“Há mecanismos hoje para coibir a corrupção em nosso país, mas a Reforma política certamente poderá ajudar muito nessa questão”. A afirmação acima é do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira, 27, último dia da reunião do Conselho Permanente da entidade.
Dom Damasceno reiterou a posição da CNBB que, através de uma nota intitulada “Reforma Política: urgente e inadiável!” defendeu uma reforma que ultrapasse o campo eleitoral. “Nós desejamos que não aconteça apenas uma reforma eleitoral, mas uma Reforma Política, como diz a nota que nós assinamos, que seja uma ‘reforma urgente e inadiável que deve ultrapassar os limites de uma simples reforma eleitoral porque sua função é coibir a corrupção que corrói as instituições do Estado brasileiro’, por isso, pedimos que a sociedade assuma essa bandeira”, sublinhou o cardeal.
Ainda sobre o tema Reforma Política, o presidente da CNBB afirmou que a impunidade deve ser combatida através da justiça e defendeu uma investigação profunda caso aja indícios de má conduta na vida pública. “No caso de indício de corrupção, a justiça deve ser acionada para que a investigação corra e busque os culpados. Se for comprovada a inocência daquele que é acusado ele deve recuperar o seu bom nome, a sua dignidade perante a sociedade, porém, uma vez comprovada sua culpa é necessário que seja punido. Quando a justiça não funciona a impunidade continua e estimula a corrupção”.
Outro ponto colocado pela presidência da CNBB durante a coletiva foi o Código Florestal brasileiro. Dom Damasceno disse que as discussões em torno do novo texto estão ocorrendo de maneira normal e destacou a possibilidade da Conferência apresentar uma emenda ao texto que beneficie de modo especial os pequenos agricultores.
“Creio que as discussões estão ocorrendo de maneira normal dentro do Congresso na Câmara e no Senado. Para dar a sua contribuição, a CNBB deverá apresentar alguma emenda ao texto, sobretudo tendo em conta os pequenos agricultores, aqueles que são mais pobres, de modo que nós queremos também tomar a sua defesa para uma política melhor, para a preservação do meio ambiente e para um desenvolvimento também sustentável”, destacou dom Damasceno.
Meios de comunicação, JMJ e Ministério dos Esportes
Questionado pelos jornalistas sobre as recentes posições e condutas de apresentadores em veículos de comunicação, dom Damasceno defendeu que os meios de comunicação devem ser “pautados pela ética, informando a população de maneira objetiva e de modo que contribuam para a formação e desenvolvimento do país”, disse o cardeal que completou. “Nós não podemos aprovar quando um veículo se posiciona de maneira inadequada. Esperamos que ele atenda para o bem do nosso país, dos nossos jovens e crianças”, completou.
Com relação à peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, que teve início em 18 de setembro no Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo), o cardeal disse que os bispos do Conselho Permanente estão contentes pela forma como a Igreja no Brasil está acolhendo a peregrinação. “Pelos depoimentos que tivemos, os bispos ficaram muito contentes porque tiveram realmente o comparecimento para acolher esses dois símbolos da JMJ, sobretudo de jovens. Onde esses sinais ficaram expostos, houve um afluxo de pessoas muito grande”, informou.
Já sobre a escolha do deputado federal Aldo Rebelo para a pasta do Ministério dos Esportes, o cardeal fez suas considerações ressaltando a história de vida pública do novo ministro. “O deputado Aldo Rebelo é uma pessoa muito conhecida no país: foi presidente da Câmara dos Deputados, esteve na Casa Civil, hoje é deputado. É uma pessoa que merece nossa consideração, respeito, e desejamos que ele tenha uma responsabilidade muito grande no Ministério dos Esportes. Disse também que o Ministério deverá cumprir suas responsabilidades com foco na população. “Além de espaço para o esporte esse Ministério deve atender as necessidades do país em infraestrutura, principalmente para as populações mais pobres”.
Fonte: CNBB
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