“É por isso que no corpo de Cristo ressuscitado as chagas não
desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de
Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus
existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade.”
Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas,
fostes curados»“S. João XXIII e S. João Paulo II tiveram a
coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu
lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se
escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf.
Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da
parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua
misericórdia, à Igreja e ao mundo.”
Por outro lado - prosseguiu Papa Francisco – ambos eles foram
sacerdotes, bispos e papas do século XX.
“Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais
forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem
e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se
manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.”
Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da
sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria
indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8).
“A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos,
e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais,
passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos
pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice.
Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom
do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de
Deus, recebendo sua eterna gratidão.”
“Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos
crentes, em Jerusalém, de que nos falam os Actos dos Apóstolos na primeira
leitura. É uma comunidade onde se vive o essencial do Evangelho, isto é, o
amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade. E esta é a imagem de Igreja que
o Concílio Vaticano II teve diante de si.”
“João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para
restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a
fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos” – prosseguiu Papa
Francisco, sublinhando que “são precisamente os santos que levam avante e fazem
crescer a Igreja.” A docilidade ao Espírito foi “o grande serviço” do Papa João
XXIII à Igreja.
“Na convocação do Concílio, João XXIII demonstrou uma delicada
docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor,
um guia-guiado, guiado pelo Espírito. Este foi o seu grande serviço à
Igreja; foi o Papa da docilidade ao Espírito Santo.”
Por sua vez, neste serviço ao Povo de Deus, João
Paulo II foi o Papa da família.
“João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu”
“João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu”
E o Papa Francisco concluiu a homilia fazendo votos de “que estes dois
novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante
estes dois anos de caminho sinodal, seja dócil ao Espírito Santo no serviço
pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas
de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera,
sempre perdoa, porque sempre ama.”
A concluir a celebração, “esta festa da fé” (disse), antes da recitação da antífona mariana do Tempo Pascal, o Papa Francisco saudou e agradeceu todos os “irmãos Cardeais e os numerosíssimos Bispos e padres de todas as partes do mundo”. Um reconhecimento especial dedicou-o às Delegações oficiais de tantos países, vindas a Roma “para prestar homenagem (afirmou o Papa) a dois Pontífices que contribuíram de maneira indelével para a causa do desenvolvimento dos povos e da paz”. Saudados também expressamente os peregrinos das dioceses de Bérgamo e de Cracóvia, terras de origem dos dois novos santos.
A concluir a celebração, “esta festa da fé” (disse), antes da recitação da antífona mariana do Tempo Pascal, o Papa Francisco saudou e agradeceu todos os “irmãos Cardeais e os numerosíssimos Bispos e padres de todas as partes do mundo”. Um reconhecimento especial dedicou-o às Delegações oficiais de tantos países, vindas a Roma “para prestar homenagem (afirmou o Papa) a dois Pontífices que contribuíram de maneira indelével para a causa do desenvolvimento dos povos e da paz”. Saudados também expressamente os peregrinos das dioceses de Bérgamo e de Cracóvia, terras de origem dos dois novos santos.
Agradecimentos foram expressos às autoridades italianas e da cidade de
Roma, pela “preciosa colaboração” prestada à organização deste evento que terá
trazido à Cidade Eterna umas 800 mil pessoas, assim como a tantas organizações
e associações que deram o próprio contributo e os tantos voluntários. (
FONTE: http://pt.radiovaticana.va/)
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