Mensagem aos Institutos Seculares e de Vida Consagrada por ocasião do 18º Dia Mundial da Vida Consagrada
Dom Pedro Brito Guimarães, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB (Foto: Canção Nova)
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, Dom Pedro Brito Guimarães, enviou uma mensagem neste domingo, 2, aos Institutos Seculares e de Vida Consagrada por ocasião do 18º Dia Mundial da Vida Consagrada.
No texto, o arcebispo destaca que os consagrados têm a missão de “ajudar os homens e as mulheres do nosso tempo a se encontrar com Jesus e ter a alegria de carregá-lo no coração”. Dom Pedro recorda as palavras do Papa Francisco, na Exortação ApostólicaEvangelli Gaudium, na qual disse que a vida consagrada é “um meio privilegiado de evangelização eficaz”.
“Neste dia de feliz comemoração dos vossos estados de vida, façamos votos que todas as comunidades paroquiais ou outras formas de comunidades e diferentes famílias religiosas se reúnam para momentos de oração e fervorosa ação de graças”, desejou o arcebispo.
Leia, abaixo, a mensagem na íntegra:
Mensagem aos Institutos Seculares e de Vida Consagrada
Amados, amadas de Deus
Tenho Sede!
Tenho Sede!
“Despertem o mundo! Sejam testemunhos de uma forma diferente de fazer as coisas, de agir, de viver! É possível viver neste mundo de forma diferente” (Papa Francisco).
Caríssimos irmãos, caríssimas irmãs, em Jesus Cristo, nosso Salvador, membros dos Institutos Seculares e das Sociedades de Vida Apostólica, a nossa Mãe Igreja faz coincidir o dia da Apresentação de Jesus ao Templo com o dia dedicado aos senhores e às senhoras.
As ricas imagens de Simeão, com Jesus nos braços e a da profetisa Ana, que dia e noite servia a Deus no Templo, nos falam da harmonia que deve haver entre o antigo e o novo no coração de cada consagrado(a) a Deus, qualquer que seja o estado de vida. Como não ver nestas imagens a vida e o trabalho de cada um dos senhores e de cada uma das senhoras, membros dos Institutos Seculares e das Sociedades de Vida Apostólica, homens e mulheres que, de maneira livre e espontânea, total e existencial, vivem, mediante os carismas próprios, a radicalidade do seguimento de Jesus. Toda vocação é boa e bonita. Basta vivê-la em plenitude.
Jesus Cristo é apresentado ao mundo como luz e salvação para o povo de Israel que vivia na expectativa da chegada do Messias de Deus. Como Simeão, devemos, como consagrados e consagradas, ter sempre em nossos corações o desejo do encontro com Jesus e de receber dele a plenitude de vida e de sua graça, que somente Ele pode nos oferecer. Ele é a luz que ilumina nossas vidas e aquece nossos corações. É Ele a esperança última dos corações humanos que não querem morrer antes de o encontrar. É Ele o este sinal de contradição para um mundo que prima .. Ele é a espada que traspassará nossos corações, deixando-os indivisos.
A vida, a vocação e a missão de quem se consagrada a Deus, a exemplo de Jesus, deve também ser um farol que ilumina aqueles que vivem na noite do pecado, da ignorância e do desamor. Ajudar os homens e as mulheres do nosso tempo a se encontrar com Jesus e ter a alegria de carregá-lo no coração é a missão primeira de quem se consagra a Deus na doação total.
As pessoas de vida consagrada, vivida plenamente pelos membros dos Institutos Seculares e pelas Sociedades de Vida Apostólica, são chamadas a ser reflexo da bondade, da misericórdia e da compaixão que vem de Deus. Ao refletir a luz de Cristo na vida cotidiana de silêncio, de escondimento e de inserção no tecido da vida social, os senhores e as senhoras irradiam o bom odor de Cristo e são capazes de gritar com vossas vidas o quanto é importante ser sinal do amor oblativo e criativo de Deus por este mesmo mundo que tem dificuldade de fazer as contas com o mistério de Deus. Não são poucos hoje aqueles ou aquelas que vivem suas vidas como se Deus não existisse. A estes devemos com coragem anunciar a boa nova do Reino.
Devemos ser, neste mundo, sal, luz e fermento, pois “a Igreja cresce, não por proselitismo, mas por atração; como Cristo atrai tudo para si, com a força do seu amor, a Igreja atrai quando vive em comunhão, pois, os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou” (DAp 159).
Caros e caras, o papa Francisco, na Evangelli Gaudium, com uma frase lapidar, define muito bem o que os senhores e as senhoras são na e para a Igreja: “os religiosos tem na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz. Pelo mais profundo de seu ser, eles situam-se de fato no dinamismo da Igreja, sequiosa do Absoluto de Deus e chamada a santidade. É desta santidade que dão testemunho. Eles encarnam a Igreja desejosa de se entregar ao radicalismo das bem-aventuranças” (EG, 69).
Hoje muito se fala da crise pela qual passa a vida consagrada. É preciso, enfim, nos debruçarmos com atenção sobre esta questão para identificar as razões de tal situação e as possíveis respostas para amenizar os efeitos danosos de tal crise. Mais do que uma crise da vida consagrada enquanto tal, o que está em crise hoje é nossa capacidade de entregar completamente nossa vida a Jesus; o que está em crise são nossas escolhas, o nosso testemunho, a nossa vivência do Evangelho. Diante deste estado de coisas, devemos ritmar nossos passos no caminho de Jesus, descobrindo que Ele nos dá tudo aquilo que nos faz plenamente felizes. Por Ele, vale a pena deixar tudo e arriscar a vida. Somente Ele pode saciar nossa sede e nossos desejos de paz e de felicidade que se aninham em nosso coração.
Por fim, constatamos com alegria que os Institutos Seculares e as outras formas de vida apostólica vão, aos poucos, encontrando seus lugares na Igreja e no mundo, manifestando a força transformadora do Evangelho de Jesus Cristo. É importante que a vocação e a missão dos senhores e das senhoras sejam cada vez mais valorizadas, estimuladas, visibilizadas e testemunhadas, a fim de que a Igreja seja realmente uma comunidade plena de dons e de carismas.
Neste dia de feliz comemoração dos vossos estados de vida, façamos votos que todas as comunidades paroquiais ou outras formas de comunidades e diferentes famílias religiosas, se reúnam para momentos de oração e fervorosa ação de graças. Vivam este dia que o Senhor fez para os senhores e as senhoras como dia de oração, reflexão, revisão de vida e confraternização.
Aproximamo-nos daquele que é Vida Plena e somente nele encontremos nossa alegria e nossa esperança!
Que o bom Jesus nos carregue em seus braços e ilumine nossas vidas.
Com minha benção!
Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo Metropolitano de Palmas e
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada
Arcebispo Metropolitano de Palmas e
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os
Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada
Fonte: CNBB
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