terça-feira, 30 de julho de 2013

Papa Francisco conversou com jornalistas sobre diversos temas. Confira na íntegra a entrevista

1005789 437444266363626 274634575 nROMA - A Igreja não pode julgar os gays por sua opção sexual e nem marginalizá-los. O alerta é do papa Francisco que, quebrando um verdadeiro tabu, deixa claro que estende sua mão a esse segmento da sociedade. “Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu pra julgá-lo”, declarou. “O catecismo da Igreja explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser marginalizados por causa disso, mas devem ser integrados na sociedade”, insistiu. 
As declarações foram dadas em uma entrevista concedida pelo papa aos jornalistas que o acompanharam no avião entre o Rio e Roma, entre eles a reportagem do Estado. Na conversa, a garantia do argentino de que o Vaticano tem como papa uma “pessoa normal”, um “pecador” e que vive junto com os demais religiosos porque morar no Palácio Apostólico o geraria problemas psicológicos. Trinta minutos depois de o voo decolar do Rio, o papa deixou sua primeira classe e cumpriu uma promessa que havia feito no voo de ida de Roma ao Brasil: responderia perguntas dos jornalistas. Mas poucos imaginaram que a conversa duraria quase uma hora e meia.
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Para o papa, o problema não é a existência do “lobby gay” dentro da Igreja, mas de qualquer lobby. “O problema não é ter essa tendência. Devemos ser como irmãos. O problema é o lobby dessas tendências de pessoas gananciosas, lobby político, mações e tantos outros lobbies. Esse é o principal problema”, disse.
Pela primeira vez, Francisco ainda deixou claro que, para ele, abusos sexuais contra menores por parte de religiosos não são apenas pecados, mas crimes que devem ser julgados.
Mas se a posição sobre os gays e sobre o abuso sexual pode representar uma mudança, Francisco deixou claro que não haverá uma nova opinião do Vaticano sobre a presença das mulheres na Igreja, sobre o aborto ou sobre o casamento homossexual.
O papa aproveitou a conversa para anunciar que vai exigir transparência e honestidade no Vaticano e garantiu que sua reforma vai continuar. “Esses escândalos fazem muito mal”, disse.
Antes de responder às perguntas, ele elogiou o “grande coração dos brasileiros”, disse que a viagem “fez bem para sua espiritualidade” e ainda disse que a organização do evento foi excelente. “Parecia um cronômetro”. Eis os principais trechos da entrevista:
Nestes quatro meses de pontificado, o senhor criou várias comissões. Que tipo de reforma do Vaticano o sr. tem em mente? O sr. quer suprimir o Banco do Vaticano?
Papa Francisco – Os passos que eu fui dando nestes quatro meses e meio vão em duas vertentes. O conteúdo do que quero fazer vem da congregação dos cardeais. Me lembro que os cardeais pediam muitas coisas para o novo papa, antes do conclave. Lembro-me que tinha muita coisa. Por exemplo, a comissão de oito cardeais, a importância de ter uma consulta de alguém de fora, e não uma consulta apenas interna. Isso vai na linha do amadurecimento da sinonalidade e do primado. Os vários episcopados do mundo vão se expressando e muitas propostas foram feitas, como a reforma da secretaria dos sínodos, para que a comissão sinodal tenha característica consultativa, como o consistório cardinalício com temáticas específicas, como a canonização. A vertente dos conteúdos vem dai.
A segunda é a oportunidade. A formação da primeira comissão não me custou mais de um mês. Já A parte econômica, eu pensava em tratar no ano que vem, porque não é a mais importante. Mas a agenda mudou devido a circunstâncias que vocês conhecem que é domínio público. O primeiro é o problema do Ior (Banco do Vaticano), como encaminhá-lo, como reformá-lo, como sanear o que há de ser sanado. E essa foi então a primeira comissão. Depois tivemos a comissão dos 15 cardeais que se ocupam dos assuntos econômicos da Santa Sé. E por isso decidimos fazer uma comissão para toda a economia da Santa Sé, uma única comissão de referência. Se notou que o problema econômico estava fora da agenda. Mas estas coisas acontecem. Quando estamos no governo, vamos por um lado, mas se chutam e fazem um golaço por outro lado, temos que atacar. A vida é assim. Eu não sei como o Ior vai ficar. Alguns acham melhor que seja um banco, outros acham que deveria ser um fundo, uma instituição de ajuda. Eu não sei. Eu confio no trabalho das pessoas que estão trabalhando sobre isso. O presidente do Ior permanece, o tesoureiro também, enquanto o diretor e o vice-diretor pediram demissão. Não sei como vai terminar essa história. E isso é bom. Não somos máquinas. Temos que achar o melhor. Mas o fato é que, seja o que for, tem que ser feita com transparência e honestidade.
Uma fotografia do sr. deu a volta ao mundo, quando o sr. desceu as escadas do helicóptero em Roma para embarcar para o Brasil carregando sua mala preta. Reportagens levantaram hipóteses também sobre o conteúdo da mala. Porque o sr. saiu carregando a maleta preta e não um de seus colaboradores? E o sr. poderia dizer o que tinha dentro?
Papa Francisco - Não tinha a chave da bomba atômica. Eu sempre fiz isso, Quando viajo, levo minhas coisas. E dentro o que tem? Um barbeador, um breviário (livro de liturgia), uma agenda, tinha um livro para ler, sobre Santa Terezinha. Sou devoto de Santa Terezinha. Eu sempre levei eu mesmo minha maleta. É normal. Nós temos que ser normais. É um pouco estranho isso que você me diz que a foto deu a volta ao mundo. Mas temos de nos habituar a sermos normais, à normalidade da vida.
Por que o senhor pede tanto para que rezem pelo senhor? Não é habitual ouvir de um papa que peça que rezem por ele.
Papa Francisco - Sempre pedi isso. Quanto era padre pedia, mas nem tanto e nem tão frequentemente. Comecei a pedir mais frequentemente quando passei a ser bispo. Porque eu sinto que se o senhor não ajuda nesse trabalho de ajudar aos outros, não se pode realizá-lo. Preciso da ajuda do senhor. Eu de verdade me sinto com tantos limites, tantos problemas, e também pecador. Peço a Nossa Senhora que reze por mim. É um hábito, mas que vem da necessidade. Eu sinto que devo pedir. Não sei…
Na busca de fazer as mudanças no Vaticano, o sr. disse que existem muitos santos que trabalham e outros um pouco menos santos. O sr. enfrenta resistências a essa sua vontade de mudar as coisas no Vaticano? O sr. vive num ambiente muito austero, de Santa Marta. Os seus colaboradores também vivem essa austeridade? Isso é algo apenas do sr. ou da comunidade?
Papa Francisco - As mudanças vem de duas vertentes: do que pediram os cardeais e também o que vem da minha personalidade. Você falou que eu fico na Santa Marta. Eu não poderia viver sozinho do Palácio, que não é luxuoso. O apartamento pontifício é grande, mas não é luxuoso. Mas eu não posso viver sozinho. Preciso de gente, falar com gente, trabalhar com as pessoas. Porque é que quando os meninos da escola jesuíta me perguntaram se eu estava aqui pela austeridade e pobreza, eu respondi: não, não. Psicologicamente, não posso. Cada um deve levar adiante sua vida, seguir seu modo de vida. Os cardeais que trabalham na Cúria não vivem como ricos. Tem apartamentos pequenos. São austeros. Os que eu conheço tem apartamentos pequenos. Cada um tem que viver como o senhor disse que tem que viver. A austeridade é necessária para todos. Trabalhamos à serviço da Igreja. É verdade que há sacerdotes e padres santos, gente que prega, que trabalha tanto, que trabalha e vai aos pobres, se preocupam garantir que os pobres comam. Tem santos na Cúria. Também tem alguns que não são muito santos. E são estes que fazem mais barulho. Faz mais barulho uma árvore que cai do que uma floresta que nasce. Isso me dói. Porque são alguns que causam escândalos. Temos o monsenhor que foi para a cadeia (por lavagem de dinheiro). São escândalos que fazem mal. Uma coisa que nunca disse : a Cúria deveria ter o nível que tinham os velhos padres, pessoas que trabalham. Os velhos membros da Cúria. Precisamos deles. Precisamos do perfil do velho da Cúria. Sobre a resistência, se tem, eu ainda não vi. É verdade que aconteceram muitas coisas. Mas eu preciso dizer: eu encontrei ajuda, encontrei pessoas leais. Por exemplo, eu gosto quando alguém me diz: “eu não estou de acordo”. Esse é um verdadeiro colaborador. Mas quando vejo alguém que diz: “ah, que belo, que belo”, e depois dizem o contrario por trás, isso não ajuda.
O mundo mudou, os jovens mudaram. Temos no Brasil muitos jovens, mas o senhor não falou de aborto, sobre a posição do Vaticano sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo. No Brasil foram aprovadas leis que ampliam os direitos para estes casamentos em relação ao aborto. Por que o senhor não falou sobre isso?
Papa Francisco - A Igreja já se expressou perfeitamente sobre isso. Eu não queria voltar sobre isso. Não era necessário, como também não falei sobre outros assuntos. Eu também não falei sobre o roubo, sobre a mentira. Para isso, a Igreja tem um doutrina clara. Queria falar de coisas positivas, que abrem caminho aos jovens. Além disso, os jovens sabem perfeitamente qual a posição da igreja.
E qual é a do Papa?
Papa Francisco - É a da Igreja, eu sou filho da Igreja.

Qual o sentido mais profundo de se apresentar como o bispo de Roma?
Papa Francisco - Não se deve andar mais adiante do que o que se fala. O papa é bispo de Roma e por isso é papa, que é o sucessor de Pedro. Pensar que isso quer dizer que é o primeiro, não é o caso. Não é esse o sentido. O primeiro sentido do papa é ser o bispo de Roma.
O sr. teve sua primeira experiência de massas no Rio. Como o sr. se sente como papa? É muito trabalho?
Papa Francisco - Ser bispo é lindo. O problema é quando um pessoa busca ter esse trabalho. Assim não é tão belo. Mas quando um senhor chama para ser bispo, isso é belo. Tem sempre o perigo e pecado de pensar com superioridade, como ser um príncipe. Mas o trabalho é belo. Ajudar o irmão a ir adiante. Tem o filtro da estrada. O bispo tem que indicar o caminho. Eu gosto de ser bispo. Em Buenos Aires, eu era tão feliz. Como padre eu era feliz. Como bispo, eu era feliz e isso me faz bem.
E como papa?
Papa Francisco - Se você faz o que o Senhor quer, é feliz. Isso é meu sentimento.
Vimos o sr. cheio de energia e, agora, enquanto o avião se mexe muito, vemos agora com muita tranquilidade de pé. Fala-se muito das próximas viagens. O sr. já tem um calendário?
Papa Francisco - Definido, definido não há nada. Mas posso dizer algumas coisas que estamos pensando. No dia 22 de setembro, Cagliari. Depois, no 4 de outubro, para Assis. Tenho em mente, dentro da Itália, ir ver minha família. Pegar um avião pela manhã e voltar com outro pela noite. Meus familiares, pobres, me ligam. Temos uma boa relação com eles. Fora da Itália o patriarca Bartolomeu I quer fazer um encontro para comemorar os 50 anos do encontro Atenágoras e Paulo VI em Jerusalém. O governo israelense nos fez um convite especial. O governo da Autoridade Palestina acredito que fez o mesmo. Isso está sendo pensado. Na América Latina, acredito que há possibilidades de voltar, porque o papa latino-americano, que acaba de fazer sua primeira viagem à América Latina….Adeus! Devemos esperar um pouco. Acredito que se possa ir à Ásia, mas está tudo no ar. Tive convites para ir ao Sri Lanka e Filipinas. Para a Ásia precisamos ir. Bento XVI não teve tempo.
E para a Argentina?
Papa Francisco - Isso pode esperar um pouco. As outras viagens tem prioridade.
No encontro com os argentinos, o sr. disse que se sentia enjaulado. Por quê?
Papa Francisco - Vocês sabem que eu tenho vontade de passear pelas ruas de Roma? Adoro andar pelas ruas. E por isso me sinto um pouco enjaulado. Mas tenho que dizer que a Gendarmeria vaticana é boa. Agora me deixam fazer algumas coisas mais. Mas seu dever é garantir minha segurança. Enjaulado nesse sentido, de que gostaria de estar nas ruas. Mas entendo que não é possível. Em Buenos Aires, eu era um sacerdote das ruas.
A igreja no Brasil está perdendo fiéis. A Renovação Carismática é uma possibilidade para evitar que eles sigam para as igrejas pentecostais?
Papa Francisco - É verdade, as estatísticas mostram. Falamos sobre isso ontem com os bispos brasileiros. E isso é um problema que incomoda os bispos brasileiros. Eu vou dizer uma coisa: nos anos 1970, início dos 1980, eu não podia nem vê-los. Uma vez, falando sobre eles, disse a seguinte frase: eles confundem uma celebração musical com uma escola de samba. Eu me arrependi. Vi que os movimentos bem assessorados trilharam um bom caminho. Agora, vejo que esse movimento faz muito bem à igreja em geral. Em Buenos Aires, eu fazia uma missa com eles uma vez por ano, na catedral. Vi o bem que eles faziam. Neste momento da igreja, creio que os movimentos são necessários. Esses movimentos são um graça para a igreja. A Renovação Carismática não serve apenas para evitar que alguns sigam os pentecostais. Eles são importantes para a própria igreja, a igreja que se renova.
O senhor disse que está cansado. Há algum tratamento especial neste voo?
Papa Francisco - Sim, estou cansado. Não há nenhum tratamento especial neste voo. Na frente, tem uma bela poltrona. Escrevi para dizer que não queria tratamento especial.
A igreja sem a mulher perde a fecundidade? Quais as medidas concretas?
Papa Francisco - Uma igreja sem as mulheres é como o colégio apostólico sem Maria. O papal da mulher na igreja não é só maternidade, a mãe da família. É muito mais forte. A mulher ajuda a igreja a crescer. E pensar que a Nossa Senhora é mais importante do que os apóstolos! A igreja é feminina, esposa, mãe. O papel da mulher na igreja não deve ser só o de mãe e com um trabalho limitado. Não, tem outra coisa. O papa Paulo XI escreveu uma coisa belíssima sobre as mulheres. Creio que se deva ir adiante com esse papel. Não se pode entender uma igreja sem uma mulher ativa. Um exemplo histórico: para mim, as mulheres paraguaias são as mais gloriosas da América Latina. Sobraram, depois da guerra (1864-1870), oito mulheres para cada homem. E essas mulheres fizeram uma escolha um pouco difícil. A escolha de ter filhos para salvar a pátria, a cultura, a fé, a língua. Na igreja, se deve pensar nas mulheres sob essa perspectiva. Escolhas de risco, mas como mulher. Acredito que, até agora, não fizemos uma profunda teologia sobre a mulher. Somente um pouco aqui, um pouco lá. Tem a que faz a leitura, a presidente da Cáritas, mas há mais o que fazer. É necessário fazer uma profunda teologia da mulher. Isso é o que eu penso.
O que sr. pensa sobre a ordenação das mulheres?
Papa Francisco - Sobre a ordenação, a Igreja já falou e disse que não. João Paulo II disse com uma formulação definitiva. Essa porta está fechada. Nossa senhora, Maria, é mais importante que os apóstolos. A mulher na igreja é mais importante que os bispos e os padres. Acredito que falte uma especificação teológica.
Queremos saber qual a sua relação de trabalho com Bento XVI, não a amistosa, a de colaboração. Não houve antes uma circunstância assim. Os contatos são frequentes?
Papa Francisco - A última vez que houve dois ou três papa, eles não se falavam. Estavam brigando entre si, para ver quem era o verdadeiro. Eu fiquei muito feliz quando se tornou papa. Também, quando renunciou, foi, pra mim, um exemplo muito grande. É um homem de Deus, de reza. Hoje, ele mora no Vaticano. Alguns me perguntam: como dois papas podem viver no Vaticano? Eu achei uma frase para explicar isso. É como ter um avô em casa. Um avô sábio. Na família, um avô é amado, admirado. Ele é um homem com prudência. Eu o convidei para vir comigo em algumas ocasiões. Ele prefere ficar reservado. Se eu tenho alguma dificuldade, não entendo alguma coisa, posso ir até ele. Sobre o problema grave do Vatileaks [vazamento de documentos secretos], ele me disse tudo com simplicidade. Tem uma coisa que não sei se vocês sabem: em 8 de fevereiro, no discurso, ele falou: “Entre vocês está o próximo papa. Eu prometo obediência”. Isso é grande.
Nesta viagem, o sr. falou de misericórdia. Sobre o acesso aos sacramentos dos divorciados, existe a possibilidade de mudar alguma coisa na disciplina da igreja?
Papa Francisco - Essa é uma pergunta que sempre se faz. A misericórdia é maior do que o exemplo que você deu. Essa mudança de época e também tantos problemas na igreja, como alguns testemunhos de alguns padres, problemas de corrupção, do clericalismo… A igreja é mãe. Ela cura os feridos. Ela não se cansa de perdoar. Os divorciados podem fazer a comunhão. Não podem quando estão na segunda união. Esse problema deve ser estudado pela pastoral matrimonial. Há 15 dias, esteve comigo o secretário do sínodo dos bispos, para discutir o tema do próximo sínodo. E posso dizer que estamos a caminho de uma pastoral matrimonial mais profunda. O cardeal Guarantino disse ao meu antecessor que a metade dos matrimônios é nula. Porque as pessoas se casam sem maturidade ou porque socialmente devem se casar. Isso também entra na Pastoral do Matrimônio. A questão da anulação do casamento deve ser revisada. Também é preciso analisar os problemas judiciais de anular um matrimônio. Porque os…eclesiástico não bastam para isso. É complexo o problema da anulação do matrimônio.
Como Papa, o senhor ainda pensa como um jesuíta?
Papa Francisco - É uma pergunta teológica. Os jesuítas fazem votos de obedecer ao Papa. Mas se o Papa se torna um jesuíta, talvez devem fazer votos gerais dos jesuítas. Eu me sinto jesuíta na minha espiritualidade, a que tenho no coração. Não mudei de espiritualidade. Sou Francisco franciscano. Me sinto jesuíta e penso como jesuíta.
Em quatro meses de Pontificado, pode nos fazer um pequeno balanço e dizer o que foi o pior e o melhor de ser Papa? O que mais o surpreendeu neste período?
Papa Francisco - Não sei como responder isso, de verdade. Coisas ruins, ruins, não aconteceram. Coisas belas, sim. Por exemplo, o encontro com os bispos italianos, que foi tão bonito. Como bispo da capital da Itália, me senti em casa com eles. Uma coisa dolorosa foi a visita a Lampedusa, me fez chorar. Mas me fez bem. Quando chegam estes barcos (com imigrantes), e que os deixam a algumas milhas de distância da costa e eles têm que chegar (à costa) sozinhos, isso me dói porque penso que estas pessoas são vítimas do sistema sócio-econômico mundial. Mas a coisa pior é um dor ciática, é verdade, tive isso no primeiro mês. É verdade! Para uma entrevista, tive que me acomodar numa poltrona e isso me fez mal, doía muito, não desejo isso a ninguém. O encontro com os seminaristas religiosos foi belíssimo. Também o encontro com os alunos do colégio jesuíta foi belíssimo. As pessoas…conheci tantas pessoas boas no Vaticano. Isso é verdade, eu faço justiça. Tantas pessoas boas, mas boas, boas, boas.
O senhor se assustou quando viu o informe sobre o Vatileaks?
Papa Francisco - Não. Vou contar uma anedota sobre o informe do Vatileaks. Quando fui ver o Papa Bento, ele disse: aqui está uma caixa com tudo o que disseram as testemunhas. Havia ainda um envelope com o resumo. E ele sabia tudo de memória. Mas não, não me assustei. São problemas grandes, mas não me assustei.
O sr. tem a esperança de que esta viagem ao Brasil contribua para trazer de volta os fiéis?
Papa Francisco - Uma viagem Papa sempre faz bem. E creio que a viagem ao Brasil fará bem, não apenas a presença do Papa. Esta Jornada da Juventude, eles (os brasileiros) se mobilizaram e vão ajudar muito a Igreja. Tantos fiéis que foram se sentem felizes (por terem ido). Acho que vai ser positivo não só pela viagem, mas pela Jornada, que foi um evento maravilhoso.
Os argentinos se perguntam: o sr. não sente falta de estar em Buenos Aires, pegar um ônibus?
Papa Francisco - Buenos Aires, sim, sinto falta. Mas é uma saudade serena.
Hoje os ortodoxos festejam mil anos do cristianismo. Seu comentário.
Papa Francisco - As igrejas ortodoxas conservaram a liturgia tão bem, no sentido da adoração. Eles louvam Deus, adoram Deus, cantam Deus. O tempo não conta. O centro é Deus e isso é uma riqueza. Luz é oriente. E o ocidente, luxo. O consumismo nos faz tão mal. Quando se lê Dostoievski, que acho que todos nós devemos ler, precisamos deste ar fresco do oriente, desta luz do oriente.
O que o senhor pretende fazer em relação ao monsenhor Ricca (acusado de ter amantes) e como o sr. pretende enfrentar toda esta questão do lobby gay?
Papa Francisco - Sobre monsenhor Ricca, fiz o que o direito canônico manda fazer, que é a investigação prévia. E nesta investigação, não tem nada do que o acusam. Não achamos nada. É a minha resposta. Mas eu gostaria de dizer outra coisa sobre isso. Vejo que muitas vezes na Igreja se busca os pecados de juventude, por exemplo. Abuso de menores é diferente. Mas, se uma pessoa, seja laica ou padre ou freira, pecou e esconde, o Senhor perdoa. Quando o senhor perdoa, o senhor esquece. E isso é importante para a nossa vida. Quando vamos confessar e nós dizemos que pecamos, o senhor esquece e nós não temos o direito de não esquecer. Isso é um perigo. O que é importante é uma teologia do pecado. Tantas vezes penso em São Pedro, que cometeu tantos pecados e venerava Cristo. E este pecador foi transformado em Papa. Neste caso, nós tivemos uma rápida investigação e não encontramos nada.
Vocês vêm muita coisa escrita sobre o gay lobby. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com uma carteira de identidade do Vaticano dizendo que é gay. Dizem que há alguns. Acho que quando alguém se vê com uma pessoa assim deve distinguir entre o fato de que uma pessoa é gay e fazer um lobby gay, porque todos os lobbys não são bons. Isso é o que é ruim. Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu, por caridade, pra julgá-la? O catecismo da Igreja católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser discriminados por causa disso, mas devem ser integrados na sociedade. O problema não é ter essa tendência. Não! Devemos ser como irmãos. O problema é fazer lobby, o lobby dos avaros, o lobby dos políticos, tantos lobbys. Esse é o pior problema.

Fonte: CNBB

Polônia receberá jovens com coração aberto, diz Cardeal de Cracóvia

Opus Dei
Aguardamos ansiosos para fazer vigília com os sentinelas da manhã nas festividades em Cracóvia, disse o cardeal
Após o anúncio de que a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será em Cracóvia, na Polônia, em 2016, o cardeal arcebispo metropolitano da cidade, Dom Stanislaw Dziwisz, afirmou que receber o evento será uma "honra e grande responsabilidade".

O cardeal recordou que o encontro mundial acontecerá no mesmo ano em que será celebrado o 1050° ano do Batismo da Polônia. E disse se alegrar pelo Papa Francisco ter aceito o convite das autoridades e do episcopado polonês para realizar a jornada do país. "Com isto, ele respondeu ao desejo de tantos jovens que há tempo desejam celebrar sua fé no país e na cidade de Karol Wojtyła".

Leia a nota na íntegra:

“Recebi com grande alegria a mensagem anunciada pelo Papa Francisco de que a próxima Jornada Mundial da Juventude será realizada na Polônia no ano 2016. É uma alegria, uma honra e grande responsabilidade para nós. Será no mesmo ano em que celebraremos o 1050° ano do Batismo da Polônia.

Com toda a Igreja na Polônia, eu me alegro porque o Papa Francisco aceitou o convite a ele dirigido pelas autoridades da República da Polônia e o Episcopado Polonês. Com isto, ele respondeu ao desejo de tantos jovens que há tempo desejam celebrar sua fé no país e na cidade de Karol Wojtyła, ele que desde a cidade de Cracóvia partiu em outubro de 1978 para a Cidade Eterna, e quem como João Paulo II, Bispo de Roma, instituiu as Jornadas Mundiais da Juventude.

Dentre as diversas iniciativas pastorais de João Paulo II, as Jornadas Mundiais da Juventude sem dúvida têm sido de grande sucesso, abrangentes e frutuosas. O Santo Padre, desde o começo, viu nos jovens "sentinelas da manhã" (cf. Isaías 21, 11-12), fazendo vigília ao amanhecer do Terceiro Milênio (Tor Vergata, 19 de agosto de 2000).

Hoje, a Polônia e Cracóvia abrem seus corações, para que daqui a três anos possam acolher os jovens peregrinos sob a liderança do Papa Francisco.

Nós estamos gratos ao Papa por sua decisão de visitar o país do Beato (que em pouco será Santo) João Paulo II, e aguardamos ansiosos para fazer vigília com os "sentinelas da manhã" nas festividades em Cracóvia.

Santo Padre Francisco, aguardamos ansiosos e com alegria a sua vinda e a chegada de nossos jovens amigos”.

Cardeal Stanislaw Dziwisz
Arcebispo Metropolitano de Cracóvia

Fonte: Canção Nova

Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé: Papa Francisco dá impulso à renovação da Igreja

No final da manhã desta segunda-feira o Papa Francisco chegou a Roma, concluindo assim a primeira viagem apostólica internacional de seu Pontificado. Ponto alto desta XXVIII Jornada Mundial da Juventude, a missa de encerramento, celebrada na praia de Copacabana, teve a participação de mais de três milhões de pessoas. Sobre a viagem, eis o comentário do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, feito ainda em terras brasileiras:

Pe. Federico Lombardi:- "Certamente a atração do Papa Francisco como primeiro Papa latino-americano e a sua capacidade de comunicação contribuíram para o bom êxito – digamos assim – do ponto de vista exterior desta manifestação. Mas esperamos que tenha tido um bom êxito também do ponto de vista interior, de modo a colher a mensagem que o Papa quis dar, que as JMJ em si querem dar. Parece-me que esse tema da missionariedade, este tema da responsabilidade, com compromisso dos jovens, do não ter medo, do superar as dificuldades que se lhes são apresentadas ao longo do caminho e desejar construir juntos aos outros, inserindo-se na sociedade num modo ativo e com a ajuda de todas as outras partes, os outros componentes da sociedade, seja uma mensagem muito rica, que impressionou profundamente. Diria que talvez essa seja, de certo modo, a originalidade da mensagem desta JMJ, aquilo a que o Papa se propunha: viver um encontro com a juventude, como inserida na sociedade e na Igreja em seu conjunto. Com os discursos que fez, com os atos realizados, tanto de atenção aos pobres e às pessoas em dificuldade, aos jovens em dificuldade, bem como com a sociedade social, que tenha realmente entabulado um diálogo com uma realidade muito ampla, em que os jovens estão inseridos. Portanto, um discurso aos jovens, mas também um discurso para todos nós. Parece-me que tenha conseguido isso num modo muito eficaz e era certamente a intenção do Papa Francisco. Também os dois grandes discursos, o que foi feito para os bispos brasileiros e o que fez para o Celam, mostram justamente um contexto amplo, continental, em que este evento se insere e dá também uma grande perspectiva sobre seu modo de viver e de apresentar hoje a missão da Igreja."

RV: Que significado se pode dar para a escolha de Cracóvia2016, segunda sede da JMJ em terra polonesa, após Czestochowa1991?

Pe. Federico Lombardi:-
 "Sabemos que o Cardeal Dziwisz propunha, com muita convicção, Cracóvia como meta da próxima etapa do caminho das JMJ e podemos muito bem entender isso, porque – entre outras coisas – teremos a canonização de João Paulo II, que foi o inventor, podemos dizer, das JMJ, e – como diz o arcebispo de Cracóvia – as JMJ foram provavelmente uma das intuições mais fecundas ao longo de seu Pontificado. Portanto, é justo, é belo que a juventude do mundo possa peregrinar também para a terra do futuro novo santo, que esteve na origem desta convocação mundial dos jovens, que dá tanta coragem, tanto entusiasmo e tanta orientação à juventude do mundo inteiro."

RV: Pe. Lombardi, que balanço podemos fazer da primeira visita apostólica internacional do Papa Francisco?

Pe. Federico Lombardi:- 
"Creio que tenha sido uma viagem que obteve plenamente seu bom êxito e alcançou suas finalidades. É também uma viagem que falou à juventude do mundo reunida aqui no Rio, mas também falou muito ao Brasil e ao subcontinente latino-americano. Vimos o Papa – de certo modo – em seu ambiente, em sua terra, falando espontaneamente a sua língua: de fato falou muito em espanhol. Estava absolutamente inserido num ambiente com o qual era perfeitamente capaz de interagir, de estabelecer um colóquio e de lançar mensagens fortes. Inclusive usou expressões muito concretas, muito eficazes. Ele o faz sempre: em Roma faz isso muitas vezes... Mas aqui pareceu fazê-lo ainda com mais espontaneidade. Num certo sentido, também para nós foi um modo para conhecer melhor o Papa latino-americano em seu contexto. E diria que, vendo a eficácia de sua relação pastoral e de orientação com esta terra, entendemos melhor como o ter um Papa latino-americano e como a dinâmica da Igreja neste continente, que ele encoraja muitíssimo – sempre fazendo referência a Aparecida, ao grande encontro dos bispos e à continuidade com este grande evento de Igreja –, é uma riqueza para a Igreja no mundo inteiro, que pode provavelmente dar uma contribuição, aquilo que sempre dissemos com palavras, mas que agora o experimentamos na prática: como de uma Igreja viva, dinâmica como a Igreja latino-americana, encorajada a ser ela mesma com toda a sua riqueza de jovialidade e de espontaneidade, pode vir um novo encorajamento à Igreja no mundo inteiro. Certamente à Igreja europeia que se sente, por exemplo, mais cansada ou mais habitudinária; e provavelmente também aos outros continentes. Portanto, diria que tivemos plenamente um bom êxito da JMJ, com uma grande e intensa participação dos jovens, bem como também vimos o Papa oferecer o seu credibilíssimo serviço de pastor universal à Igreja no continente que há mais católicos em todo o mundo e daqui indicar também à Igreja no mundo inteiro um caminho de renovação, de revigoramento que será precioso para todos."

Fonte: Católica.net

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Discurso do Papa em Copacabana: "o Cristo Redentor nos abraça e abençoa"

discurso4 20130725183024A Cerimônia de Acolhida da JMJ Rio 2013 ao Papa Francisco foi realizada para milhares de jovens na quinta-feira, 25 de julho, em Copacabana. Veja a íntegra do discurso do Papa Francisco:

“Querido jovens, boa tarde!
Vejo em vocês a beleza do rosto jovem de Cristo e meu coração se enche de alegria! Lembro-me da primeira Jornada Mundial da Juventude a nível internacional. Foi celebrada em 1987 na Argentina, na minha cidade de Buenos Aires.
Do Corcovado, o Cristo Redentor nos abraça e abençoa.”
Guardo vivas na memória estas palavras do Bem-aventurado João Paulo II aos jovens: “Tenho muita esperança em vocês! Espero, sobretudo, que renovem a fidelidade de vocês a Jesus Cristo e à sua cruz redentora”.
Antes de continuar, queria lembrar o trágico acidente na Guiana Francesa, no qual a jovem Sophie Morinière perdeu a vida, e que deixou outros jovens feridos. Convido-lhes a fazer um minuto de silêncio e dirigir ao Senhor nossa oração por Sophie, pelos feridos e pelos familiares.
Este ano, a Jornada volta, pela segunda vez à América Latina. E vocês, jovens, responderam numerosos ao convite do Papa Bento XVI, que lhes convocou para celebrá-la. Agradecemos-lhe de todo coração! O meu olhar se estende por esta grande multidão: vocês são muitíssimos!
Nesta semana, o Rio se torna o centro da Igreja, o seu coração vivo e jovem, pois vocês responderam com generosidade e coragem ao convite que Jesus lhes fez de permanecerem com Ele, de serem seus amigos.Vocês vêm de todos os continentes! Normalmente vocês estão distantes não somente do ponto de vista geográfico, mas também do ponto de vista existencial, cultural, social, humano. Mas hoje vocês estão aqui, ou melhor, hoje estamos aqui, juntos, unidos para partilhar a fé e a alegria do encontro com Cristo, de ser seus discípulos.
O “trem” desta Jornada Mundial da Juventude veio de longe e atravessou toda a Nação brasileira seguindo as etapas do projeto “Bote Fé”. Hoje chegou ao Rio de Janeiro. Do Corcovado, o Cristo Redentor nos abraça e abençoa. Olhando para este mar, para a praia e todos vocês, me vem ao pensamento o momento em que Jesus chamou os primeiros discípulos a segui-lo nas margens do lago de Tiberíades.
Hoje Jesus ainda pergunta: Você quer ser meu discípulo? Você quer ser meu amigo? Você quer ser testemunha do meu Evangelho? No coração do Ano da Fé, estas perguntas nos convidam a renovar nosso compromisso de cristãos. Suas famílias e comunidades locais transmitiram a vocês o grande dom da fé; Cristo cresceu em vocês.
Hoje, vim para lhes confirmar nesta fé, a fé no Cristo Vivo que mora dentro de vocês; mas vim também para ser confirmado pelo entusiasmo da fé de vocês! Saúdo a todos com muito carinho. A vocês, aqui congregados dos cinco continentes e, por meio de vocês, a todos os jovens do mundo, particularmente aqueles que não puderam vir ao Rio de Janeiro, mas estão em ligação conosco através do rádio, televisão, internet, digo: Bem-vindos a esta grande festa da fé!
f 188856 foto bandEm várias partes do mundo, neste mesmo instante, muitos jovens estão reunidos para viver juntos este momento: sintamo-nos unidos uns com os outros, na alegria, na amizade, na fé.
E tenham certeza: o meu coração de Pastor abraça a todos com afeto universal. O Cristo Redentor, do alto da montanha do Corcovado, lhes acolhe na Cidade Maravilhosa.
Quero saudar o presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, estimado cardeal Estanislau Rylko, e todos aqueles que com ele trabalham. Agradeço a Dom Orani João Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, pela cordialidade com que me recebeu e pelo grande trabalho realizado para preparar esta Jornada Mundial da Juventude, junto com as diversas dioceses desse imenso Brasil.
Agradeço a todas as autoridades nacionais, estaduais e locais, além de outros envolvidos, para concretizar esse momento único de celebração da unidade, da fé e da fraternidade. Obrigado aos irmãos no Episcopado, aos sacerdotes, seminaristas, pessoas consagradas e fiéis que acompanham os jovens de diferentes partes do nosso planeta, na sua peregrinação rumo a Jesus.
A todos e a cada um meu abraço afetuoso no Senhor.
Irmãos e amigos, bem-vindos à vigésima oitava Jornada Mundial da Juventude, nesta cidade maravilhosa do Rio de Janeiro”.

Fonte: CNBB

Peregrinos da JMJ Rio 2013 participam de Via Sacra nesta sexta-feira

madri-225x300A Via Sacra é a grande atração da Jornada Mundial de Juventude Rio2013 nesta sexta-feira, dia 26 de julho, prevista para começar às 18h, em Copacabana. O ato será composto por 14 estações, sendo 13 delas encenadas ao longo de cerca de um quilômetro do canteiro central da Avenida Atlântica e, a última, no palco central.
As estações farão a reprodução do trajeto percorrido por Jesus na cidade de Jerusalém, retratado em cenários cariocas, como a Pedra do Arpoador e Escadaria Selarón, na Lapa. Cada uma delas terá um tema relacionado às questões da juventude no mundo contemporâneo: “jovem missionário”, “jovem convertido”, “jovem de comunidade de recuperação”, “jovem falando em nome das mães”, “seminarista”, “religiosa que luta pela vida”, “casal de namorados”, “jovem falando pelas mulheres que sofrem”, “estudante cadeirante”, “jovem das redes sociais”, “presidiário ou jovem da pastoral penal”, “jovem com doença terminal”, “jovem deficiente auditivo” e “jovens da África, América do Norte, da América Latina e do Caribe, da Europa, da Ásia e da Oceania”. A primeira estação está localizada na altura da Rua Paula Freitas e o palco principal fica próximo ao Hotel Windsor.
“A Via Sacra falará com os jovens. Mostraremos como a história desse caminho de sofrimento de Cristo dialoga hoje com as dificuldades do jovem contemporâneo. É uma Via Sacra que tem uma mensagem de solidariedade. Não iremos só falar dessas questões, mas chamar o espírito dos jovens à ação solidária e cristã”, afirmou o diretor artístico, Ravel Cabral.
O Papa Francisco presidirá a Via Sacra do palco central. Além da encenação nas 13 estações, também haverá uma representação de tudo o que está acontecendo no palco principal. “A ideia é que o Santo Padre participe de modo real de tudo o que está sendo encenado em cada uma das estações”, explicou o diretor geral, Ulysses Cruz.
O elenco da Via Sacra é composto por cerca de 300 pessoas. A atriz Cássia Kis interpretará Maria. Para ela, fazer o papel da mãe de Jesus será uma oportunidade de abrir seu coração para viver tudo o que há de bom em seu interior. “Quero aproveitar a presença do Papa e colaborar para que as pessoas experimentem um momento muito especial e divino. A fé é deixar essa chama pequenininha vir grande dentro de você. Essa celebração toda existe para a gente despertar o nosso melhor dentro de cada um, que é a comunhão com Cristo”, enfatizou.
Além dela, também foram convidados a apresentadora Ana Maria Braga, a atriz Lívian Aragão e os atores Murilo Rosa e Eriberto Leão. Todos devem falar pequenos depoimentos que antecedem a meditação de trechos bíblicos.
O ato também contará com um cortejo da cruz peregrina, que passará por todas as estações. Este grupo será composto por 30 coroinhas, 36 oficiais da Marinha, 100 voluntários que estarão com as bandeiras dos países que estão participando da JMJ, 40 voluntários com matracas, além da guarda de honra da cruz, formada por 20 jovens representando etnias dos cinco continentes.
A recepção do Pontífice no palco será ao som da música “Peregrino Incansável”, cantada por Ziza Fernandes. Já a despedida será embalada pela canção “A Esperança entre Nós”, cantada por jovens cantores católicos de todo o mundo, entre eles Emanuel, Ana Lúcia, Maíra Jaber, Leandro Souza, Flavianne Montenegro e Martin Duarte. Outra curiosidade é que toda a parte musical da Via Sacra foi inspirada na obra de Beethoven, que é o compositor preferido do Papa Francisco.
Programação começa às 14h com DJ’s
Antes da Via Sacra, que está prevista para começar às 18h, haverá uma grande festa com atrações nacionais e internacionais. DJ’s católicos dão início à programação, às 14h, e, em seguida, a Banda Vida Reluz conduz as orações e cantos do Terço da Misericórdia. Artistas como Kiki Troia (Argentina), Judy Bailey (Alemanha), Matt Maher (Estados Unidos), Son By Four (Porto Rico), Cardiac Move (Alemanha), Olívia Ferreira e Irmã Kelly Patrícia irão animar o público e se apresentarão antes e após a Via Sacra.
Equipe Via Sacra:
Autores dos textos: José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho) e João Carlos Almeida (Padre Joãozinho)
Direção: Ravel Cabral
Direção de Movimento: Janice Botelho
Direção Musical: Roger Henri
Cenografia: Abel Gomes
Concepção e Direção Geral: Ulysses Cruz
Artistas participantes – 26 de julho
Martín Valverde (Costa Rica / México), Kiki Troia (Argentina), Judy Bailey (Alemanha), Matt Maher (Estados Unidos), Son By Four (Porto Rico), Cardiac Move (Alemanha), Martin Duarte (Argentina), Ziza Fernandes (Brasil), Banda Vida Reluz (Brasil), Cantores de Deus (Brasil), Olívia Ferreira (Brasil), Irmã Kelly Patrícia (Brasil), Ricardo Sá/ Comunidade Canção Nova (Brasil), Dunga/ Comunidade Canção Nova (Brasil), Eliana Ribeiro/ Comunidade Canção Nova (Brasil), Nelsinho/ Comunidade Canção Nova (Brasil), Márcio Pacheco (Brasil), Flavinho (Brasil), DJ Odilon (Brasil), DJ Piedade (Brasil), DJ Gogan (Brasil).

Fonte : CNBB

sábado, 20 de julho de 2013

Pré-Jornada Missionária faz Oficina de Oração na Catedral e debate o tema: “Reza, Ama e Anuncia”



A Catedral de Nossa Senhora da Conceição, no centro de Campina Grande, realizou na noite desta sexta-feira (19), no Salão Paroquial, uma Oficina de Oração debatendo o tema “Reza, Ama e Anuncia”. A oficina teve como palestrante Ricardo Antônio, responsável pelo Setor Juventude da Comunidade São Pio X, que destacou a importância da oração para os cristãos e citou os vários tipos de oração.

Durante a oficina, Ricardo disse que a oração é a comunicação do cristão com Deus e que não há esta comunicação sem o ato de orar. Ele lembrou que, ultimamente, muitos cristãos estão perdendo o hábito da oração, preenchendo o tempo com coisas do mundo, como televisão, internet, conversas na rua, saídas para barzinhos, dentre outros.

“Temos tempo para a TV, para a internet, para fofocar, para conversar com amigos, mas não temos tempo para conversar com o nosso melhor amigo, que é Jesus. Muitas vezes ficamos na internet, à noite, até tarde e quando vamos para a cama, não dá para orar porque estamos cansados, com sono. E acabamos não dedicando um tempinho para Deus, para a oração”, lembrou ele.

Ricardo, que é membro da Comunidade São Pio X há mais de 10 anos, também lembrou a importância da oração em família. “Você tem tido tempo de orar com sua família?”, perguntou ele às pessoas da plateia, formada basicamente por membros de pastorais, jovens e fiéis que frequentam as Missas da Catedral.

Formas e tipos de oração – Ricardo lembrou que existem formas e tipos diferentes de oração. Dente os tipos, ele citou as orações de súplica, de intenção, de agradecimento e de louvor. “Na oração de súplica você vai pedir a Deus o que você precisa. É uma intenção particular. Na de intenção você ora por uma pessoa que está necessitando. É bom que se ressalte que o cristão tem o dever de interceder”, lembrou ele.

“Na oração de agradecimento você agradece a Deus pelo que ele faz. Muitas vezes, pedimos tanto e não temos a disposição para agradecer. Às vezes, Deus não nos dá aquilo que pedimos porque, naquele instante, não temos maturidade suficiente para receber. Na oração de louvor, você louva ao Senhor por aquilo que Ele é. Você reconhece o senhorio de Jesus, o que Ele representa em nossas vidas”, disse Ricardo.

Ainda dentro do tema proposto, Ricardo falou do amor verdadeiro, lembrando que, atualmente, muitas pessoas desvirtuam o verdadeiro significado do amor. “Hoje o mundo fala que amor é prazer. Amor é doação, é caridade, é entrega, é ajuda, é doar-se. Amor não é sentimento, é decisão. Decisão de amar a Deus, a si próprio e ao próximo”.

Ele finalizou lembrando que o maior exemplo de amor foi dado por Deus, ao oferecer o seu Filho unigênito para o sacrifício, em nome do amor que tem pela humanidade. “O maior exemplo de amor do mundo é o de Deus, que deu o seu Filho único por amor a todos nós. Não existe prova de amor maior”.

A oficina de oração foi encerrada com um sócio-drama enfocando a aparição do
Anjo Gabriel a Maria, para anunciar que ela daria à luz o Filho de Deus. Em seguida foi servido um lanche aos presentes.

A programação da Pré-Jornada Missionária será encerrada neste sábado, dia 20 de julho, às 15h, com a Missa de Encerramento no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, de onde os fiéis – sobretudo jovens que vão para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro e ainda não viajaram e familiares destes jovens – sairão em caminhada rumo ao Parque do Povo, onde ocorrerá um show com Lívia Farias e Sussa de Monteiro.



Texto e fotos: Equipe de Comunicação da Pré-Jornada da Catedral 


Missa e gesto concreto na Comunidade de Santa Madalena dentro da Pré-Jornada da Catedral



Segunda noite de Espiritualidade - Senhor Eu Quero Resnascer



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Momento de Espiritualização - Palestra sobre Livre Arbítrio

Na noite desta quarta feira durante as atividades da Semana Missionária tivemos mais um momento de espiritualidade, que contou inicialmente com a participação da Banda Ágape da Crisma Catedral e seguiu com uma palestra sobre Livre Arbítrio com o palestrante João Alfredo.
Segue abaixo vídeos dos momentos de ontem!

Banda Ágape - Crisma Catedral

Palestra de João Alfredo:

Parte 1

Parte 2
Parte 3


Veja mais vídeos no nosso canal do Youtube CLICANDO AQUI!

Clique aqui e veja as fotos deste evento!

Missa pelos jovens de CG que irão para a Jornada Mundial da Juventude tem homenagens e lançamento de selo especial

 A Catedral de Nossa Senhora da Conceição, no centro de Campina Grande, realizou na noite desta terça-feira (16) uma Missa pelos jovens da Diocese que irão participar da Jornada Mundial da Juventude – JMJ, de 23 a 28 deste mês, no Rio de Janeiro, com a presença do Papa Francisco, reunindo jovens do mundo inteiro. A celebração foi presidida  pelo Bispo Diocesano da cidade, Dom Manoel Delson.

A Missa começou com a entrada na Catedral do Ícone de Nossa Senhora e da Cruz, símbolos da Pré-Jornada Missionária, evento promovido pela Diocese de Campina Grande para envolver a cidade no clima da Jornada Mundial da Juventude. A celebração contou, também, com a presença de padres e de fiéis de várias paróquias da Diocese.

No Evangelho do dia, a leitura do livro de Mateus, retratando momento da vida de Cristo em que Jesus falava às multidões e alguém chega informando que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora, procurando falar com Ele. “Estendendo as mãos aos discípulos, Jesus disse: ‘Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’”.

Na sua homilia, Dom Delson procurou levar aos jovens presentes uma mensagem de otimismo da JMJ. “O Papa Francisco vem ao Brasil mostrar o caminho que devemos seguir. Eu digo a vocês que este caminho é Jesus. Deixai atrair por Jesus Cristo”, disse Dom Delson aos jovens, muitos deles se preparando para a viagem ao Rio de Janeiro.

Selo Especial da JMJ – Ao final da celebração, a Catedral dedicou um momento à Empresa de Correios e Telégrafos, que fez o lançamento de um selo comemorativo à Jornada Mundial da Juventude. O lançamento foi feito pelo Diretor dos Correios e Telégrafos em Campina Grane, José Trajano de Vasconcelos.

Ele entregou três exemplares dos selos comemorativos da JMJ, sendo um ao Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Manoel Delson; outro ao Administrador Diocesano de Campina Grande, Padre Márcio Henrique; e um terceiro ao representante dos jovens de Campina Grande na Jornada Mundial, Rodolfo Lucena Figueroa.

A Missa foi encerrada com uma homenagem prestada por uma criança, que cantou uma música para os presentes e para Dom Delson, que aniversariou no último dia 10. A programação da Pré-Jornada Missionária, que corresponde ao período de preparação dos jovens da Diocese que irão para a Jornada Mundial da Juventude prossegue até o próximo sábado, dia 20. Nesta quarta-feira (17) a programação é a seguinte:

- 12h – Missa na Catedral em intenção dos jovens que irão à JMJ;
- 14h30 – Pastoral dos hospitais fará visita às mães da Maternidade do Isea;
- 15h – Tarde de Arrecadação de alimentos na Catedral para entrega às pastorais sociais;
- 17h – Missa na catedral em intenção dos jovens que irão à JMJ
- 19h30 às 20h30 – Oficina de Espiritualidade no Salão Paroquial, com o tema “Livre arbítrio”,  seguida de um sócio-drama e  lanche comunitário.






A programação completa da Pré Jornada pode ser conferida nos site da Catedral de Campina Grane: www.catedralcg.org.br
Texto e fotos
Equipe de Comunicação da Pré-Jornada da Catedral 


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Missa de Envio dos Jovens de Campina Grande para a #JMJRIO2013!



Confiram as fotos da Missa de Envio dos jovens de Campina Grande acesse o link Missa de Envio



Benção na Missa de envio aos Jovens de Campina Grande

Jovens de Campina Grande que irão para a Jornada Mundial da Juventude recebem bênçãos durante Missa na Catedral


Os jovens de Campina Grande que irão participar da Jornada Mundial da Juventude - JMJ, de 23 a 28 deste mês, no Rio de Janeiro, receberam as bênçãos do Padre Romualdo Vieira de Lima, da Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho, de Esperança, durante celebração na noite deste sábado (13), na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande.

A Missa, dentro a Semana Missionária, que corresponde à Pré-Jornada promovida pela Diocese local, teve a participação dos jovens, pais e demais familiares, além de fiéis em geral. Logo no início da Missa, os jovens que irão para a JMJ entraram na Igreja trazendo os símbolos da Pré-Jornada: a cruz e o ícone de Nossa Senhora.

Durante a celebração, após a homilia do Padre Romulado, os jovens foram chamados ao altar, onde participaram de um momento especial, recebendo as bênçãos para a viagem. Padre Romualdo falou da importância da viagem dos jovens ao Rio de Janeiro, para o encontro com o Papa Francisco, afirmando que cada um, a partir da presença na Jornada Mundial da Juventude, reforça as suas funções, “como Missionários, a serviço do Senhor Jesus Cristo”.

Durante este mês, até o início da Jornada Mundial da Juventude, todas as celebrações na Catedral são destinadas à viagem dos jovens. A Semana Missionária, que se constitui na Pré-Jornada da Catedral, traz, diariamente, uma programação especial dedicada ao evento. Neste domingo (14) a programação está assim definida:

- 10h – Missa do Lar, na Catedral, em intenção aos jovens que irão representar a Diocese de Campina Grande na JMJ;

- 14h às 16h – Louvor e Adoração ao Santíssimo Sacramento, com Grupo de Oração e Ministério de Música Restauração, na Praça da Catedral, com a participação dos jovens e seus familiares;

- 17h – Missa na Catedral, em intenção aos jovens que irão representar a Diocese de Campina Grande na JMJ;

- 19h30 – Missa na Catedral, em intenção aos jovens que irão representar a Diocese de Campina Grande na JMJ;
Fotos, Matéria e Vídeo: Créditos – Pascom Catedral 

Louvor e Adoração ao Santíssimo na Catedral de Campina Grande, dia 14 de Julho 2013



Confira esta e outras fotos no link Adoração ao Santíssimo Sacramento. Juventude unida adorando o Senhor!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Programação para a Pré - Jornada Catedral 2013



Junte-se a nós nesta missão!

Durante formação na Catedral de Campina Grande, professor diz que líderes tem que ser elo entre Deus e as pessoas




O Professor Doutor do Departamento de  Física da Universidade Estadual da Paraíba – UEPB Írio  Coutinho afirmou na noite desta quarta-feira (10) que os líderes de movimentos e serviços religiosos na Igreja Católica tem que ser um verdadeiro elo entre Deus e as pessoas. Foi durante formação com o tema Liderança, promovida pela Catedral de Nossa Senhora da Conceição, de Campina Grande, no Salão Paroquial da Catedral.

Ele falou por cerca de uma hora a um público formado por membros de pastorais e demais movimentos e serviços da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e de outras paróquias da Diocese, além de fiéis que frequentam as paróquias, não estão engajados nos movimentos da igreja, mas tem interesse em ampliar sua doação ao serviço pastoral.
Írio Coutinho citou o modelo de liderança adotado por vários Papas da Igreja Católica e disse que os líderes tem que se questionar com frequência, sobre o papel que estão desempenhando. “Tem que se perguntar, frequentemente, se está mostrando Deus como deveria a seus liderados”, ressaltou.
Ele lembrou que a Igreja deve ser aberta a todos, não apenas para aqueles que demonstrem fé e que os líderes, na Igreja, não podem restringir o acesso das pessoas, devendo estimulá-las ao serviço pastoral. “A igreja é a única instituição do mundo com lugar para tordos. Não podemos restringir nosso convívio apenas com pessoas que tenham fé. O líder cristão tem como tarefa seduzir as pessoas para o serviço da igreja”.
Organização e Planejamento - Írio também destacou a importância da organização e do planejamento, na atuação do líder. “O líder deve ter planejamento de suas atividades. Ele está lidando com pessoas que se doam, mas que tem várias atividades fora da igreja, que tem família e que estão se esforçando para estar ali, presentes”.
O Professor finalizou deixando uma mensagem aos presentes: “o líder tem que ter uma profunda crença em seus princípios. É importante ter uma causa pela qual deve-se viver e trabalhar”. O objetivo do curso foi capacitar pessoas que atuam nos movimentos e serviços para que sejam verdadeiros líderes em suas respectivas equipes de trabalho.
A formação fez parte da programação da Semana Missionária, que corresponde à Pré-Jornada da Catedral, evento antecede a Jornada Mundial da Juventude, com foco nos jovens que fazem parte da paróquia e que vão participar da Jornada Mundial, com a presença do Papa Francisco, de 23 a 28 deste mês, no Rio de Janeiro.
Dentro da Pré-Jornada estão ocorrendo diversas atividades, como forma de preparar espiritualmente os jovens que irão participar da Jornada Mundial. Também na noite desta quarta-feira, na Catedral, foi realizado um momento de oração com o Grupo de Oração da Catedral, diante da cruz e do ícone de Nossa Senhora, dois símbolos da Pré-Jornada.
 
Assista a palestra no Canal do Youtube da Pascom Catedral: Canal da Pascom
 
Fotos e matéria: Equipe de Comunicação da Pré-Jornada Missionária da Catedral