quinta-feira, 30 de abril de 2020

Hoje é celebrado São Pio V, o pastor que liderou a Igreja com auxílio de Maria


O dia 30 de abril é festa de São Pio V, um pobre pastor que chegou a ser Sumo Pontífice, renovou o clero e a liturgia da Missa e salvou a Igreja e a Europa da invasão muçulmana na famosa batalha de Lepanto, com o auxílio da Virgem do Rosário.

Antonio Chislieri (São Pio V) nasceu em Bosco (Itália), em 1504. Tinha que cuidar das ovelhas no campo, porque seus pais eram muito pobres. Na adolescência, uma família generosa custeou seus estudos ao ver que seu filho, também chamado Antonio, se comportava melhor desde que tinha se tornado amigo do santo.

Assim, pôde estudar com os dominicanos e chegou a ser religioso dessa comunidade. Pouco a pouco, foi designado para cargos importantes até que o próprio Papa o nomeou Bispo e, em seguida, encarregado da associação que defendia a fé na Itália.

O santo percorria a pé os povoados, alertando os fiéis dos erros dos evangélicos e luteranos. Muitas vezes, quiseram matá-lo, mas seguiu anunciando a verdade. O Papa o nomeou Cardeal e o encarregou para dirigir a Igreja em defesa da reta doutrina.

Quando o Papa Pio IV morreu, São Carlos Borromeo disse aos Cardeais que o mais apropriado para o ministério era o Cardeal Antonio Chislieri, por isso, foi eleito e tomou o nome de Pio V.

São Pio V pediu que o que se ia gastar no banquete aos políticos e militares fosse empregado em ajudas para os pobres e enfermos. Um dia, viu na rua seu amigo Antonio, cuja família pagou seus estudos, nomeou-o governador do quartel do Papa e as pessoas admiraram ainda mais o Santo Padre ao saber de seu humilde passado.

O Pontífice tinha grande devoção à Eucaristia, à Virgem e à recitação do Rosário, que recomendava a todos. Nas procissões do Santíssimo Sacramento, percorria as ruas de Roma a pé e com grande piedade e devoção.

Ordenou que bispos e párocos vivessem no local para onde tinham sido nomeados, a fim de que não descuidassem dos fiéis. Publicou um novo missal e uma nova edição da Liturgia das Horas, bem como um novo catecismo.

Nessa época, os muçulmanos ameaçaram invadir a Europa e acabar com a religião católica. Saíam da Turquia, arrasando as populações católicas e anunciando que a Basílica de São Pedro seria o estábulo para os seus cavalos. Nenhum rei queria enfrentá-los.

O Papa buscou a ajuda de líderes europeus e organizou um grande exército com barcos. Ele pediu que todos os combatentes fossem à batalha confessados e tendo comungado na Missa. Enquanto iam combater, o Pontífice e os fiéis romanos percorriam as ruas descalços rezando o Rosário.

Os muçulmanos eram superiores e se encontraram com o exército católico no golfo de Lepanto, perto da Grécia. Os líderes cristãos fizeram com que os soldados rezassem o rosário antes de iniciar a batalha em 7 de outubro de 1571.

O combate começou com vento contrário para os católicos até que, de um momento para o outro, mudou de direção. Então, os cristãos se lançaram ao ataque e obrigaram os muçulmanos a recuar.

São Pio, sem ter recebido notícias do que aconteceu, olhou pela janela e disse aos Cardeais: “Vamos nos dedicar a dar graças a Deus e à Virgem Santíssima, porque conseguimos a vitória”.

O Papa, como agradecimento, mandou que a cada 7 de outubro fosse celebrada a festa de Nossa Senhora do Rosário e que nas ladainhas fosse incluída “Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por nós” (algo que foi propagado por São João Bosco, séculos depois).

Partiu para a casa do Pai em 1º de maio de 1572, aos 68 anos.
Acidigital

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Secretário de Estado do Vaticano espera que igrejas reabram o mais breve possível

O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, disse em 2 de abril que espera que as igrejas fechadas devido à crise do coronavírus COVID-19 reabram o “mais breve possível”.
Em uma entrevista publicada em 2 de abril no Vatican News, o Cardeal Parolin também disse que estava preocupado com as notícias de católicos que morriam sem o sacramento da Unção dos Enfermos e expressou sua preocupação com o impacto da doença nos países pobres.
“A suspensão das celebrações fez-se necessária para evitar aglomerações. Mas em quase todas as cidades as igrejas permanecem abertas e eu espero que sejam reabertas o mais breve possível aquelas que foram fechadas: ali está a presença de Jesus Eucaristia, os sacerdotes continuam a rezar e celebrar a Santa Missa pelos fiéis impossibilitados de ali participar. É belo pensar que a porta da casa de Deus permanece aberta, como estão abertas as portas de nossas casas, ainda que somos fortemente convidados a não sair, a não ser por motivos de força maior”, disse o Purpurado.
Da mesma forma, reconheceu o sofrimento dos católicos que atualmente estão privados dos sacramentos por cumprir a quarentena. "Compartilho sua dor, mas ao mesmo tempo gostaria de recordar, por exemplo, da possibilidade da comunhão espiritual", expressou.
“O Papa Francisco, ademais, por meio da Penitenciária Apostólica, concedeu o dom de especiais indulgências aos fiéis, não somente aos afetados pelo Covid-19, mas também aos profissionais de saúde, aos familiares e a todos aqueles que, de diversas maneiras, também com a oração, cuidam deles", afirmou.
O Secretário de Estado pediu para “rezar com a Palavra de Deus; Ler, contemplar acolher a Palavra que vem", porque "Deus preencheu com sua Palavra o vazio que nos assusta nessas horas".

“Em Jesus, Deus se comunicou, Palavra plena e definitiva. Não devemos simplesmente preencher o tempo, mas nos encher com a Palavra", acrescentou.
Por outro lado, o Cardeal disse que estava preocupado com as histórias de católicos morrendo sozinhos sem o consolo dos sacramentos.
“É uma das consequências da epidemia que, em certo sentido, me abala. Eu li e ouvi histórias dramáticas e comoventes. Quando, infelizmente, não é possível a presença do sacerdote ao lado de alguém que está à beira da morte, todo batizado e toda batizada podem rezar e levar consolo, em virtude do sacerdócio comum recebido com o Sacramento do Batismo", disse.
"É belo e evangélico imaginar neste momento difícil que, de alguma forma ou outra, também as mãos dos médicos, dos enfermeiros, dos agentes de saúde, que a cada dia consolam, curam ou acompanham estes doentes no último momento de vida, tornam-se as mãos e as palavras de todos nós, da Igreja, da família que abençoa, saúda, perdoa e consola. É o carinho de Deus que cura e dá vida, também a eterna", continuou.
O Cardeal Parolin disse que estava especialmente preocupado com a forma como o coronavírus afetaria os países em desenvolvimento.
"Infelizmente, estamos diante de uma pandemia e o contágio se propaga como fogo. Por um lado, vemos quantos esforços extraordinários têm realizado os países desenvolvidos, com não poucos sacrifícios em nível da vida cotidiana de famílias e da economia nacional, para enfrentar com eficácia a crise sanitária e debelar a difusão do vírus", comentou.
Por outro lado, confessou “que me preocupa ainda mais a situação nos países menos desenvolvidos", onde "as estruturas de saúde não serão capazes de assegurar os cuidados necessários e adequados para a população".
“Por vocação, a Santa Sé procura ter o mundo inteiro como horizonte, procura não esquecer quem está mais longe, quem mais sofre, quem talvez tenha dificuldade para receber os refletores da mídia internacional. Há realmente necessidade de rezar e de nos empenharmos, todos, para que nunca falte a solidariedade internacional. Apesar da emergência, apesar do medo, é o momento de não nos fecharmos em nós mesmos", lembrou.
O Cardeal confirmou que atualmente há sete casos de coronavírus entre os funcionários do Vaticano. Todos eles passaram pela fase crítica e agora estão melhorando, assegurou.
Afirmou também que o Papa estava procurando novas maneiras de alcançar pessoas que sofrem em todo o mundo.
“O Santo Padre Francisco está buscando todos os modos possíveis para estar próximo das pessoas, no mundo inteiro. Para ele, o contato com pessoas sempre foi fundamental e, mesmo se de modo novo e inédito, pretende mantê-lo", confessou.
“A transmissão ao vivo diária da Santa Missa na Casa Santa Marta é um sinal concreto disso. A oração constante pelas vítimas, seus familiares, os funcionários da saúde, os voluntários, os sacerdotes, os trabalhadores, as famílias é outro sinal concreto. Todos nós colaboradores buscamos ajudá-lo a manter os contatos com as Igrejas de todos os países do mundo”, acrescentou.
Finalmente, o Cardeal Parolin explicou que as autoridades do Vaticano visam garantir que o maior número possível de pessoas possam acompanhar as liturgias do Tríduo Pascal enquanto estejam confinadas em seus lares.
“Estudamos modalidades diferentes daquelas tradicionais. De fato, não será possível acolher os peregrinos como sempre aconteceu. No pleno cumprimento das regras de precaução para evitar o contágio, buscaremos celebrar os grandes ritos do Tríduo Pascal, de forma a acompanhar todos aqueles que infelizmente não poderão ir às igrejas”, concluiu.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.




quinta-feira, 2 de abril de 2020

Estas são as três dimensões da vida cristã, segundo o Papa Francisco

O Papa Francisco assinalou, nesta quinta-feira, 2 de abril, durante a Missa celebrada na Casa Santa Marta, quais são as três dimensões da vida de fé, da vida cristã: "a eleição, a promessa e a aliança".

O Pontífice lembrou que o Senhor "sempre se recordou da sua aliança", porque "o Senhor não se esquece, jamais esquece".

O Pontífice especificou que Ele esquece somente “quando perdoa os pecados. Após ter perdoado perde a memória, não recorda os pecados. Nos outros casos, Deus não esquece. A sua fidelidade é memória. A sua fidelidade com o seu povo. A sua fidelidade com Abraão é memória das promessas que tinha feito".

"Deus elegeu Abraão para fazer um caminho. Abraão é um eleito, era um eleito. Deus o elegeu. Depois, naquela eleição prometeu-lhe uma herança" e, em seguida, estabeleceu “a aliança. Uma aliança que lhe faz enxergar longe a sua fecundidade: tu serás pai de uma multidão de nações”.

Do mesmo modo que Abraão foi escolhido por Deus, "cada um de nós é um eleito, ninguém escolhe ser cristão em meio a todas as possibilidades que o ‘mercado’ religioso lhe oferece, é um eleito. Nós somos cristãos porque fomos eleitos. Nesta eleição há uma promessa, há uma promessa de esperança, o sinal é a fecundidade”.

“O cristão é cristão não porque pode mostrar a fé do batismo: a fé de batismo é um papel. Você é cristão se diz sim à eleição que Deus lhe fez, se vai atrás das promessas que o Senhor lhe fez e se você vive uma aliança com o Senhor: essa é a vida cristã”.

“E a aliança é fidelidade, ser fiel. Fomos eleitos, o Senhor nos fez uma promessa, agora nos pede uma aliança. Uma aliança de fidelidade”.

Por fim, o Papa enfatizou que "os pecados são sempre contra estas três dimensões: não aceitar a eleição e nós “elegere” (eleger) tantos ídolos, tantas coisas que não são de Deus. Não aceitar a esperança na promessa" e "esquecer a aliança, viver sem aliança, como se fôssemos sem aliança".

Evangelho comentado pelo Papa Francisco:

João 8,51-59

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51“Em verdade, em verdade, eu vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. 52Disseram então os judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte’. 53Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes ser?”

54Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. 55No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se”. 57Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta anos tens, e viste Abraão!” 58Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do Templo.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Acidigital 

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Na Sexta-feira Santa a Igreja rezará esta oração pelas vítimas do coronavírus

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos emitiu um decreto que propõe aos bispos diocesanos incluir na oração universal da Celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa, uma nova intenção pelos afetados pela pandemia de coronavírus COVID-19.

Portanto, na oração universal, se rezará: “Deus Todo-Poderoso e eterno, amparo em todos os perigos, dirigi o vosso olhar de modo propício para nós que com fé vos suplicamos na tribulação e concedei descanso eterno aos defuntos, alívio aos que choram, saúde aos doentes, paz aos que morrem, força aos que trabalham na saúde, espírito de sabedoria aos governantes, e espírito de aproximação a todos com amor para glorificarmos juntos o vosso santo nome”.

O decreto afirma que "a Celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa tem uma característica particular este ano devido à terrível pandemia que afeta o mundo".

Indica também que, “no dia em que celebramos a paixão e morte redentora de Jesus Cristo na cruz que, como o Cordeiro degolado, carregou sobre si a dor e o pecado do mundo, a Igreja eleva súplicas a Deus Pai Todo-Poderoso por toda a humanidade, particularmente por aqueles que mais sofrem, enquanto espera com fé a alegria da ressurreição de seu Esposo".

Portanto, “esta Congregação, em virtude das faculdades concedidas pelo Sumo Pontífice Francisco, fazendo uso de uma possibilidade e concedida no Missal Romano ao bispo diocesano em uma grave necessidade pública, propõe uma intenção para acrescentar à oração universal da mencionada celebração, para que cheguem até Deus Pai as súplicas daqueles que o invocam em sua tribulação, para que todos sintam em suas adversidades o gozo de sua misericórdia”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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