O Padre Luciano Guedes, pároco da Catedral de Nossa Senhora da
Conceição, em Campina Grande, aproveitou a celebração do Dia de Todos os
Santos, na noite deste sábado (01), para falar sobre a busca da
santidade, que deve permear a vida de todos os cristãos. Segundo ele,
ser santo é, acima de tudo, ser “pobre no espírito e humilde de coração”.
Pe Luciano disse que a festa de todos os santos é a festa de todos os
que foram banhados no Cristo Jesus, pelo Batismo. “Ou seja, nós. É a
nossa festa, é a nossa esperança, porque nós também estamos inseridos,
pelo Batismo, nesta vida de Cristo. A igreja que supera o pecado, os
homens e as mulheres que travam uma batalha para cada dia se tornarem
melhores, tendo consciência de suas limitações. Aí está a santidade”.
Segundo ele, os santos também tem defeitos, pois não deixaram de ser
humanos. “É na humanidade que a santidade vai resplandecer. Os santos
também pecam. Por isso dizemos ‘Igreja Santa e Pecadora’, porque quanto
mais nos aproximamos de Deus, que é a luz, mais nos aproximamos da nossa
escuridão. Quanto mais me aproximo de Deus, mais descubro que sou um
pecador”.
Ainda de acordo com o pároco, normalmente
os mais santos são os mais simples, os mais humildes. “A história, a
literatura, a biografia mostram que nunca um santo disse ‘sou santo’.
São os outros que dizem. Os santos nunca se envaidecem de seu próprio
testemunho. As pessoas que tem as virtudes de Deus não saem alardeando,
propagando, exibindo as suas próprias qualidades. Os santos são sempre
pessoas discretas, são seres humanos que tem consciência de sua própria
miséria”.
Ele disse que fazer propaganda das suas
próprias qualidades é ser contrário à santidade. “Em primeiro lugar a
qualidade dos santos é a pobreza. Está na Bíblia: ‘Bem aventurados os
pobres de espírito, porque é deles o reino de Deus’. Não estamos falando
do pobre na categoria sociológica, mas a pessoa que não é
autossuficiente. O pobre sempre se volta para esperar algo mais, é um
sujeito de esperança, que se volta para o que é absoluto. Ele sempre
quer superar-se. O autossuficiente não, ele diz ‘eu já sou’, ‘eu já
tenho’”.
Para Padre Luciano Guedes, normalmente os
santos não se colocam no altar, são os outros que o colocam. “Se alguém
quer subir no altar, pois atribui a si mesmo a santidade, não tem nada
de santo. A igreja bendiz os santos nesta data e todos nós temos que
buscar nos incluir entre os santos. Apesar da minha miséria e do meu
pecado, eu quero a santidade, quero me inserir nas fileiras dos que
estão com Cristo pelo Batismo. Nossa meta é a santidade. Portanto, a
festa de hoje é a nossa festa”, finalizou o pároco.
Texto: Carlos Magno
Foto: Pascom Catedral
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