segunda-feira, 12 de maio de 2014

Papa Paulo VI será beatificado em outubro, no Vaticano - A cerimônia ocorrerá no vaticano

O papa Paulo VI será beatificado no dia 19 de outubro deste ano no Vaticano. O papa Francisco autorizou, em audiência particular, sexta-feira à tarde, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, a divulgar a promulgação do decreto de aprovação de um milagre atribuído ao futuro beato e a anunciar a data da beatificação.



Giovanni Batistta Montini, que foi arcebispo de Milão e, em 1963, foi eleito sucessor de São João XXIII, canonizado em 27 de abril, governou a Igreja durante 15 anos, até 1978. Ele deu continuidade ao Concílio Ecumênino Vaticano II, encerrado em dezembro de 1965 e escreveu encíclicas de grande repercussão, entre elas a Populorum Progressio (O Desenvolvimento dos Povos) e a Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida).

Na encíclica Evagelium Vitae, Paulo VI manteve a proibição da Igreja ao controle de natalidade, vetando o uso da pílula e outros métodos anticoncepcionais não naturais. A decisão foi um momento de grande angústia para o papa, porque ele assumiu uma posição tradicional e conservadora, apesar de uma comissão de teólogos ter se manifestado a favor da liberação.

Duas semanas atrás, informava-se em Roma que Paulo VI seria beatificado em Milão, provavelmente pelo arcebispo Angelo Scola, seu sucessor na arquidiocese. O fato de a cerimônia de beatificação ser marcada para o Vaticano significa que o papa Francisco, que presidirá o ato, pretende dar maior destaque à figura de Montini.

Igreja reconhece milagre pró-vida do papa Paulo VI


A Congregação para a Causa dos Santos reconheceu nesta terça-feira, 6, que o nascimento sadio de uma criança, cuja mãe enfrentou graves problemas na gestação e foi aconselhada por médicos a abortar, ocorreu após a intercessão de Giovanni Battista Montini, o papa progressista que concluiu os trabalhos do Concílio Vaticano II, que reformou a Igreja.

Paulo VI é ainda o papa da encíclica Populorum Progressio (Progresso dos povos), na qual defendia o acolhimento dos desvalidos, a divisão das terras e o imposto sobre grandes fortunas. Dizia haver chegado “a hora da ação” para os católicos. Estes deviam mudar a realidade injusta dos países subdesenvolvidos, o que estimulou na América Latina a leitura dos Evangelhos dos teólogos da libertação.

Mas Montini também foi o papa da encíclica Humanae Vitae (Sobre a Vida Humana), de 1968, que condenou o aborto e os métodos artificiais de contracepção, como a pílula. “Ele foi crucificado em vida por causa desse documento. É emblemático esse milagre. De fato, Paulo VI tenderá a ser visto como um santo pró-vida”, disse o professor de Teologia e diretor do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Francisco Borba Ribeiro Neto.


Após as reformas dos anos 1960, como a da liturgia - com a missa nas línguas nacionais em vez do latim -, a Humane Vitae foi um marco. “É quando a opinião pública se dá conta de que o corpo central do magistério da Igreja não seria mudado”, disse Borba. Era uma reação à ideia de que só haveria vida a partir do momento em que o feto fosse capaz de viver de forma autônoma, fora do útero materno. A consequência é que, se o feto não tem vida, não haveria razão para proibir o aborto.


“Ele (Paulo VI) foi tremendamente corajoso”, afirmou o capelão do Mosteiro da Luz, José Arnaldo Juliano dos Santos. O milagre de Paulo VI ocorreu nos Estados Unidos, em 2001, país onde o aborto foi legalizado em 1973 pela Suprema Corte. A mãe estava no quinto mês de gestação quando médicos disseram que o feto teria graves problemas e podia até morrer. Depois, não souberam explicar o nascimento sadio do menino. Após a beatificação, Montini deve ser canonizado, a exemplo dos papas João XXIII e João Paulo II. Com isso, dizem Borba e José Arnaldo, o Concílio Vaticano II passa a ser compreendido como uma obra de santos. (Fonte; 
http://www.em.com.br/)

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