sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Catedral de Campina Grande promove formação para explicar detalhes de nova Encíclica do Papa Francisco

Catedral Diocesana de Nossa Senhora da Conceição, no centro de Campina Grande, realizou na noite desta quinta-feira (27) uma formação para agentes de pastorais, aberta aos fiéis católicos em geral, sobre a nova Encíclica do Papa Francisco, ‘Laudato Si’, apresentada pelo pontífice em maio. Na Encíclica, o papa fala, sobretudo, em relação ao meio ambiente, enfocando as complicações causadas pela ação do homem moderno.


A apresentação da Encíclica, com o detalhamento dos capítulos e a explicação de cada um deles foi feita pelo seminarista Van Victor, com participação do pároco da Catedral, Luciano Guedes. Durante cerca de 1 hora e meia, Van Victor explicou a preocupação do papa e as cobranças que ele fez, na Encíclica, sobre os que mais estão degradando o meio ambiente, citando, por exemplo, as nações mais poderosas do planeta.

Ele também falou sobre a preocupação do papa em relação às pessoas, sem distinção, considerando que todos nós vivemos no planeta Terra e que temos, indistintamente, responsabilidades sobre os destinos da Criação. “Não é ‘a natureza’ e ‘nós’, ‘o meio ambiente’ e ‘nós’. Todos sofremos quando agredimos o meio ambiente”, disse.

Ele explicou sobre capítulo da Encíclica que fala das mudanças climáticas, mostrando que, gradativamente, há um aumento na temperatura das cidades. “Campina Grande, por exemplo, era fria no passado. Hoje enfrentamos um calorão e isso afeta tudo”. Victor lembra que os impactos dessa mudança serão sempre maiores entre os mais pobres.

Crítica aos Poderosos - Ele citou trecho da Encíclica no qual o Papa Francisco critica o modo como os poderosos encaram este problema. “Muitos daqueles que detém mais recursos e poder econômico ou político parecem concentrar-se sobretudo em mascarar os problemas ou ocultar os seus sintomas, procurando apenas reduzir alguns impactos negativos de mudanças climáticas”, diz o documento.

Encíclica ‘Laudato Si’ também aborda a questão da água e a preservação da biodiversidade – esta, uma consequência direta de uma intervenção humana. “O homem também vai contra a beleza e perfeição da Criação de Deus”, diz Van Victor.

Em momento duro da Encíclica, o Papa aborda o que ele chama de ‘dívida ecológica’, criticando “países desenvolvidos, ávidos consumidores que já cometeram grandes crimes contra seus próprios ecossistemas e pressionam os países em desenvolvimento por recursos, enquanto discursam sobre preservação”. “É como se os países ricos dissessem: estamos pagando para que vocês continuem subdesenvolvidos”, disse Victor.

Papa Francisco apresenta, na Encíclica, as bases bíblicas da visão ecológica daIgreja, lembrando que o fato de sermos feitos à imagem e semelhança de Deus “não quer dizer que sejamos donos do mundo e que possamos desmandar em toda a Criação”. Ele também destaca os avanços da tecnologia, de forma muito positiva, mas alerta para a concentração dessa tecnologia nas mãos de alguns, em detrimento de todos.

Proposta da Igreja – A proposta do papa para minimizar os problemas elencados na Encíclica vem no Capítulo IV, que ele denomina de ‘Uma Ecologia Integral’, definida, por Francisco, como uma ecologia “que integre o lugar específico que o ser humano ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o circunda”.

papa aponta as bases de como a sociedade deve se organizar para garantir condições dignas de viver e convida a uma conversão ecológica, mesmo reconhecendo que não é fácil reformular conceitos e procedimentos. “O caminho a ser seguido é: educação através da escola, família, meios de comunicação e catequese”, lembra Van Victor.

“Que cada um faça a sua parte. Pequenos gestos fazem parte de uma grande ação. E que saibamos da importância do cuidar das nossas relações com Deus, com o próximo e com a terra”, conclui o seminarista.

Ao final, o padre Luciano parabenizou o seminarista Van Victor pela explicação da Encíclica e fez uma avaliação da mensagem do papa. Segundo o pároco, é importante que cada um faça a sua parte e, mais que isso, possa transmitir essa mensagem, em forma de alerta, para as pessoas com as quais temos contato diariamente - Pascom/Catedral.


Nenhum comentário:

Postar um comentário