O papa Paulo VI será beatificado no dia 19 de
outubro deste ano no Vaticano. O papa Francisco autorizou, em audiência
particular, sexta-feira à tarde, o prefeito da Congregação para as Causas dos
Santos, cardeal Angelo Amato, a divulgar a promulgação do decreto de aprovação
de um milagre atribuído ao futuro beato e a anunciar a data da beatificação.
Giovanni Batistta
Montini, que foi arcebispo de Milão e, em 1963, foi eleito sucessor de São João
XXIII, canonizado em 27 de abril, governou a Igreja durante 15 anos, até 1978.
Ele deu continuidade ao Concílio Ecumênino Vaticano II, encerrado em dezembro
de 1965 e escreveu encíclicas de grande repercussão, entre elas a Populorum
Progressio (O Desenvolvimento dos Povos) e a Evangelium Vitae (O Evangelho da
Vida).
Na encíclica
Evagelium Vitae, Paulo VI manteve a proibição da Igreja ao controle de
natalidade, vetando o uso da pílula e outros métodos anticoncepcionais não
naturais. A decisão foi um momento de grande angústia para o papa, porque ele
assumiu uma posição tradicional e conservadora, apesar de uma comissão de
teólogos ter se manifestado a favor da liberação.
Duas semanas atrás,
informava-se em Roma que Paulo VI seria beatificado em Milão, provavelmente
pelo arcebispo Angelo Scola, seu sucessor na arquidiocese. O fato de a
cerimônia de beatificação ser marcada para o Vaticano significa que o papa
Francisco, que presidirá o ato, pretende dar maior destaque à figura de
Montini.
Igreja reconhece milagre pró-vida do papa Paulo VI
A Congregação para a Causa dos Santos reconheceu nesta terça-feira, 6,
que o nascimento sadio de uma criança, cuja mãe enfrentou graves problemas na
gestação e foi aconselhada por médicos a abortar, ocorreu após a intercessão de
Giovanni Battista Montini, o papa progressista que concluiu os trabalhos do
Concílio Vaticano II, que reformou a Igreja.
Paulo VI é ainda o papa da encíclica Populorum Progressio (Progresso dos povos), na qual defendia o acolhimento dos desvalidos, a divisão das terras e o imposto sobre grandes fortunas. Dizia haver chegado “a hora da ação” para os católicos. Estes deviam mudar a realidade injusta dos países subdesenvolvidos, o que estimulou na América Latina a leitura dos Evangelhos dos teólogos da libertação.
Paulo VI é ainda o papa da encíclica Populorum Progressio (Progresso dos povos), na qual defendia o acolhimento dos desvalidos, a divisão das terras e o imposto sobre grandes fortunas. Dizia haver chegado “a hora da ação” para os católicos. Estes deviam mudar a realidade injusta dos países subdesenvolvidos, o que estimulou na América Latina a leitura dos Evangelhos dos teólogos da libertação.
Mas Montini também foi o papa da encíclica Humanae Vitae (Sobre a Vida Humana), de 1968, que condenou o aborto e os métodos artificiais de contracepção, como a pílula. “Ele foi crucificado em vida por causa desse documento. É emblemático esse milagre. De fato, Paulo VI tenderá a ser visto como um santo pró-vida”, disse o professor de Teologia e diretor do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Francisco Borba Ribeiro Neto.
Após as reformas dos anos 1960, como a da liturgia - com a missa nas línguas nacionais em vez do latim -, a Humane Vitae foi um marco. “É quando a opinião pública se dá conta de que o corpo central do magistério da Igreja não seria mudado”, disse Borba. Era uma reação à ideia de que só haveria vida a partir do momento em que o feto fosse capaz de viver de forma autônoma, fora do útero materno. A consequência é que, se o feto não tem vida, não haveria razão para proibir o aborto.
“Ele (Paulo VI) foi tremendamente corajoso”, afirmou o capelão do Mosteiro da Luz, José Arnaldo Juliano dos Santos. O milagre de Paulo VI ocorreu nos Estados Unidos, em 2001, país onde o aborto foi legalizado em 1973 pela Suprema Corte. A mãe estava no quinto mês de gestação quando médicos disseram que o feto teria graves problemas e podia até morrer. Depois, não souberam explicar o nascimento sadio do menino. Após a beatificação, Montini deve ser canonizado, a exemplo dos papas João XXIII e João Paulo II. Com isso, dizem Borba e José Arnaldo, o Concílio Vaticano II passa a ser compreendido como uma obra de santos. (Fonte; http://www.em.com.br/)
Nenhum comentário:
Postar um comentário