Por Aurea Ramos Araujo
O próprio Jesus afirma a Nicodemos: “em verdade, em
verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar
no Reino de Deus” (Jo 3, 5). Não se trata de uma simples extensão desta vida
terrena, mas, sim, de uma dimensão inteiramente nova de vida, a vida eterna, a
nós concedida gratuitamente (Goederl, 2004). É preciso, portanto, nascer do
alto, isto é, nascer de Deus (Cf. 1Jo 3, 9). E disse aos apóstolos: “Ide,
portanto, e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos batizando-os
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt, 28, 19). Fica claro,
portanto, que Jesus é o autor do batismo.
O Batismo atinge a pessoa no
íntimo do seu ser. É o que a Igreja vem admitindo desde os primeiros séculos. A
sagrada Escritura refere-se a isto, quando fala de ´nova criatura´ (2 Cor. 5,
17), do ´homem novo´ (Rm 6, 6), de ´nascimento´ (Jo, 3 , 5), de ´passagem de
trevas a luz´ (1 Pdr 2, 9), do ´pecado à graça´ (Rm 6, 1 - 4), da ´filiação
divina´(Jo. 3, 1 - 2)`(Doc. Pastoral dos Sacramentos da Iniciação Cristã, CNBB,
1974, Apud Araujo, 2004).
Referindo-se à criança está escrito: “Pelo batismo,
Deus Pai te libertou do pecado e renasceste pela água e pelo Espírito Santo.
Agora fazes parte do povo de Deus. Que ele te consagre com o óleo santo para
que, inserida em Cristo, sacerdote, profeta e rei, continue no seu povo até a
vida eterna” (Ritual do Batismo de Crianças, n. 151). Assim, o batismo é a
condição para que o homem se salve: “Aquele que crer e for batizado será salvo”
(Marcos 16, 16).
O Sacramento do Batismo, da Crisma e da Eucaristia,
fazem parte da iniciação cristã. Por meio do primeiro se abre o processo e com
o último se chega ao seu ponto culminante. Desse modo se completam os três
sacramentos de iniciação cristã, que proporcionam exercício de sua missão de
povo cristão no mundo e na Igreja (O Batismo de Crianças, CNBB, 2001).
Para despertar pais e padrinhos, da importância do
Sacramento do Batismo para que sejam cristãos firmes e prontos para ajudar o
batizando em sua caminhada cristã, e, ainda auxiliar, na celebração, o
sacerdote, Ministro Ordinário do Batismo, é que se formam nas Igrejas, sob a
orientação dos Bispos e dirigentes espirituais locais, as Pastorais do Batismo.
Essa equipe de catequistas, que constitui os Ministros Extraordinários do
Batismo, na ausência ou impedimento do Ordinário local, por ele designada,
também pode licitamente batizar (CDC. cân. 861).
Nesse sentido a Pastoral do Batismo da Catedral, sob a
orientação do Pároco, nos parece estar conseguindo um desempenho considerável,
é o que ficou constatado no posicionamento dos pesquisados quando escolheram
como categorias de respostas ótimo ou bom, referindo-se ao
desempenho da então pastoral, num percentual de respostas que representa o
posicionamento de 51, 63% dos informantes.
Embora seja este um dado indicador do compromisso da
equipe em fazer da preparação não
somente ocasião de transmissão de doutrina mas, antes, oportunidade
privilegiada de colocar os pais da criança em contato com cristãos que
se esforçam para viver o Evangelho e assim testemunhar
a fé, 36, 55% dos informantes declararam que não conhecem a atuação da
pastoral, posicionamento que, ao nosso ver, parece partir de pessoas que nunca
precisaram procurar essa equipe ou talvez pelo fato de, por vezes, ter somente
um único contato na hora da Celebração Batismal (11h), seja porque não
necessitaram pedir à nossa Catedral o Batismo para filhos e afilhados, seja
porque já participaram da preparação em outras Igrejas. Ou
ainda porque, nesse horário, via de regra, presentes estão somente aqueles que
vêm fazer parte da então celebração.
E, por fim, registramos também a presença daqueles que
não revelaram a sua opção de resposta, que representam 6,9% do total de
informantes.
Fonte: Doc. Pesquisa da Catedral, 2004
Pesquisadora: Professora Aurea Ramos Araujo(à época coord.
da Pastoral do Batismo)
Coord. da Pascom Catedral e Articuladora da Pascom Forania
Leste (Cidade)
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