Paulo e demais interessados.
Dom Julio explica que a idéia sobre o estudo surgiu em uma reunião dos bispos da arquidiocese, a partir da necessidade que os fiéis têm de compreender a fé católica para, então, se posicionarem ante as realidades do mundo contemporâneo.
“Se no passado, o incrédulo e o ateu eram vistos com estranheza e deviam, a todo o momento, se justificar perante a maioria, atualmente são os cristãos e os católicos que devem “se explicar”: por que cremos, em que nós cremos? Tal exigência não é necessariamente negativa. Pelo contrário, nos obriga a um conhecimento mais profundo dos conteúdos de nossa fé, a uma entrega mais confiante a Deus Trindade, a uma vida mais coerente com aquilo que professamos. Em poucas palavras, obriga-nos a ter mais fé”, explicou o bispo.
A metodologia utilizada na formulação do estudo foi a seguinte: a primeira parte do Catecismo (parágrafos 26-1065) seria estudada em aproximadamente 60 etapas. Sendo estabelecido que o esquema do subsídio seria em três partes - 1. Introdução; 2. Texto do Catecismo; 3. Comentário de orientação.
Mas, Dom Julio ressalta que o objetivo principal não é o estudo dos comentários, mas sim dos textos próprios do Catecismo. Isso por que "quanto mais o estudamos mais riqueza podemos tirar dele, mais temas podem ser aprofundados, mais desenvolvimentos são abertos. O Catecismo não interrompe a reflexão, antes o incentiva fornecendo as bases seguras da fé da Igreja”, afirmou.
As vantagens do estudo dirigido do Catecismo
Segundo Dom Julio, o subsídio serve como um mapa que normalmente pode ser consultado para fazer uma viagem rumo a um novo lugar. "Evidentemente, o mapa não substitui a viagem: de nada adiantaria ter um excelente mapa, cheio de informações precisas, de ilustrações e de detalhes minuciosos, se você não se decidir a empreendê-la".  

Logo, a viagem a ser feita é o estudo pessoal do Catecismo e o mapa são a "introdução" e a "revisão dos temas", disse o bispo. Para ele, as vantagens do estudo dirigido se resumem na organização do conteúdo em unidades menores, no contato direto com o texto e na proposta de aprofundamentos posteriores.

Dicas práticas 

Dom Julio apontou algumas dicas àqueles que desejam fazer uso deste material no processo de estudo da Fé. 
Por primeiro, o bispo indica, antes de tudo, um contato direto com o livro do Catecismo da Igreja Católica e utilizar o estudo dirigido como complemento. “Acho que cada um deve se preocupar primeiramente em ter contato direto com o Catecismo. Se os comentários ajudarem a um contato mais frutuoso fico contente, mas se os comentários só atrapalham ignore-os e fique com o Catecismo.”
Para eventuais dúvidas, a sugestão de Dom Julio é buscar auxílio de pessoas mais adiantadas no estudo da doutrina, como um sacerdote, por exemplo. Como outro recurso, o bispo sugere que as dúvidas ocorridas sejam enviadas para sua conta no Facebook que servirá de fórum virtual para discussão e diálogo.
Outra dica fundamental é a perseverança. “Mesmo que nem tudo seja claro, não desanime: muitas coisas precisamos guardar no coração para meditá-las. Mas chegará o momento da graça em que uma inteligência mais profunda nos é dada. A síntese não é resultado da dedução nem da indução, mas da intuição. A intuição não é, porém, algo gratuito e fortuito; ela amadurece com o esforço e a perseverança.” 
Ao estudar o Catecismo, explica Dom Julio, temos que nos dar conta que estamos diante do mistério. “Por isso, além do esforço intelectual, do debate, da discussão, é preciso também silêncio e oração.” 
O Papa Bento XVI indulgenciou o ato de estudar o Catecismo da Igreja Católica durante o Ano da Fé. Para obter a indulgência, o fiel, além de estudar o catecismo, deve receber o Sacramento da Reconciliação (confissão), comungar e rezar pelo Santo Padre.

Mais de 100 bispos se reúnem para a 22ª Edição do Curso dos Bispos, no Rio de Janeiro (RJ)

POR: CNBB/ARQUIDIOCESE DO RIO DE JANEIRO

curso_dos_bispos_04.02.13Teve início nesta segunda-feira, 4 de fevereiro, a 22ª Edição do Curso dos Bispos, tradicional encontro, promovido pela arquidiocese do Rio de Janeiro que será realizado no  Centro de Estudos e Formação do Sumaré, no Rio Comprido. Dando continuidade às abordagens de 2011 e 2012, o evento terá como tema principal os "Cinquenta anos após o Concílio Vaticano II - Liturgia, Missões e Leigos". Mais de cem bispos de todo o Brasil já estão inscritos.
O curso foi organizado pela primeira vez em 1990 pelo então arcebispo, cardeal Eugenio Sales, como uma forma de proporcionar uma oportunidade de partilha e convivência.
O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, explicou que “a arquidiocese do Rio tem uma tradição, que vem desde a época do cardeal Eugenio Sales, de proporcionar no período de férias do início do ano um encontro para bispos, onde eles participam de conferências, recebem orientações, podem partilhar a vida e desfrutar de períodos de convivência, especialmente durante as visitas a diversos pontos da cidade. Percebemos que, cada vez mais, esse evento tem sido procurado e apreciado”, avaliou.
Entre os palestrantes, estão: o presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, cardeal Stanislaw Rylko; o prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Antônio Cañizares; dom Antônio Staglianò, bispo de Noto (Itália) e colaborador de dom Rino Fisichella (presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização); e Ana Cristina Villa Betancourt, membro do Pontifício Conselho para os Leigos, responsável pela seção dedicada à mulher.
Durante o curso, será realizada visita a local específico da cidade do Rio de Janeiro. O bispo auxiliar emérito da arquidiocese do Rio de Janeiro, dom Karl Josef Romer, acredita que o curso trará um novo entusiasmo para os mais de cem bispos inscritos, lembrando que o primeiro grande professor foi o então cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI.
“O curso para bispos, organizado pela arquidiocese do Rio de Janeiro e oferecido fraternalmente a todos os bispos do Brasil, teve como primeiro grande professor o, então Cardeal, Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI (...) Penso que os bispos esperam com muita alegria, aliás, já temos mais de cem inscrições para este curso, e temos a imensa esperança que vai ser um grande sucesso para o bem dos bispos e para o bem das dioceses, que receberão de volta os bispos com novo entusiasmo e com nova clareza”, afirmou dom Romer.

domingo, 3 de fevereiro de 2013


“Rezemos mais pela juventude que Deus nos confia para amar e servir!”

POR: CNBB

dom_Eduardo_Pinheiro
Caros irmãos Párocos e Administradores Paroquiais,
Vigários Paroquiais e demais Presbíteros
“Eis-me aqui, envia-me! (Is 6,8)”
Emocionados e abalados pelo trágico acontecimento em Santa Maria, nos perguntamos, também, se, realmente, nossas estruturas e instituições, eclesiais ou sociais, têm garantido condições suficientes de vida digna e propostas pedagógico-pastorais a favor da vida dos nossos jovens. A celebração da CF 2013, que estamos para iniciar, quer ser uma rica oportunidade para discutirmos este assunto e encontrarmos novos caminhos. Justamente no Jubileu de Ouro da existência da CF em nossa Igreja e após 20 anos da primeira CF sobre juventude (1992) voltamos a proclamar a todos esta prioridade em nossa dinâmica de evangelização.
Em sua missão de educadora e canal da Graça divina, a Igreja quer dar novo significado a sua presença no meio das novas gerações, considerando sua realidade e favorecendo reflexões, projetos e mecanismos que contribuam com sua vida e participação na construção do Reino. Portanto, não vamos reduzir a CF a encontros e palestras “para” jovens, nem a cartazes fixados nas paredes, hino cantado nas missas, coleta feita no último domingo da Quaresma! Isto tudo é muito importante, mas não basta! Provoquemos ocasiões qualificadas de estudo deste bonito e desafiador tema! Façamos o exercício de escutar os jovens e a sua realidade, apresentada por eles mesmos! Debrucemo-nos em nossos projetos pastorais, organizações e estruturas eclesiais em vista de mudanças a partir dos jovens!
A CF 2013 tem um objetivo claro: “acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz” (CF 2013, n.4). Na evangelização da juventude, precisamos sempre adequar os espaços juvenis; qualificar nossa proposta formativo-evangelizadora (catequese, encontros, retiros, palestras, celebrações, subsídios, reuniões), cuidar da escolha e capacitação dos responsáveis diretos pela evangelização da juventude. Aproveitemos deste clima favorável da CF 2013!
A jovialidade da nossa Igreja passa pelo reconhecimento do valor e do significado que têm as novas gerações para os tempos atuais. A perene novidade, que vem de Deus e é condição imprescindível para o desenvolvimento da História da Salvação, encontra nos jovens a sua expressão, o seu olhar, o seu ardor, a sua voz ... o seu coração. Deus tem sempre “novidades” para nós e quis contar com os jovens para que pudéssemos conhecer e experimentar aquilo tudo que preenche a existência e alegra o espírito!
Rezemos mais pela juventude que Deus nos confia para amar e servir! E rezemos “com” ela! Nosso testemunho contribuirá com sua convicção de que sem uma forte espiritualidade não se pode experimentar toda a beleza da vida nem entender todo o seu valor. Continuemos rezando por aqueles jovens, familiares e amigos que vivenciaram o drama de Santa Maria e por tantos outros espalhados pelo país vitimados por inúmeras formas de violência. Unamos nossas preces a favor do Filipe, um jovem engajado na diocese de Ponta Grossa e responsável pela arrecadação de recursos para participação e sua comunidade na JMJ. Nesse final de semana pude visitá-lo na Santa Casa, onde está internado vítima de assalto e vem testemunhando fé e paciência no aguardo de sua saúde completa. Prometi a ele que pediria aos senhores e aos seus jovens uma corrente de oração pelo sucesso do tratamento e procedimentos.
A maternidade de Maria nos eduque na sensibilidade diante do sofrimento de nossos jovens e nos conceda administrar nossos esforços e organizações a favor de sua vida. Que o seu colo refaça nossas energias e nos anime na continuidade de nosso pastoreio no meio dos jovens.
Dom Eduardo Pinheiro da Silva
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

Papa: "Unir fé e caridade para evitar genérico humanitarismo"


Cidade do Vaticano (RV) - Foi publicada nesta sexta-feira a mensagem do Papa para a Quaresma 2013 sobre o tema "Crer na caridade suscita caridade". «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16). 

O documento convida a refletir sobre a ligação entre fé e caridade. "Nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade", ressalta Bento XVI no documento. 

O Santo Padre destaca ainda que "estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma dialética". 

"Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o caráter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o ativismo moralista", sublinha ainda Bento XVI.

Segundo o pontífice, "na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e ação, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta. A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé". 

"De fato, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária. É importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o serviço da Palavra", destaca ainda o Papa.

A seguir, a mensagem de Bento XVI para a Quaresma 2013, na íntegra. (MJ)


Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Quaresma de 2013

Crer na caridade suscita caridade
«Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16)


Queridos irmãos e irmãs!

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.


1. A fé como resposta ao amor de Deus

Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé

Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).

Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).

A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade 

À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista. 

A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).

Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.

A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade

Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).

Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).

A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).

Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!


Vaticano, 15 de Outubro de 2012

[Benedictus PP. XVI]

Rádio Vaticano