domingo, 4 de março de 2012

Fátima: Simpósio convida a cuidar mais de Deus

Iniciativa está enquadrada no programa do Centenário das Aparições de Nossa Senhora e vai decorrer entre 15 e 17 de junho

Fátima, Santarém, 01 mar 2012 (Ecclesia) – A teóloga Isabel Varanda, da Universidade Católica Portuguesa (UCP), considera que “chegou o tempo de os crentes cuidarem de Deus”, numa sociedade cada vez mais à margem da espiritualidade e do ideal cristão.
“Se já nem sabemos o que é dar, oferecer, entregar gratuitamente, com que disposição e suporte poderemos pensar a possibilidade da oferta de nós mesmos a Deus?”, questiona a investigadora, em entrevista publicada hoje no boletim informativo do Santuário de Fátima.
Trata-se de uma reflexão enquadrada no simpósio teológico-pastoral intitulado “Quereis oferecer-vos a Deus? Horizontes contemporâneos da entrega de si”, que o Santuário de Fátima vai promover entre 15 e 17 de junho.
Este evento, inserido no programa religioso e cultural que antecede a comemoração do Centenário das Aparições de Fátima, marcado para 2017, retoma “a pergunta que os três pastorinhos escutaram vinda do Alto”, há 95 anos atrás, e que serve de base ao ano pastoral do Santuário.
Segundo Isabel Varanda, presidente da comissão organizadora do simpósio, esta interpelação será hoje “no mínimo desconfortável”, numa época em que “o Deus de Jesus Cristo está ao abandono”, até “pela sua família mais chegada: os cristãos”.
“A própria Igreja de Jesus Cristo dá a ideia, muitas vezes e de muitos modos, de ter Deus ao abandono, gastando as suas energias supostamente com as coisas de Deus, mas esquecendo Deus”, salienta a investigadora, que admite mesmo que a estrutura eclesial entrou “num processo de secularização”.
Esta conjuntura, acrescenta, “pode levar à diluição da identidade da Igreja, por não ser suficientemente cuidadora do seu fundamento e por não estar suficientemente atenta à possível atrofia da sua dimensão celeste e escatológica”.
A “nova evangelização” proposta pelo Papa João Paulo II e continuada pelo seu sucessor, Bento XVI, pode ter um papel decisivo no “despertar” espiritual da sociedade.
“A tarefa fundamental da Igreja de todos os tempos é a de dirigir o olhar do ser humano para o mistério de Cristo”, recordaIsabel Varanda, citando a carta encíclica “Redemptor Hominis”, que marcou o início do pontificado de Karol Wojtyla, em 1979.

Fonte: Agência Eclesia

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