quarta-feira, 9 de novembro de 2011

É preciso pertencer mais a Cristo, salienta Bento XVI


“É importante para todos, de fato, aprender sempre mais a 'permanecer' com o Senhor, cotidianamente, no encontro pessoal com Ele para deixar-se fascinar por seu amor e ser anunciadores do Seu Evangelho”, destacou o Papa Bento XVI, na noite desta sexta-feira, 4, ao celebrar as Vésperas com os estudantes da Universidade Pontifícia de Roma, pelo início do Ano Acadêmico.

Durante sua homilia, na Basília Vaticana, o Santo Padre salientou que é importante buscar seguir na vida com generosidade, não com um próprio projeto, mas aquele que Deus tem para cada um, conformando a própria vontade àquela de Deus. Ele reforçou ainda a necessidade de um bom preparo por meio de sérios estudos para servir o Povo de Deus.

Ao falar sobre a vocação sacerdotal, o Papa recordou que desde os primórdios da Igreja, foi evidenciado a importância dos sacerdotes como guias das comunidades, anunciadores da Palavra de Deus por meio da pregação e celebrantes do Sacrifício de Cristo, a Eucaristia.

“Pastorar o rebanho de Cristo é um vocação e um dever comum e os torna particularmente ligados entre eles, porque estão unidos a Cristo com um vínculo especial”, destacou o Papa.

O modelo a ser seguido pelos sacerdotes é o próprio Cristo, o Bom Pastor. São Tomás de Aquino disse que “embora os líderes da Igreja sejam todos pastores, todavia, disse Ele de ser, de modo singular: 'Eu sou o Bom Pastor', para introduzir com delicadeza a virtude da caridade”. Assim, para São Tomás de Aquino não se pode ser de fato bom pastor se não tornamos uma coisa só com Cristo e seus membros mediante a caridade, pois a a caridade é o primeiro dever do bom pastor.


Vocação ao Sacerdócio


“A vocação apostólica vive graças ao relacionamento pessoal com Cristo, alimentada pela oração assídua e animada pela paixão em comunicar a mensagem recebida e a mesma esperança de fé dos Apóstolos”, salientou o Pontífice aos estudantes romanos.

Segundo o Papa, existem algumas condições para que haja uma harmonia crescente com Cristo na vida do sacerdote, entres estas, ele destacou três: a aspiração para colaborar com Jesus pela difusão do Reino de Deus, a gratuidade do empenho pastoral e a atitude do serviço.

“Antes de tudo, no chamado ao ministério sacerdotal existe o encontro com Jesus, que nos fascina, conquista por Suas palavras, por Seus gestos, por Sua pessoa. É distinguir, em meio a tantas vozes, a Sua voz, respondendo como Pedro “Tu tens as palavras de vida eterna e nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus” (Gv 6,68-69)”, destacou Bento XVI.

Para o Santo Padre, a vocação dos sacerdotes tem sua raiz nesta ação que Deus Pai realizada em Cristo, por meio do Espírito Santo. O ministro do Evangelho, então, é aquele que se deixa agarrar por Cristo, que sabe permanecer com Ele, que entra em sintonia, em íntima amizade, com Ele, a fim que tudo se cumpra segundo a Sua vontade de amor, com grande liberdade interior e com profunda alegria de coração.

“Em segundo lugar, são chamados a ser administradores dos Mistério de Deus 'não para o interesse vergonhoso, mas com um espírito generoso', disse São Pedro. Não é preciso esquecer jamais que se entra no sacerdócio por meio do Sacramento, a Ordenação, e isso significa, justamente, que se abre à ação de Deus escolhendo cotidianamente dar a si mesmo para Ele e para os irmãos, segundo o dito evangélico: 'Recebestes de graça, de graça daí!'(Mt 10,8), reforçou o Papa.

Bento XVI ressalta ainda que o chamado do Senhor ao ministério não é fruto de méritos particulares, mas é um dom a se acolher e ao qual se deve corresponder dedicando-se de modo generoso e desinteressado, segunda a vontade de Deus.

“Jamais devemos esquecer – como sacerdotes – que a única ascensão legítima em direção ao ministério pastoral não é aquela do sucesso, mas da Cruz”, reforçou.

Os sacerdotes são, de fato, como salientou o Pontífice, modelos para suas respectivas comunidades. Eles são também administradores dos meios da salvação, dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Penitência, mas não são por vontade própria, mas para serem humildes servidores para o bem do Povo de Deus.

“É uma vida, então, profundamente marcada por este serviço: cuidado atento ao rebanho, celebração fiel da liturgia e pronto serviço a todos os irmãos, especialmente aos mais pobres e necessitados. No viver esta 'caridade pastoral' sobre o modelo de Cristo e com Cristo, em qualquer lugar que o Senhor chama, cada sacerdote a realiza plenamente si mesmo e a própria vocação”, salientou o Santo Padre.

Fonte: Canção nova

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