João relata uma terceira aparição do Ressuscitado a sete dos seus
discípulos nas margens do mar de Tiberíades, num episódio conhecido como
a “pesca milagrosa” (cf. Jo 21,1-14). Ao amanhecer de uma noite escura
em que eles não haviam pescado nada Jesus aparece entre eles que não o
reconheceram e Jesus manda lançar a rede de ovo. A rede encheu-se de
peixes que eles não conseguem puxá-la. E ao arrastarem-na para a margem,
esperava-os Jesus, que eles não o haviam reconhecido de imediato,
mas só depois de serem convidados a comer: “Vinde comer!” Jesus havia
preparado a refeição e os servia: pão e peixe... isso nos remete mais
uma vez à Eucaristia então, eles reconheceram: “É o Senhor!”
É
relativamente fácil fazer a experiência de Deus nos momentos felizes da
vida, quando nos sentimos acolhidos e amados, quando o ambiente de
trabalho transmite harmonia e a paz reina em nossos lares, quando tudo e
todos nos falam de bondade, de justiça e de comunhão.
Mas, há
“noites escuras, traiçoeiras, pescarias sem peixes... Há momentos em que
experimentamos a desilusão dos discípulos que passaram a noite
trabalhando e não havia pescado nada; muito trabalho e pouco fruto;
estavam cansados e desiludidos. O mar nem sempre “está pra peixe”; nem
sempre a vida nos sorri!
Nesses momentos, mais que em qualquer
outro, é preciso acreditar na Palavra de Jesus, que nos convida a ir em
frente: “Lançai as redes”. O Senhor também se encontra em alto-mar, nas
turbulências da vida, nos reveses, nas contrariedades, nos aparentes ou
verdadeiros fracassos. É preciso acreditar que Jesus Vivo e Ressuscitado
venceu o mundo, venceu para sempre a morte, destruiu o pecado.
Fiquemos atentos, para não atribuir ao acaso, ao mero sucesso humano, à
nossa competência pessoal o que é puro dom de Deus! Procuremos abrir os
olhos da fé para reconhecer Jesus, que nos espera à margem das nossas
inseguranças e fracassos, o Ressuscitado: “É o Senhor!”. Somente Ele
poderá transformar em pesca abundante as humanas desilusões.
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