domingo, 14 de outubro de 2012


Mesa redonda do Ebruc debate a ciência e a fé

POR: CNBB
multidao22ebrucPontualmente as 9h da manhã, iniciou a segunda mesa redonda do Ebruc, no Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR). A mesa redonda teve como tema “Falamos do que sabemos, testemunhamos o que vimos” (Jo 3, 11).
Diálogo entre jovens de várias áreas do saber destacam as dificuldades e desafios de vivenciar a fé – relação ciência e fé a partir das diferentes áreas do saber. Quais as contribuições de sua área para favorecer o diálogo entre ciência e fé e aprofundar a dimensão da fé dos universitários?
O doutor Pedro Bodê, professor em Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) falou do cotidiano, a ciência e a fé. “Eu percebi, em alguns momentos da minha vida, que sempre que me aproximava da burocracia, me afastava da fé”.
Citando filósofos antigos, disse que a aposta na antiguidade era que o mundo se tornaria mais laico. Fez um paralelo, citando Karl Max, do protestantismo e o capitalismo.
mesaredonda22ebruc“De alguma forma a Igreja segue professando princípios éticos e morais há muitos anos, e a ciência deve seguir os princípios amorais, mas as ciências não podem seguir fazendo o que querem. Se a ciência não tiver limites ela produz algo como Auschwitz (Campo de Concentração nazista que matou milhares de judeus). A Igreja produz formulas de como a ciência deve proceder antes que produza algum tipo de produto, e acho que a ciência está com déficit com a Igreja”, destacou Pedro Bodê.
Moderador do debate é Másimo Della Justina, acadêmico do curso de Matemática e professor de Economia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Nas Ciências Biológicas, a acadêmica do curso de Medicina da PUC-PR, Priscilla Gozzo, destacou que fé e ciência andam juntas. “Uma pessoa de fé tem uma visão é um comportamento totalmente diferente das pessoas que não tem fé. Até o processo de recuperação dessas pessoas que se dizem de fé, são muito mais rápidas do que as que não têm fé”.
Na Área de Ciências Humanas, o professor chileno Humberto Contreras Bagozzi, trabalhou dentro de duas frases do pedagogo Paulo Freire. “O que a ciência desumanizou a Igreja está aí para reumanizá-la”, disse.
Segundo o professor Humberto, a Pastoral deve atuar na Universidade com conhecimento. A Pastoral não pode se restringir apenas a eventos celebrativos, mas atuar dentro das salas de aulas, da humanização dos alunos. “Deve haver diálogo e prospecção para o trabalho. Portanto, devemos centralizar as ações na questão do homem, da mulher. O conhecimento religioso serve para humanizar o ser humano. A religião é um meio, não um fim. Todo o homem e mulher são seres religiosos, então a Igreja é o meio entre o homem e o fim, que é Deus”.
Área de conhecimento jurídica, Lucas Alessandro Silva, acadêmico do curso de Direito da PUC-PR e graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). “Temos uma dificuldade para limitar o que é o Direito. O Direito atua sobre os fatos sociais. O Direito não é neutro, ele é sempre tendencioso. O Juiz está atuando de forma tendenciosa, para um ou outro lado das partes. Então, qual a contribuição do Direito no diálogo em fé e ciência. Eu acho que o Direito não tem o direito de fomentar o diálogo entre questões sociais, mas simplesmente atuar observando os diálogos sociais. Por isso o maior problema que temos com o Direito é a aplicação do senso comum”, disse Lucas.

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