O Papa Francisco explicou hoje o caminho do martírio de todos os dias dos cristãos. Francisco explicava, na missa em Santa Marta, o Evangelho do dia, em
que Jesus anuncia aos discípulos o Espírito Santo: “Tenho ainda muito
que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da
Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena”.
O Senhor, explicou
o Papa, “fala do futuro, da cruz que nos espera e nos fala do Espírito,
que nos prepara a dar o testemunho cristão”. Portanto, fala “do
escândalo das perseguições”, do “escândalo da Cruz”.
“A vida da
Igreja – observou – é um caminho guiado pelo Espirito”, que nos recorda
as palavras de Jesus e “nos ensina as coisas que Ele ainda não pôde nos
dizer”: “é companheiro de caminhada” e “nos defende também” do
“escândalo da Cruz”. A Cruz, de fato, é um escândalo para os judeus e
uma loucura para “os gregos, isto é, os pagãos”. Os cristãos, ao invés,
pregam Cristo crucificado. Assim, Jesus prepara os discípulos para que
não se escandalizem com a Cruz de Cristo: “Expulsar-vos-ão das sinagogas
– afirma Jesus – E mais: virá a hora em que aquele que vos matar
julgará realizar um ato de culto a Deus”.
“Hoje somos
testemunhas dessas pessoas que matam os cristãos em nome de Deus, porque
são infiéis, segundo eles. Esta é Cruz de Cristo: ‘E isso farão porque
não reconheceram o Pai nem a mim’. ‘O que aconteceu a mim – afirma Jesus
– acontecerá também a vós – as perseguições, as tribulações – mas, por
favor, não vos escandalizeis: será o Espírito a guiar-nos e a fazer-nos
entender’”.
Fiéis degolados
Neste contexto, o Papa
recordou o telefonema que recebeu no domingo (10/05) do Patriarca copta
Tawadros, “porque era o dia da amizade copta-católica”:
“Eu
recordei os seus fiéis, que foram degolados na praia porque cristãos.
Esses fiéis, pela força que lhes deu o Espírito Santo, não se
escandalizaram. Morreram com o nome de Jesus nos lábios. É a força do
Espírito. O testemunho. É verdade, a força do Espírito. O testemunho. É
verdade, o martírio é justamente isso, o testemunho supremo”.
O testemunho diário
“Mas há também o testemunho de todos os dias – prosseguiu –, o
testemunho de tornar presente a fecundidade da Páscoa” que “nos dá o
Espírito Santo, que nos guia rumo à verdade plena, à verdade inteira, e
nos faz recordar o que Jesus nos diz”.
“Um cristão que não leva
a sério esta dimensão de martírio da vida não entendeu ainda o caminho
que Jesus nos ensinou: o caminho do martírio de todos os dias; de
defender os direitos das pessoas; dos filhos: pai e mãe que defendem sua
família; o caminho do martírio de tantos, tantos doentes que sofrem por
amor de Jesus. Todos nós temos a possibilidade de levar avante esta
fecundidade pascal no caminho do martírio, sem nos escandalizar”.
O Papa concluiu com esta oração: “Peçamos ao Senhor a graça de receber o
Espírito Santo, que nos fará recordar as coisas de Jesus, que nos
guiará rumo a toda a verdade e nos preparará a cada dia para oferecer
este testemunho, para oferecer este pequeno martírio de todos os dias ou
um grande martírio, segundo a vontade do Senhor”.(Fonte; Rádio Vaticano)
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