quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Nomeação para Congregação no Vaticano representa a comunhão do papa com a Igreja, diz dom João Braz de Aviz

Em entrevista à assessoria de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Braz de Aviz, nomeado no dia 14 de dezembro prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, afirmou que a nomeação foi uma surpresa e que representa a comunhão do papa com a Igreja.
“Recebi com serenidade e sei que não se trata de uma dignidade, mas, apenas, de um serviço mais próximo do papa na Igreja. Havia muita especulação sobre meu nome para a Congregação, mas eu não tive nenhuma notícia. Foi uma surpresa, já que não esperava por nomeações em meados de dezembro”, sublinhou dom João.
Para dom João, as várias nomeações de bispos brasileiros para dicastérios no Vaticano, representam o amor e carinho que o papa Bento XVI sempre teve com o episcopado deste país. “Eu penso que o santo padre sempre tem olhado com amor e carinho para o episcopado brasileiro. Temos na figura do papa um pai; agora, o fato de ter bispos trabalhando em Roma também é um fato bonito. O próprio Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, me telefonou e disse que precisava de ao menos um brasileiro morando em Roma. Eu interpretei o convite para a Congregação nesta direção”.
Comunhão é palavra-chave para a sua nomeação, segundo dom João. Relembrando o então papa João Paulo II, ele disse que esse tipo de convite [nomeação para Congregação de Vida Consagrada] “perpassa todo o trabalho da Igreja e se transforma em espiritualidade de comunhão. Nós precisamos ver na Igreja que tudo que ela é está em comunhão, que é uma família”, enfatizou dom João, que até sua ida para o Vaticano, terá a função de administrador apostólico da arquidiocese de Brasília.
Sobre o trabalho na Congregação, dom João disse que ainda não conhece bem. Ele frisou que em Visita Ad Limina do Regional Centro-Oeste ao Vaticano, em 2010, conversou com o então prefeito da Congregação, o cardeal francês Franc Rodé, 76. “Eu vou descobrir aos poucos, ainda não conheço o que é a Congregação, mas sei que é um trabalho bastante grande porque as congregações religiosas, masculinas e femininas, são muito numerosas e também os carismas estão espalhados pelo mundo inteiro e a gente vai com o desejo enorme de valorizar tudo aquilo que a Igreja faz e, ser, sobretudo, um apoio do santo padre que tem nas congregações a confiança desse serviço próximo dele e que querem ser a expressão da Igreja ajudando no trabalho pastoral”, pontuou.
Dom João destacou ainda alguns trabalhos que deverão ser concluídos até sua ida para o Vaticano. “Neste meio tempo eu continuo em Brasília cuidando dos últimos trabalhos. Temos algumas posses de padres, nomeações de alguns sacerdotes, leigos. Vou fazer esse trabalho até chegar o momento de ir”.
Mensagem a Brasília
No encerramento da entrevista, dom João Braz de Aviz falou do seu amor a Brasília e das dificuldades e alegrias ao longo dos sete anos que passou na capital federal. “Brasília eu amei e amo muito. Foi uma missão grande. Temos aqui uma realidade bonita, mas complexa. Temos a conotação política da capital federal, lidamos com as crises políticas nos últimos tempos o poder público foi totalmente esvaziado e veio à tona todo esse processo de corrupção; nós vimos que tudo isso testou a capacidade democrática de uma população de não acabar sendo submergida, mas superou com sua força democrática e hoje estamos retomando um caminho bom. Esse lado é complicado em Brasília, mas muito rica essa relação com as autoridades. A própria CNBB realiza isso em nível nacional e nós realizamos em nível local do Distrito Federal”, disse dom João.
O administrador apostólico falou também de Brasília no aspecto religioso. “Brasília é uma vitrine de todas as religiões e Igrejas. Aqui cada um tem seu lugar de povo brasileiro que professa a sua fé; e ter essa relação de diálogo respeitoso, ser amigo da verdade e caminhar juntos com valores é outro desafio grande que enfrentamos com amor e alegria não podendo fazer muitas coisas, mas o que fizemos foi nessa direção”.
CNBB saúda dom João
Fonte: CNBB


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