segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sínodo dos Bispos para «mundo descristianizado»

Bento XVI quer católicos em diálogo com pessoas indiferentes ou hostis à sua mensagem

 
D.R. | Missa de abertura do Sínodo dos Bispos 2012
 
Cidade do Vaticano, 07 out 2012 (Ecclesia) – Bento XVI inaugurou este domingo a 13ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, no Vaticano, durante uma celebração em que deixou apelos ao diálogo entre católicos, quem se afastou da Igreja e descrentes, num “mundo descristianizado”.
O Papa falava na homilia da missa a que presidiu na Praça de São Pedro, Vaticano, que centrou no tema sinodal, a “nova evangelização”, uma ação “destinada principalmente às pessoas que, embora batizadas, se distanciaram da Igreja e vivem sem levar em conta prática cristã”.
O Sínodo, precisou Bento XVI, visa “ajudar essas pessoas a terem um novo encontro com o Senhor, o único que dá sentido profundo e paz para a existência” e “favorecer a redescoberta da fé, a fonte de graça que traz alegria e esperança na vida pessoal, familiar e social”.
Neste contexto, os católicos foram desafiados ao encontro com as pessoas, “indiferentes ou mesmo hostis”, para lhes anunciar “a beleza do Evangelho e da comunhão em Cristo”.
O Papa disse ainda que esta perspetiva se vai reforçar pela coincidência entre a abertura da assembleia sinodal e o início do Ano da Fé, que terá lugar na próxima quinta-feira, assinalando o 50.º aniversário da abertura do II Concílio do Vaticano (1962-1965).
“A evangelização, em todo tempo e lugar, teve sempre como ponto central e último Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, e o Crucificado é por excelência o sinal distintivo de quem anuncia o Evangelho: sinal de amor e de paz, apelo à conversão e à reconciliação”, observou.
O Papa admitiu que o “pecado, pessoal e comunitário” de muitos cristãos se apresenta como “grande obstáculo para a evangelização”, falando também numa “clara correspondência entre a crise da fé e a crise do matrimónio”.
“A união do homem e da mulher, o ser ‘uma só carne’ na caridade, no amor fecundo e indissolúvel, é um sinal que fala de Deus com força, com uma eloquência que hoje se torna ainda maior porque, infelizmente, por diversas razões, o matrimónio está a passar por uma profunda crise, precisamente nas regiões de antiga tradição cristã”, precisou.
Este Sínodo dos Bispos, que se vai prolongar até ao próximo dia 28, é dedicado ao tema ‘A nova evangelização para a transmissão da fé cristã’, contando com a maior presença de participantes na história destes eventos: 262 cardeais, arcebispos e bispos, a que se juntam peritos e outros convidados, incluindo representantes de outras 15 Igrejas cristãs.
A missa foi antecedida pelo rito de proclamação de dois novos doutores da Igreja Católica, São João de Ávila, religioso espanhol do século XVI, e Santa Hildegarda de Bingen, monja e mística alemã do século XII.
Esta segunda-feira vai ser apresentado em conferência de imprensa o relatório prévio (‘relatio ante disceptationem’), que antecede as intervenções dos presentes, entre os quais se incluem dois representantes da Conferência Episcopal Portuguesa: D. Manuel Clemente, bispo do Porto, e D. António Couto, bispo de Lamego.
O Sínodo dos Bispos, criado pelo Papa Paulo VI em 1965, pode ser definido em termos gerais como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo.
OC

Agência Ecclesia

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