quinta-feira, 28 de abril de 2011

Novas tecnologias influenciam o modo de ensinar e educar


Ramon é pedagogo na rede de ensino público da capital carioca e de Nova Iguaçu, também no estado do Rio
A educação é um dos aspectos mais importantes da vida de qualquer indivíduo. E para ressaltá-la o Brasil vai comemorar, nesta quinta-feira, 28, o Dia Nacional da Educação.
Com tantas transformações na sociedade, não seria diferente com o mundo educacional.

As novas tecnologias são um dos fatores de mudança e que acabam por afetar o modo de transmitir o conhecimento e valores nos bancos escolares.
De acordo com o pedagogo Ramon Alberich, há vantagens e desvantagens no uso das novas ferramentas. Por um lado, a internet, por exemplo, pode favorecer a pesquisa e o acesso a conteúdos que, muitas vezes, não estão disponíveis nas bibliotecas ou escolas.

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.: Entrevista com Ramon Alberich 

Já por outro, o mundo digital pode facilitar uma certa dispersão ao aluno, quando navega pela web e não se atém apenas ao seu objeto de estudo.
“A internet pode ajudar dando muito material de pesquisa, mas também pode atrapalhar quando dá ao aluno, ao estudante, a possibilidade de se desconcentrar do seu objetivo ou se desviar e acessar sites pornográficos ou ter contato com pessoas que podem levar a caminhos perigosos”, explica o pedagogo.

O papel da família e a formação de valores

Ramon Alberich explica que a família não vai ensinar os conteúdos das disciplinas, contudo é função dela transmitir valores:

“A criança já chega na escola com esses valores. Cabe à família e não ao professor, e o professor está sendo cobrado de passar aos alunos os valores. É óbvio que a escola tem o papel importante, mas a família precisa tomar o seu papel de educar os filhos dentro dos valores que estão sendo perdidos”.

O especialista destaca a necessidade do trabalho em conjunto entre escola e família, devido à grande influência, muitas vezes, negativa a que as crianças estão expostas. Sobre este assunto, o Papa Bento XVI declarou, durante discurso a integrantes da Congregação para a Educação Católica, no dia 7 de fevereiro deste ano, que a "obra educativa" parece estar mais difícil devido ao relativismo atual e à ausência da "luz da verdade".
"É importante o serviço que desenvolvem no mundo as numerosas instituições formativas que se inspiram na visão cristã do homem e da realidade: educar é um ato de amor, exercício da 'caridade intelectual', que requer responsabilidade, dedicação, coerência de vida", endossa.

Netiqueta

O pedagogo também aponta que, apesar das grandes marcas da oralidade na escrita pela internet, os estudos sobre a cultural digital reforçam a importância da “netiqueta”. Ou seja, os especialistas orientam que o vocabulário utilizado pode ser sim mais cordial, educado e de acordo com as normas gramaticais.

Ao comentar sobre a instantaneidade do mundo contemporâneo, Ramon explica como isso interfere também na comunicação interpessoal:
“As pessoas começaram a abreviar demais as suas palavras, sendo [estas] até ilegíveis para quem não está nesse contexto. A gente pega provas, redações, às vezes com conteúdo simples, e estão cheias de abreviações que não fazem parte da norma culta”.

E dentro das normas da “etiqueta”, o pedagogo aponta o que deve ser descartado e observado, tanto para os estudantes como para os internautas em geral:

- Nada de “Ctrl+C” e “ Ctrl+V” nos trabalhos escolares e acadêmicos. Os textos da internet podem sim ser usados, mas desde que o aluno desenvolva o seu raciocínio e opinião própria;

- Não expor imagens e fotos de conteúdo inapropriado;

- Não exibir detalhes e informações pessoais, como endereço e telefone;

- Os pais precisam monitorar o que os filhos acessam;

- Se comunicar, sem deixar de se preservar.



Fonte: Canção Nova

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