Mais uma vez, a Palavra poderosa e eficaz do Evangelho, ressoa em nossos ouvidos como convite urgente a “fazer-se ao largo” e a lançar as redes para pescar.
O convite é por lado para avançar dentro de nós mesmos, não fora de nós. Em nossas profundidades, em nossa intimidade não no que nos rodeia, não na nossa exterioridade, não no que não somos. No silêncio de nossas profundidades e não na agitação e no barulho de nossas atividades exteriores; na abstração de tudo que não seja as coisas de Deus.
Para chegar ao nosso interior, deveremos afastar-nos de muitas coisas que estão em nosso exterior; para colocar-nos nesse fecundo silêncio, deveremos fazer com que calem muitas vozes, muitas opiniões, muitas conversas, muitos ruídos, muita agitação, como naquela praia da Galiléia naquela tarde quando os pescadores lavam as redes. Deus quer falar ao coração, no silêncio, no recolhimento, na intimidade da oração: “avança para águas mais profundas...”
Vida interior, vida espiritual, sem essa interioridade de nossa vida não conseguiremos libertar-nos das influências de tudo que nos rodeiam. O convite é para avançar mar a dentro, vagar e penetrar na solidão de nosso interior, mergulhar no silêncio interior, silêncio eloquente, porque aí se capta a voz do Espírito.
Por outro lado o convite é também para ir mais profundo, onde a água é mais escura e há mais incerteza na nossa missão de evangelizar. Jesus lança um desafio aos pescadores da Galiléia a não se deterem nas águas rasas onde os peixes se vêem, mas também a irem para onde parece não haver nada. Porque não se vê nada.
Não podemos manter as redes recolhidas e inativas; as redes são feitas para lançar-se à pesca e nós somos chamados para colaborar com Jesus no trabalho da pesca de homens. Vamos mar a dentro e não fiquemos parados na praia de nossas comodidades, lancemos as redes e comecemos a pesca que será sempre milagrosa quando em “atenção à tua Palavra vou lançar as redes”, como disse Pedro. (Pe. José Assis Pereira)
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