O Papa Francisco acompanha com viva preocupação a evolução do drama que está atingindo milhares de pessoas em fuga de suas terra. Trata-se de um verdadeiro “êxodo bíblico” que envolve famílias inteiras, reduzidas à miséria, arriscando a vida em busca de um futuro longe das guerras, fome e violência de todo tipo. Em um tweet, o Papa convida à abrir os corações a quem sofre: “Senhor, ajudai-nos a ser mais generosos e sempre mais solidários com as famílias pobres”. Na costa da Líbia duas embarcações afundaram matando ao menos 200 pessoas, enquanto na Áustria dezenas de migrantes foram encontrados na quarta-feira asfixiados, em um caminhão frigorífico.
São cerca de 200 os cadáveres de migrantes encontrados pela Guarda Costeira líbia diante da costa de Zuawra, vítimas de um duplo naufrágio ocorrido quinta-feira (27). Segundo o testemunho de um ativista da ONG Médicos Sem Fronteiras, cerca de 40 pessoas estavam presas no porão de um barco encalhado e outros estavam à deriva. Duzentos sobreviventes foram acompanhados até um centro de detenção líbio. Em Palermo, capital da Sicília, continuam as investigações sobre a morte de 52 imigrantes mortos por asfixia em uma embarcação, que levava 400 pessoas. São dez os contrabandistas presos que deverão responder por favorecimento de imigração clandestina e de homicídio.
E enquanto no canal da Sicília naves italianas e europeias continuam a salvar vidas humanas, nos Balcãs continua a contagem das vítimas de outra rota de imigração. E tudo indica que os 71 imigrantes encontrados em um caminhão frigorífico abandonado em uma auto-estrada na Áustria morreram por asfixia. Provavelmente eram sírios, entre eles, 8 mulheres e 4 crianças.
Vindos principalmente da Síria e Iraque, mas também do Afeganistão e Paquistão, entre outros países, os imigrantes da Rota dos Balcãs desembarcam na Grécia com o objetivo de chegar no Reino Unido, Alemanha e países escandinavos. Para isto, devem atravessar a Sérvia ou Macedônia, a Hungria e a Áustria.
A presença dos refugiados atraiu a atenção dos traficantes de seres humanos, sempre presentes nestas regiões. A Máfia kosovar, em acordo com sérvios-macedônios, está organizando rotas alternativas para esquivar-se do muro que está sendo construído na Hungria, desviando pela Romênia ou mesmo pelos Bálcãs, atravessando a Eslovênia e a Croácia. Até a semana passava, a travessia por terra custava entre 300 a 400 euros. Agora o preço por pessoa chegou a mil euros. (JE)
Fonte: Rádio Vaticano
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