Itália:Papa pede discurso
sobre um «Deus próximo» que leve à solidariedade
Bento XVI homenageado no Scala de Milão
durante o Encontro Mundial das Famílias
Reuters | Teatro Scala, Milão
Milão,
Itália, 01 jun 2012 (Ecclesia) – O Teatro Scala de Milão acolheu hoje um
concerto de homenagem a Bento XVI e às delegações oficiais do 7.º Encontro
Mundial das Famílias (EMF), no qual o Papa criticou o “discurso irreal de um
Deus longínquo”.
“Estamos em
busca do Deus próximo, procuramos uma fraternidade que, no meio dos
sofrimentos, sustente o outro e assim ajude a seguir em frente”, disse,
recordando as vítimas dos recentes sismos no nordeste da Itália.
O Papa
admitiu que, face a estes desastres naturais, se possa ficar “paralisado de dor
perante tanta e incompreensível destruição”, a qual custou “vidas humanas” e
tirou “casa e morada a tantas” pessoas.
“Mesmo a
hipótese de que sobre o céu estrelado tenha de habitar um bom pai parece-nos
discutível. O bom pai está apenas sobre o céu estrelado? A sua bondade já não
chega a nós? Nós procuramos um Deus que não fica à distância, mas entra na
nossa vida e no nosso sofrimento”, acrescentou.
Bento XVI
admitiu que o concerto de hoje deveria ser “uma festa alegre” pelo encontro de
pessoas de mais de 100 países, incluindo Portugal, no EMF 2012, mas fica
marcado “pela sombra do sismo” que levou “grande sofrimento” à Itália.
O Papa
comentou a 9ª Sinfonia de Beethoven, executada pela Orquestra e o Coro do
teatro, sob a direção do maestro Daniel Barenboim, que classificou como “uma
das obras-primas absolutas da história da música”, e disse que a emblemática
sala milanesa é uma referência “musical e cultural” para todo o mundo.
Nesse
contexto, destacou que a reconstrução do teatro, após a II Guerra Mundial
(1939-1945) foi “um sinal de esperança” após a destruição do conflito.
Bento XVI
elogiou a “visão ideal da humanidade que Beethoven desenha com a sua música”,
que canta “a alegria da convivência fraterna dos povos, da vitória sobre o
egoísmo”, para lá de qualquer “barreira e convicção”.
O Papa
agradeceu a escolha da obra executada para “lançar uma mensagem com a música”
que afirma “os valores fundamentais da solidariedade, da fraternidade e da
paz”.
“Parece-me
que esta mensagem é preciosa também para a família, porque é na família que se
experimenta, pela primeira vez, como a pessoa não é criada para viver fechada
em si mesma, mas em relação com os outros”, acrescentou.
Este sábado,
a portuguesa Dulce Pontes vai cantar para Bento XVI, com outros cantores e
compositores de todo o mundo.
A chamada
"Festa dos Testemunhos", que decorre ao final do dia, vai reunir em
volta do Papa atores, coros gospel, bandas pop, uma orquestra sinfónica e até
artistas de circo, adianta a Rádio Renascença.
Fonte:
Agência Ecclesia
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