sexta-feira, 10 de abril de 2015

João relata uma terceira aparição do Ressuscitado - Pe José Assis Soarea


João relata uma terceira aparição do Ressuscitado a sete dos seus discípulos nas margens do mar de Tiberíades, num episódio conhecido como a “pesca milagrosa” (cf. Jo 21,1-14). Ao amanhecer de uma noite escura em que eles não haviam pescado nada Jesus aparece entre eles que não o reconheceram e Jesus manda lançar a rede de ovo. A rede encheu-se de peixes que eles não conseguem puxá-la. E ao arrastarem-na para a margem, esperava-os Jesus, que eles não o haviam reconhecido de imediato, mas só depois de serem convidados a comer: “Vinde comer!” Jesus havia preparado a refeição e os servia: pão e peixe... isso nos remete mais uma vez à Eucaristia então, eles reconheceram: “É o Senhor!”

É relativamente fácil fazer a experiência de Deus nos momentos felizes da vida, quando nos sentimos acolhidos e amados, quando o ambiente de trabalho transmite harmonia e a paz reina em nossos lares, quando tudo e todos nos falam de bondade, de justiça e de comunhão.

Mas, há “noites escuras, traiçoeiras, pescarias sem peixes... Há momentos em que experimentamos a desilusão dos discípulos que passaram a noite trabalhando e não havia pescado nada; muito trabalho e pouco fruto; estavam cansados e desiludidos. O mar nem sempre “está pra peixe”; nem sempre a vida nos sorri!

Nesses momentos, mais que em qualquer outro, é preciso acreditar na Palavra de Jesus, que nos convida a ir em frente: “Lançai as redes”. O Senhor também se encontra em alto-mar, nas turbulências da vida, nos reveses, nas contrariedades, nos aparentes ou verdadeiros fracassos. É preciso acreditar que Jesus Vivo e Ressuscitado venceu o mundo, venceu para sempre a morte, destruiu o pecado.

Fiquemos atentos, para não atribuir ao acaso, ao mero sucesso humano, à nossa competência pessoal o que é puro dom de Deus! Procuremos abrir os olhos da fé para reconhecer Jesus, que nos espera à margem das nossas inseguranças e fracassos, o Ressuscitado: “É o Senhor!”. Somente Ele poderá transformar em pesca abundante as humanas desilusões.

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