quinta-feira, 1 de maio de 2014

"Assembleia é experiência intensa da colegialidade episcopal", diz cardeal Damasceno

O arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, em seu discurso na abertura da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, deu as boas-vindas aos participantes e reforçou que o acontecimento anual "é uma experiência intensa da colegialidade episcopal". Confira, na íntegra, o pronunciamento:
Dando início a esta 52a Assembleia Geral da CNBB, saúdo e acolho fraternalmente o Sr. Núncio apostólico, o Exmo. Dom Giovanni D’Aniello, e seu colaborador, Mons. Piergiorgio Bertoldi. Saúdo com afeto colegial todos os membros da CNBB, os Senhores cardeais, arcebispos, bispos, administradores diocesanos; os Arcebispos e Bispos Eméritos que nos alegram com sua presença; os assessores e assessoras da CNBB; o Reitor do Santuário Nacional, Padre Domingos Sávio da Silva, CSSR; os presbíteros, religiosos e religiosas, os fiéis leigos e todos os participantes desta 51ª. Assembleia Geral da CNBB. Saúdo as autoridades presentes, entre as quais o digníssimo Prefeito de Aparecida, Sr. Márcio de Siqueira. Saúdo, cordialmente, os profissionais da imprensa e a todos os que nos acompanham pelos meios de comunicação – televisão, rádio e Internet e renovo o agradecimento pelo importante trabalho de cobertura que aqui realizam a serviço da Igreja e de toda a sociedade brasileira.
Acabamos de celebrar a Santíssima Eucaristia, de nos revigorar na fonte do amor, pois é o “amor de Cristo que nos impele” (2 Cor 5,14) a evangelizar. O Papa Francisco, no 5o capítulo da Evangelii Gaudium, dedicado à espiritualidade dos evangelizadores, nos recorda que “a primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-Lo cada vez mais. Com efeito, um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor seria? [...] Como nos faz bem deixar que Ele volte a tocar a nossa vida e nos envie para comunicar a sua vida nova! Sucede então que, em última análise, «o que nós vimos e ouvimos, isso anunciamos» (1 Jo 1,3)” (EG, 264).
Apraz-me recordar ainda, queridos irmãos, a propósito da Assembleia Geral da CNBB, que quando sua periodicidade ainda não era anual e ela se realizava a cada vez em uma diocese diferente, a 2a Assembleia foi celebrada aqui em Aparecida, há 60 anos, de 9 a 12 de setembro de 1954. 
Este acontecimento anual, do qual participamos, é uma experiência intensa da colegialidade episcopal. Aqui se renova nossa experiência de que “da comunicação de pareceres e experiências, e da troca de opiniões”, como disse o Concílio no decreto Christus Dominus, “resulta uma santa colaboração de esforços para o bem comum das Igrejas” (CD, 37).
O tema central desta Assembleia é “Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia”. Ele já foi o tema central da 51a Assembleia Geral, em 2013 e volta em vista da aprovação de um documento. Na homilia da Santa Missa, já citei a Exortação Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, a respeito das paróquias. Mas há uma outra passagem desse documento à qual me refiro neste contexto: “se ela [a paróquia] for capaz de se reformar e adaptar constantemente, continuará a ser ‘a própria Igreja que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas’ (CfL, 26). Isto supõe que esteja realmente em contato com as famílias e com a vida do povo, e não se torne uma estrutura complicada, separada das pessoas, nem um grupo de eleitos que olham para si mesmos. [...] Temos, porém, de reconhecer que o apelo à revisão e renovação das paróquias ainda não deu suficientemente fruto” (EG, 28).
Entre os temas prioritários, estão os fiéis leigos e leigas e a questão agrária. Dos fiéis leigos e leigas, caros irmãos, recordo uma afirmação do Papa Francisco, que precisa ser tomada em séria consideração. Ele diz que “a tomada de consciência da responsabilidade laical que nasce do Baptismo e da Confirmação não se manifesta de igual modo em toda a parte; nalguns casos, porque não se formaram para assumir responsabilidades importantes, noutros por não encontrar espaço nas suas Igrejas particulares para poderem exprimir-se e agir por causa dum excessivo clericalismo que os mantém à margem das decisões” (EG, 102). A propósito da questão agrária, quero recordar que nossa palavra de pastores, manifestada colegialmente, se reveste de importância especial. Será ouvida em toda parte, acolhida por muitos, talvez recebida com indiferença, por outros. Mas a nossa palavra de pastores quer ser uma contribuição para o desenvolvimento com justiça social de nosso país, visando somente o bem comum da sociedade brasileira.
Vários outros temas e atividades estão em nosso programa, entre os quais destaco a importância da 3a Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, pela qual o Papa já pediu orações de toda a Igreja.
A todos os presentes, aos fiéis de nossas Igrejas particulares e àqueles que nos acompanham pelos meios de comunicação, peço suas orações por nossa Assembleia Geral.

Aos participantes da Assembleia e aos que vão colaborar conosco, agradeço, antecipadamente. Ao Secretariado Geral da Conferência que preparou esta Assembleia, em especial o Secretário Geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner, nosso muito obrigado. Agradeço ainda ao Reitor do Santuário Nacional e aos Missionários Redentoristas. Ao Sr. Prefeito de Aparecida, obrigado pelo acolhimento e pelas boas vindas que desejou a todos os participantes da Assembleia e pela colaboração da Prefeitura Municipal de Aparecida, durante a realização da 52ª. Assembleia Geral da CNBB. (Fonte; 
http://www.cnbb.org.br/)
Aparecida – SP, 30 de abril de 2014.
Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo Metropolitano de Aparecida – SP
Presidente da CNBB

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