quinta-feira, 11 de junho de 2015

Em Roma, Lula defende Bolsa-família na reeleição de Graziano


O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, em discurso à plenária da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), antes da reeleição de José Graziano da Silva à direção-geral, no sábado (06/06), relatou as conquistas sociais obtidas no Brasil ao longo da última década.
Lula criticou a imprensa brasileira por “condenar” o repasse de dinheiro às famílias mais pobres, defendido por Graziano no início do programa Fome Zero. Hoje, mais de 54 milhões de pessoas recebem dinheiro do governo. “O Bolsa-família não substitui o trabalho, complementa a renda para romper o ciclo de pobreza", defendeu o ex-presidente.
Europa retrocede
Em palestra na prefeitura de Roma, no domingo, Lula afirmou que o Brasil deu, em 10 anos, “um salto histórico ao promover mais desenvolvimento e menos desigualdade, o que tornou o Brasil mais respeitado”.
O ex-presidente ainda criticou a Europa que, segundo ele, está perdendo as conquistas sociais alcançadas ao longo das décadas após o final da Segunda Guerra Mundial. Hoje, disse Lula, a Europa volta a ter sua riqueza concentrada na mão de poucos.
O prefeito de Roma, Ignazio Marino, concordou com Lula ao dizer que hoje, em Roma, a pobreza invade a casa de muitas pessoas. “Existe a necessidade de políticas que redistribuam a riqueza, não podemos pensar em resolver isso com políticas de consumo”, disse o prefeito após entregar a Lula a “Lupa Capitolina”, símbolo máximo de Roma.
Reeleição na FAO
A reeleição quase unânime de José Graziano da Silva como diretor-geral da FAO demonstrou que os países-membros da  Organização não somente apoiam a gestão de Graziano, como querem a continuidade da expansão das políticas de combate à pobreza que tiraram o Brasil do mapa da fome.
“Sem dúvida, uma das experiências mais exitosas que nós temos para mostrar ao mundo é o caso brasileiro: pela rapidez com a qual se logrou – praticamente – erradicar a fome e pela amplitude, atingiu todo o País”, declarou o diretor-geral da FAO uma semana antes de ser reeleito.
A Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, esteve na FAO no sábado e destacou que sem colocar os pobres no orçamento público, não se constrói uma agenda de superação da fome. “Acredito que esta seja a grande lição que o Brasil traz”, afirmou.
Prioridades
Graziano já delineou as prioridades do segundo mandato, que terminará em julho de 2019. Entre os principais, está o incentivo à expansão dos programas de proteção sociais, que hoje permitem que, no mundo inteiro, 150 milhões de pessoas saiam da linha da pobreza ao garantir uma alimentação digna. Na agenda, a FAO também busca soluções diante das mudanças climáticas que já começam a afetar a produção mundial de alimentos. (RB) 
FONTE: RÁDIO VATICANO

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