domingo, 12 de junho de 2011

Um namoro construído, sonhado




O papel de cupido. Os noivos, com uma caminhada na Igreja (Carol no Movimento Focolares e Rodrigo, como leigo na Congregação Redentorista), desejavam um relacionamento baseado no amor a Deus, antes mesmo de se conhecerem. Valeu a pena. A dois, afirmam eles, a vivência religiosa se tornou ainda mais rica. “A vida com Deus é uma afinidade muito importante entre nós” – conta Rodrigo. O cotidiano os aproximou cada vez mais, dentro de um namoro feito de amor, diálogo, junho é o mês dos namorados. A Revista Família Cristã entrevistou os noivos Carol e Rodrigo, que vivem em Campina Grande (PB), em homenagem a todos os casais. É lógico que, em tempos modernos, há várias formas de vivenciar o amor a dois, de acordo com a opção e os valores de cada casal e dentro do que a sociedade contemporânea preconiza. Mas é possível viver a experiência do namoro, do noivado e até do casamento de uma forma diferente, que alguns podem até julgar como “fora de moda”, mas que prioriza o amor e o respeito mútuos e garante muita felicidade. Que o digam nossos entrevistados.
Lisânia Caroline Faria Bezerra, a Carol, e Rodrigo Emanuel de Freitas Apolinário, vão subir ao altar em outubro, no dia 7, depois de quase seis anos de convivência, entre namoro e noivado. Ela está finalizando a graduação em Serviço Social e ele é jornalista. Formam um casal jovem, bonito, inteligente e atuante. Essas qualidades, tão valorizadas em nossa sociedade atual, somam-se a outras, nem sempre prestigiadas pelos tempos modernos. Carol e Rodrigo vivem um amor cultivado em valores cristãos.
Namoraram por três anos e meio e são noivos há mais de dois anos, sempre firmes no propósito da construção de um casamento sólido e duradouro. Seus caminhos se cruzaram por intermédio de duas amigas, que fizeram

FC – Como é a experiência de ter um relacionamento em que se busca Deus?
Carol – É extraordinário, porque eu posso falar de Deus, compartilhar as minhas experiências, conquistas, além de poder declarar sempre a presença de Jesus em nosso meio. Deus entre nós vale mais que tudo, por isso Ele ocupa sempre o primeiro lugar. Quando algo não vai bem, se estamos preocupados com alguma coisa, logo declaramos a presença de Jesus em nosso meio.
Isso nos recoloca nos trilhos e nos faz não nos esquecer da importância d’Ele em todos os  momentos. Ir à missa juntos nos fortalece sempre em nossa caminhada. A experiência da pureza nos traz muita felicidade, pois diante de Deus somos livres e não nos arrependemos de termos feito essa escolha que nos faz tão felizes.

FC – Como vivenciam a fidelidade? O diálogo sempre está presente?
Carol – O amor ao outro gera a reciprocidade. Quando amamos alguém, queremos vê-lo feliz e, então, gestos como escutar com atenção, compreender os momentos de dores e ter paciência são atitudes fundamentais para isso. Assim, a fidelidade é sempre renovada: através dos gestos concretos no dia a dia. Como somos pessoas diferentes, alguns pontos de vista, ideias e vontades nos fazem divergir, mas, sempre recorremos ao diálogo para nos ajudar a enfrentar as dificuldades. O pedido de desculpas e o recomeçar juntos, sem julgamentos, são fontes de sabedoria e humildade. E quando Rodrigo e eu damos esse passo, uma grande alegria nos invade e acalma o coração. Quando sentimos que algo não anda bem, ou o outro exagerou em alguma palavra ou ato, dialogamos sobre aquilo, procurando entender o que nos deixa desconfortável.

FC – Acredita que pode manter o seu compromisso com Rodrigo por toda a vida?
Carol – Sim. Será uma experiência cheia de novidades e o dia a dia nos impulsionará a ir ao encontro do outro para nos conhecermos melhor. Vamos sair de nossas casas, deixar nossos pais e irmãos para construirmos a “nossa confiança, compreensão, paciência e doação. Casamento para eles, é sim, para a vida toda. Fizeram questão de fazer a experiência do namoro e do noivado, em que a vivência de tantas experiências diárias se tornou o alicerce para a família que planejam construir, respaldada nos valores que comungam.
Diferenças, como todos os casais, eles têm. Porém, apostam que, juntos, são capazes de contorná-las da melhor maneira possível. “Eu e o Rodrigo temos nossas dificuldades, no entanto, aprendemos juntos a recomeçar e, antes de qualquer coisa, declarar a presença de Jesus no meio de nós. É um passo que é dado a cada momento, no sentido de querer que o outro seja feliz” – comenta Carol.

FC – O que você desejava num relacionamento antes de começar a namorar?
Carol – Eu sempre buscava um relacionamento que fosse construído com Jesus Cristo e que tivesse uma base cristã. Procurava alguém que respeitasse os meus valores e que estivesse disposto a viver um amor recíproco, cativando a amizade, o carinho, a compreensão e a ternura.

FC – O seu compromisso com Rodrigo está baseado em que valores?
Carol – Tenho com Rodrigo um compromisso muito especial, pois foi a partir dele que eu cresci e descobri tantas coisas. O meu namoro e noivado foram construídos, desde o início, com valores cristãos, numa escolha que fizemos juntos, com muito diálogo e compreensão. Essa escolha nos deixou livres e felizes, pois sabíamos que, nesse caminho, iríamos estar preparados para juntos enfrentarmos qualquer dificuldade.

FC – O que buscava num relacionamento antes de começar a namorar?
Rodrigo – Sempre quis encontrar uma pessoa que tivesse uma afinidade muito profunda comigo e, em especial, uma relação com Deus. Minhas ex-namoradas acreditavam em Deus, mas não viviam com profundidade essa relação. E, para mim, isso era algo necessário para que eu pudesse caminhar e conquistar outras coisas dentro do relacionamento. Encontrei isso na Carol e fui me apaixonando cada vez mais por ela. A partir dessa relação com Deus, começamos a comungar várias experiências juntos.

FC – É possível preservar a liberdade individual partilhando com o outro tudo o que se vive?
Rodrigo – Prezamos muito a liberdade e tentamos entender quais seriam os momentos importantes para estar próximos um do outro e colocar nossa vivência em comunhão. Mas não é nada sufocante. Começamos a perceber que é preciso ter um relacionamento baseado num amor concreto e na partilha, mas que nunca dê ao outro a sensação de estar preso. Se uma situação sufoca um ao outro, a gente partilha também. Encontramos maneiras, com caridade e tranquilidade, para dizer ao outro o que está acontecendo. Temos os nossos limites e a preocupação de um não sufocar o outro.

FC – Como vocês vivem a individualidade, num relacionamento tão cúmplice?
Rodrigo – Cada um tem sua privacidade, sua realidade, seus desejos e sonhos. Não nos cabe invadir a vida um do outro, mas nos colocarmos à disposição um do outro para aquilo que for preciso. Carol sabe que estou à sua disposição, mas para isso não preciso estar a todo momento na casa dela. Há momentos em que estamos mais próximos, outro, mais longe. Mas, no casamento, também esses momentos vão existir e é necessário compreendê-los.

FC – Em sua opinião, a religião contribui para um relacionamento saudável?
Rodrigo – Inicialmente, a religião é um mília”, então, tudo será novo, sendo assim, por amor gratuito e disposta a amar, me lançarei sim, a viver toda uma vida ao lado do Rodrigo.

FC – Há casais que já se unem pensando que, se não der certo, o caminho é a separação. O que leva as pessoas a pensarem assim?
Carol – Acho que eles não estão dispostos a amar verdadeiramente o outro e a se doar como dom ao outro. Não se cultiva a paciência, pois o egoísmo está prevalecendo e o diálogo e a compreensão não existem, o que leva a entender que a separação seja o caminho mais fácil. Falta ainda a coragem de recomeçar uma nova relação com a vontade de acertar e de caminhar juntos, se ajudando mutuamente.

FC – Pensando na caminhada que fizeram e fazem juntos, qual o recado que poderia deixar para outros casais?
Carol – Meu recado é que se amem muito e coloquem Deus em primeiro lugar, pois, qualquer coisa que vocês pedirem ou precisarem, conseguirão. O relacionamento entre casais é como uma flor que deve ser cultivada com muito amor, buscando sempre a ternura, o diálogo, o carinho, a compreensão, a paciência e a felicidade do outro. Se às vezes for difícil, tentem recomeçar sem julgamentos e a ter um novo olhar, dispostos a amar concretamente, seja com um olhar carinhoso, um sorriso e até mesmo um afago de mãos. O amor verdadeiro é uma luz que ilumina não somente o outro, mas também a nós mesmos. Dando esses passos se realizarão amando o outro e uma felicidade transbordante encherá os seus corações. caminho mais fácil para construir a relação com
Deus. Se eu entendo que, para ter um compromisso harmonioso, é necessário uma relação mais profunda com Deus e, para isso, é preciso uma experiência de religião, então, compreendo que a religião nos ajuda sim a ter um relacionamento mais estável. A vivência religiosa ajuda muito o nosso cotidiano de casal: ir à missa e comungar juntos é uma experiência que fortalece muito a nossa união.

FC – Pensa em seu Matrimônio como um compromisso para toda a vida?
Rodrigo – O sacramento que estou assumindo é para a vida toda. E não é à toa que eu e Carol cuidamos dele há tempo. Namoramos três anos e meio, noivamos dois anos e meio e isso foi muito bem pensado. Nesse tempo, aprendi a conhecer a Carol e hoje conheço seus limites e suas qualidades. E fico feliz com isso. Conseguimos olhar um para o outro e dizer que estamos preparados para conviver. Mas também entendo que a experiência de vida de casados será construída a cada dia e é algo que nós dois vamos descobrir juntos.

FC – Vocês optaram pela castidade até o casamento. Como é essa experiência, numa sociedade que valoriza tanto a relação sexual?
Rodrigo – Não foi fácil. Temos desejos e impulsos, mas fomos amadurecendo com nossas conversas. Percebemos que na nossa relação Deus é a prioridade e isso indicava, assim como nossa religiosidade, que deveríamos ter a experiência sexual depois do casamento. Para mim foi bem mais difícil. Tive namoros curtos e, quando comecei a namorar a Carol, essa decisão não era tão clara. Até que ela começou a me conscientizar sobre a importância de permanecermos assim. Começamos a amadurecer isso na oração e essa decisão foi fortalecida no meu coração.
E ganhamos muito com isso. No dia a dia, namoramos mais e notamos as minuciosidades do outro, que talvez passassem despercebidas se a relação sexual ganhasse proporção. Eu penso que a relação sexual nos faz conhecer o outro na plenitude, mas, se ela acontece antes do casamento, acaba se sobrepondo a outras coisas, porque a cada encontro a prioridade passa a ser o contato sexual.

FC – Qual o significado de família para você?
Rodrigo – Família é doação. Muitas vezes doamos o nosso tempo e nossos sonhos para que a família se estabeleça e cresça. Os valores da família são muito ligados à experiência do Evangelho. Sonho em ter uma família estruturada e para isso vivo em profundidade meu namoro e noivado. Também é através da experiência de amor dentro da família que poderemos melhorar a sociedade.

FC – Pensando na caminhada que fizeram e fazem juntos, qual o recado para outros casais?
Rodrigo – Precisamos entender que a outra pessoa é um dom de Deus e então ela merece todo o amor, dedicação e paciência. É um compromisso que precisamos assumir para conquistarmos felicidade, partilha e diálogo. O Matrimônio não é um peso e, sim, uma bênção, uma oportunidade que Deus nos oferece para nos desenvolvermos como seres humanos. E a pessoa que está ao nosso lado é alguém especial, que vai nos acompanhar em nossos desafios e alegrias. E, igualmente, vamos ajudá-la a crescer.

Fonte: Revista Família Cristã

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