terça-feira, 29 de janeiro de 2013


Arcebispo de Santa Maria: "Este é o momento da reflexão e da esperança"



Santa Maria (RV) - Abalados pelo incêndio que matou pelo menos 231 pessoas e deixou várias outras feridas na boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, familiares e amigos de mortos na tragédia passaram a madrugada de domingo para esta segunda-feira velando os corpos.

Diversos caixões permaneceram até a manhã no Centro Desportivo Municipal, para onde os corpos estão sendo identificados. Durante o dia, familiares e amigos, além de 500 voluntários, entre eles médicos, psicólogos, além de policiais, militares, religiosos e jornalistas, foram ao ginásio.

Boa parte dos 261 mil habitantes de Santa Maria foi ao local mostrar seu apoio às famílias das vítimas.

“Sabemos que podia ter sido qualquer de nós. Não há uma pessoa que não esteja estremecida em Santa Maria. Foi uma coisa grave, sem explicação” - disse à Agência Efe o médico Cléber Lotes, que trabalha como voluntário para atender os parentes de possíveis ataques de ansiedade ou de queda de pressão.

A cidade está mobilizada. 

A Rádio Vaticano contatou o arcebispo de Santa Maria, Dom Hélio Rubert, que quis transmitir uma palavra de conforto aos familiares e amigos dos jovens que perderam a vida na tragédia.

Ontem em Santa Maria havia um clima de guerra, pode-se dizer. Foi muito grande a consternação, a movimentação e a agitação em todos os lugares da cidade. Hoje já está um pouco mais calmo. Nós queremos dizer a nosso povo que tenha calma e muita esperança. Nós sabemos que nossa pátria definitiva não é esta terra; nós aqui estamos caminhando unidos. Procurando viver a paz, o amor, o bem-querer entre nós, sempre com o olhar voltado para o céu, para o além, que nos aguarda e que é a nossa pátria definitiva”. 
“Esta fatalidade, ou tragédia, nos comoveu profundamente a todos, especialmente as famílias, os amigos, as pessoas relacionadas com tantos jovens que na flor da mocidade foram colhidos para outra vida. Agora não é o momento de condenarmos, julgarmos, mas é o momento de oração, de reflexão, de olhar para frente com esperança e aprendermos muitas lições deste fato, que consternou – podemos dizer – a humanidade, visto que a notícia está pelo mundo afora. O episódio nos faz refletir, neste Ano da Juventude, como nós estamos trabalhando com nossos jovens nas famílias, nas escolas e na sociedade; que precisamos ajudar nossos jovens a buscar realmente os valores consistentes e que constroem a pessoa humana em sua integralidade”. 

“Vamos celebrar às 9h em Santa Maria, uma Missa a nível nacional, transmitida pela Rede Vida, na Basílica Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, para todo o Brasil. Colocamos todas as Igrejas de Santa Maria a disposição para velórios, para oração, neste momento que deve ser de fé e esperança para todos nós. Estamos vivendo em meio a um imenso sofrimento, mas com grande esperança. O Senhor Jesus é a resposta para todos os anseios e nos abre a perspectiva para a eternidade, para uma vida feliz em Deus, para quem coloca Deus como tudo em sua vida e procura os valores do Evangelho”.
(CM)


Papa envia telegrama a dom Hélio Adelar e expressa pesar pela tragédia ocorrida em Santa Maria (RS)

POR: CNBB/RÁDIO VATICANO

Papa_Santa_MariaA Secretaria de Estado do Vaticano divulgou na manhã desta segunda, 28 de janeiro, o telegrama enviado pelo Papa ao arcebispo de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, expressando seu pesar pela tragédia ocorrida na cidade universitária. No incêndio da boate ‘Kiss’ morreram 232 jovens e 80 estão hospitalizados em estado grave.
“Consternado pela trágica morte de centenas de jovens em um incêndio em Santa Maria, o Sumo Pontífice pede a Vossa Excelência que transmita às famílias das vítimas suas condolências e sua participação na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo em que confia a Deus Pai de misericórdia os falecidos, o Santo Padre pede ao céu o conforto e restabelecimento para os feridos, coragem e a consolação da esperança cristã para todos atingidos pela tragédia e envia, a quantos estão em sofrimento e ao mesmo procuram remediá-lo, uma propiciadora bênção apostólica”.
O telegrama de Bento XVI é assinado pelo cardeal Tarcísio Bertone, secretário de Estado de Sua Santidade.

Nota Oficial da CNBB de solidariedade às famílias e ao povo de Santa Maria (RS)

POR: CNBB

logonovaA presidência da CNBB que neste domingo, 27 de janeiro, se manifestou  junto com o arcebispo de Santa Maria (RS), dom Hélio Adelar Rupert, diante do incêndio trágico que colheu a vida de centenas de jovens, emitiu, hoje, segunda-feira, 28 de janeiro, Nota Oficial de solidariedade às famílias e ao povo de Santa Maria.
Leia a Nota:

Nota de Solidariedade às famílias das vítimas e ao povo de Santa Maria


Acompanhamos com dor e solidariedade, desde a madrugada do domingo, o momento de profundo sofrimento vivido pelos feridos e pelas famílias dos que perderam centenas de filhos na tragédia do incêndio em Santa Maria (RS). O Brasil está de luto e as comunidades de fé estão unidas em oração. Deus conduza a todos, nesta hora, para oferecer, aos mortos, dignidade e ambiente de reverência, aos pais e familiares, amparo e assistência, e aos feridos, todo o apoio e tratamento ágil e eficiente.
Unimo-nos ao arcebispo, dom Hélio Adelar Rupert, ao clero e ao povo da arquidiocese de Santa Maria. A Palavra de Deus nos oferece luz para esse momento: “somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angustia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; por toda parte e sempre levamos em nosso corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa existência mortal ( 2 Cor 4, 8-9).
A consciência cristã nos leva a manifestar também nosso apoio aos homens e mulheres de boa vontade que estão oferecendo ajuda junto às famílias e aos feridos e aos responsáveis pelo poder público que estão tomando as providências para o encaminhamento e solução dos problemas desse momento de aflição. É momento de união e de solidariedade! A concreta participação de colaboração, o respeitoso silêncio e a oração movida pela fé nos faz reconhecer, mais uma vez, que somos todos membros de uma única família que sofre pela perda de tantos jovens, filhas e filhos queridos.


Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB
José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luis (MA) e vice-presidente da CNBB
Leonardo Ulrich Steiner
Bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB

sábado, 26 de janeiro de 2013


Bento XVI: comunhão em Cristo, exemplo para uma sociedade necessitada de reconciliação



Cidade do Vaticano (RV) - A sociedade atual muitas vezes esquece o Evangelho, precisa de um exemplo de comunhão entre os cristãos que supere toda e qualquer divisão. Assim se expressou o Papa ao presidir na tarde desta sexta-feira, na Basílica romana de São Paulo Fora dos Muros, às segundas Vésperas da festa da Conversão de São Paulo.

A celebração concluiu a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: um dom de Deus que necessita desses gestos concretos para curar recordações e relações, disse o Pontífice. Ressaltamos que a Igreja no Brasil celebra a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos entre as solenidades da Ascensão do Senhor e Pentecostes.

Na homilia da celebração, o Santo Padre recordou os cristãos na Índia, "por vezes chamados a dar testemunho da fé em condições difíceis".

Celebrando as segundas Vésperas com representantes de outras confissões cristãs, reunidos em torno do túmulo do apóstolo Paulo, Bento XVI falou sobre a unidade dos cristãos como meio privilegiado, pressuposto para anunciar a fé de modo crível a quem não conhece Cristo ou a quem, mesmo já tendo recebido o dom precioso do Evangelho, o esqueceu.

A unidade entre os cristãos, antes de ser fruto de esforços humanos, é obra e dom do Espírito Santo, explicou o Pontífice. A oração, o ecumenismo espiritual é o coração do empenho ecumênico, que sem a fé se reduziria a uma forma de contrato ao qual aderir por um interesse comum. Portanto, a premissa para uma mútua fraternidade é a comunhão com o Pai:

"O diálogo, quando reflete a prioridade da fé, permite abrir-se à ação de Deus com a firme confiança de que sozinhos não podemos construir a unidade, mas é o Espírito Santo que nos guia rumo à plena comunhão, e faz colher a riqueza espiritual presente nas diferentes Igrejas e Comunidades eclesiais."

Diante de uma sociedade como a atual na qual parece que o Evangelho incide cada vez menos, mas necessitada de reconciliação, diálogo e compreensão recíproca, as Igrejas e as Comunidades eclesiais são chamadas a acolher o desafio de, juntas, anunciar Cristo, oferecendo ao mundo um luminoso exemplo na busca da comunhão:

"Ao tempo em que caminhamos rumo à plena unidade, é necessário buscar então uma colaboração concreta entre os discípulos de Cristo em vista da transmissão da fé ao mundo contemporâneo."

Todavia, as questões doutrinais que ainda nos separam, não devem ser subestimadas ou minimizadas: devem ser enfrentadas com coragem, em espírito de fraternidade e respeito recíproco, acrescentou o Papa.

O ecumenismo não dará frutos duradouros se não for acompanhado de gestos concretos de conversão que favoreçam a cura das recordações e das relações, prosseguiu.

O dom da unidade é inseparável do dom da fé, e a fé é inseparável da santidade pessoal, bem como da busca da justiça. Pensando nos cristãos da Índia que prepararam os subsídios para a reflexão durante a Semana de Oração deste ano, celebrada com o tema "O que o Senhor exige de nós" – extraído do livro do profeta Miquéias –, o Papa recordou as condições difíceis em que eles por vezes são chamados a dar testemunho:

"<<Caminhar humildemente com Deus>> significa, em primeiro lugar, caminhar na radicalidade da fé, como Abraão, confiando em Deus, aliás, colocando n'Ele toda nossa esperança e aspiração, mas significa também caminhar para além das barreiras, do ódio, do racismo e da discriminação social e religiosa que dividem e prejudicam a sociedade inteira."

Os representantes do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, da Igreja Anglicana, das Igrejas ortodoxas, das Igrejas ortodoxas orientais e das diferentes comunidades eclesiais participaram das segundas Vésperas presididas pelo Santo Padre.

Em nome de todos, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, saudou o Pontífice. (RL)

Rádio Vaticano

POR QUE NÃO SE FALA DA EUCARISTIA NO CREDO?


Responde o padre Edward McNamara, L.C., professor de Teologia e diretor espiritual

(Zenit.org).
Uma leitora da língua italiana enviou a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara:
Porque nos dois Credos não se professa também “Creio na Eucaristia”? -- Sra. A.B., Coréia do Sul
Eis aqui a resposta dada pelo Padre McNamara:
As razões são principalmente de natureza histórica, mas dizem respeito também à própria finalidade da liturgia.
Do ponto de vista histórico, o Credo como o conhecemos, foi desenhado primeiro nos Concílios de Nicéia (325) e de Constantinopla (381), embora em sua forma elaborada aparece pela primeira vez nos atos do Concílio de Calcedônia (451) .
Este Credo estava provavelmente baseado numa profissão de fé batismal e continha todos os elementos essenciais da fé da Igreja.
Ele era principalmente uma resposta a Ário e às outras heresias, e defendia a doutrina da Trindade e da verdadeira e plena divindade e humanidade de Cristo. Nunca foi concebido como uma exposição exaustiva de cada aspecto da fé.
Uma vez que era necessário defender os fundamentos da fé, questões como a natureza da Eucaristia simplesmente não apareceram no horizonte teológico até vários séculos depois.
Além disso, durante este primeiro período, a plenitude da doutrina eucarística era muitas vezes explicada só depois do batismo, ou seja, só depois de que o novo cristão tinha recitado em público o Credo.
A prática de recitar o Credo na Missa é atribuída à Timóteo, Patriarca de Constantinopla (511-517), uma iniciativa que foi copiada por outras Igrejas sob influência bizantina, incluindo a parte da Espanha, que estava então sob o domínio de Bizâncio.
Por volta do ano 568, o imperador bizantino Justiniano ordenou que o Credo fosse recitado em cada Missa celebrada nos seus domínios. Vinte anos depois, em 589, o rei visigodo da Espanha, Recaredo, renunciou à heresia ariana em favor do catolicismo e, por sua vez ordenou que o Credo fosse proclamado em cada Missa.
Cerca de dois séculos mais tarde, reencontramos a prática de recitar o Credo na França e de lá o costume foi se espalhando lentamente em outras partes do Norte da Europa. Por fim, quando no ano de 1114 Henrique II veio à Roma para ser coroado imperador do Sacro Império Romano, ficou surpreso de que lá o Credo não fosse recitado. Responderam-lhe dizendo que Roma nunca tinha cometido um erro em matéria de doutrina, e que por isso não era necessário para os romanos proclamar o Credo durante a Missa. No entanto, foi incluído na liturgia em honra do imperador e, desde então, embora não em todas as missas, mas apenas aos domingos e em algumas festividades.
Os cristãos do Oriente e do Ocidente usam o mesmo Credo, com excessão da expressão Filioque (e o Filho), que a versão latina adiciona como uma referência da procissão do Espírito Santo, uma adição que deu origem a intermináveis e complicadíssimas discussões teológicas.
Apesar desta diferença, há um consenso entre todos os cristãos de que o Credo deveria permanecer assim como está e que nem o Credo, nem muito menos a mesma Missa, seja um lugar apto para dar expressão técnica a cada princípio da fé.
Em outro nível, no entanto, toda a Missa em si é uma profissão de fé. É a fé viva celebrada e anunciada num grande e sublime ato de culto que é transformada numa fé que permeia cada aspecto da atividade diária.
Mesmo se não é explicitamente mencionada a presença real no Credo, os católicos proclamam a sua fé eucarística com quase cada palavra e gesto da Missa e, de modo particular, com o seu Amém no final da oração eucarística e quando recebem a Comunhão.
De forma semelhante expressam liturgicamente a sua fé em outros dogmas não contemplados no Credo. Ir à missa na Festa da Imaculada Conceição e da Assunção, proclama também a nossa fé nestas doutrinas.
Confessar ou receber o sacramento da unção dos enfermos confirmam a nossa confiança no próprio sistema sacramental e a nossa fé de que Cristo concedeu à Igreja o poder de perdoar os pecados.
Em suma, todo ato de culto litúrgico é, pela sua mesma natureza, também uma proclamação de fé.

Sociedade precisa de cristãos que superem divisões, diz Bento XVI


Canção Nova Notícias


Centro Televisivo Vaticano
Celebração ecumênica das Vésperas da Solenidade da Conversão de São Paulo
"A sociedade atual muitas vezes esquece o Evangelho, precisa de um exemplo de comunhão entre os cristãos que supere toda e qualquer divisão." Assim se expressou o Papa Bento XVI ao presidir na tarde desta sexta-feira, 25, na Basílica romana de São Paulo Fora dos Muros, às segundas Vésperas da festa da Conversão de São Paulo.

A celebração concluiu a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: um dom de Deus que necessita desses gestos concretos para curar recordações e relações, disse o Pontífice. “Ressaltamos que a Igreja no Brasil celebra a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos entre as solenidades da Ascensão do Senhor e Pentecostes.”

Na homilia da celebração, o Santo Padre recordou os cristãos na Índia, "por vezes chamados a dar testemunho da fé em condições difíceis".

Celebrando as segundas Vésperas com representantes de outras confissões cristãs, reunidos em torno do túmulo do apóstolo Paulo, Bento XVI falou sobre a unidade dos cristãos como meio privilegiado, pressuposto para anunciar a fé de modo crível a quem não conhece Cristo ou a quem, mesmo já tendo recebido o dom precioso do Evangelho, o esqueceu.

A unidade entre os cristãos, antes de ser fruto de esforços humanos, é obra e dom do Espírito Santo, explicou o Pontífice. A oração, o ecumenismo espiritual é o coração do empenho ecumênico, que sem a fé se reduziria a uma forma de contrato ao qual aderir por um interesse comum. Portanto, a premissa para uma mútua fraternidade é a comunhão com o Pai:

 “O diálogo, quando reflete a prioridade da fé, permite abrir-se à ação de Deus com a firme confiança de que sozinhos não podemos construir a unidade, mas é o Espírito Santo que nos guia rumo à plena comunhão, e faz colher a riqueza espiritual presente nas diferentes Igrejas e Comunidades eclesiais.”

Segundo o Papa, a sociedade atual incide cada vez menos o Evangelho e está necessitada de reconciliação, diálogo e compreensão. Diante deste cenário, disse o Papa, as Igrejas e as Comunidades eclesiais são chamadas a acolher o desafio de, juntas, anunciar Cristo, oferecendo ao mundo um luminoso exemplo na busca da comunhão.

"Ao tempo em que caminhamos rumo à plena unidade, é necessário buscar então uma colaboração concreta entre os discípulos de Cristo em vista da transmissão da fé ao mundo contemporâneo", ressaltou.

Todavia, as questões doutrinais que ainda separaram os cristãos, não devem ser subestimadas ou minimizadas: devem ser enfrentadas com coragem, em espírito de fraternidade e respeito recíproco, acrescentou Bento XVI.

“O ecumenismo não dará frutos duradouros se não for acompanhado de gestos concretos de conversão que favoreçam a cura das recordações e das relações,” prosseguiu.

O dom da unidade é inseparável do dom da fé, e a fé é inseparável da santidade pessoal, bem como da busca da justiça. Pensando nos cristãos da Índia que prepararam os subsídios para a reflexão durante a Semana de Oração deste ano, celebrada com o tema "O que o Senhor exige de nós" – extraído do livro do profeta Miquéias –, o Papa recordou as condições difíceis em que eles por vezes são chamados a dar testemunho:

"’Caminhar humildemente com Deus’ significa, em primeiro lugar, caminhar na radicalidade da fé, como Abraão, confiando em Deus, aliás, colocando n'Ele toda nossa esperança e aspiração, mas significa também caminhar para além das barreiras, do ódio, do racismo e da discriminação social e religiosa que dividem e prejudicam a sociedade inteira."

Os representantes do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, da Igreja Anglicana, das Igrejas ortodoxas, das Igrejas ortodoxas orientais e das diferentes comunidades eclesiais participaram das segundas Vésperas presididas pelo Santo Padre.

Em nome de todos, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, saudou o Pontífice.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


Bento XVI pede fim de matanças de civis e clama por coragem para dialogar



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI invocou neste domingo, 20, o fim da violência e da matança de civis indefesos nos vários conflitos armados em andamento no mundo. O apelo foi lançado diante dos fiéis que, apesar das adversas condições atmosféricas, se reuniram na Praça São Pedro, no Vaticano, para a dominical oração do Angelus. 

No encontro, o Papa refletiu ainda sobre o Evangelho deste domingo, centrado no episódio das Núpcias de Caná, quando Jesus transformou a água em vinho, no primeiro sinal de seus milagres: 

A Igreja é a esposa de Cristo, que faz dela ‘bela e santa’; todavia, esta esposa, formada por seres humanos, precisa sempre de purificação. Uma das mais graves culpas que deturpam a imagem da Igreja é a contrária à sua unidade visível, especialmente as históricas divisões que separaram os cristãos e que ainda não foram resolvidas”.

Como todos os anos, no Hemisfério Norte, celebra-se neste período a Semana de Oração pela unidade dos cristãos, “um momento – ressaltou Bento XVI – que desperta o desejo e o compromisso espiritual com a plena comunhão”. E assim foi – recordou ainda o Pontífice – na vigília presidida por ele no último dia 29 de dezembro com os jovens da comunidade de Taizé. 

E assim será – prosseguiu – na próxima sexta-feira, 25, quando presidirei as tradicionais Vésperas ecumênicas de encerramento da Semana, na Basílica de São Paulo”.

Bento XVI encorajou todos a rezarmos juntos para realizarmos “aquilo que o Senhor quer de nós”, assim como diz o tema desta edição da Semana. Do anseio que a Igreja seja finalmente unida, a oração do Papa se estendeu a todo o planeta, onde guerras fratricidas e horrores cotidianos continuam a gerar morte: 

Que nos vários conflitos infelizmente existentes, cessem as matanças de civis indefesos, tenha fim toda violência e se encontre a coragem para ao diálogo e a negociação”. 

Após a oração mariana, Bento XVI cumprimentou as pessoas presentes em sete línguas, convidando todos a rezar para que em breve os cristãos possam voltar a ser “uma só coisa em Cristo”. 

Neste domingo, o Papa incluiu português em meio às saudações, invocando a proteção de Maria sobre as famílias:

Dirijo agora uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao Senhor Bispo Dom Gilberto com os seus fiéis da diocese de Setúbal, sobre todos invocando a solicitude materna da Virgem Maria para que, em cada lar cristão, se mantenha viva a chama da fé, do amor e da concórdia, como suma e preciosa herança cuja entrega aos filhos deve acontecer em vida dos pais. A todos vós, às vossas famílias e às vossas terras: saúde, paz e a graça do Senhor, com a minha Bênção!”. 
(CM)

Rádio Vaticano

Editorial: Jovens sedentos de Deus



Cidade do Vaticano (RV) – Faltando pouco mais de 180 dias para o início do grande evento da Jornada Mundial da Juventude no Rio de janeiro a nossa atenção se concentra nestes dias aqui no Vaticano para a visita de uma delegação do COL, o Comitê Organizador Local da jornada, capitaneada nestes dias pelos dois bispos auxiliares do Rio e vice-presidentes da JMJ, Dom Paulo Cezar e Dom Antonio Augusto Duarte. Fazem ainda parte entre outros da delegação o Diretor executivo da JMJ Mons. Joel Portela e o Diretor de Comunicação, Padre Márcio Queiróz. O Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, deve chegar a Roma no início da próxima semana. Tivemos a oportunidade de encontrar essa delegação e sentir de perto a motivação com que estão trabalhando para a realização de um evento que certamente poderá ser um dos mais importantes na história não só da Igreja, mas de todo o Brasil. O universo que está por detrás da JMJRio 2013 é um universo de trabalho e doação. Doação por parte de bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, que decidiram gastar suas forças e energias em prol de um bem maior, o grande encontro da juventude de todo o mundo no Rio de Janeiro. O Rio se tornará naqueles dias a capital mundial dos jovens. O Cristo com os braços abertos no Corcovado receberá os jovens peregrinos que, ao redor do Santo Padre, confirmarão mais uma vez a sua fé no Redentor. Certo, a JMJ é o encontro com Cristo. O Papa estará presente, mas como já evidenciará JPII e também Bento XVI é um encontro com uma pessoa, Jesus.
A presença neste dias aqui em Roma dos organizadores da JMJRio2013 nos dá também a imagem de uma Igreja carioca, fluminense, brasileira, “viva”, atuante, esperançosa no seu futuro, um futuro que passa através da juventude que se interroga, e quer respostas para dar sentido a sua existência. São os jovens os protagonistas deste encontro de amizade. De uma amizade ímpar com Cristo e com aqueles que o Senhor colocou nos seus caminhos.
Desde a primeira JMJ, diocesana em Roma no ano de 1986, até a última em Madri, na Espanha em 2011, com cerca 2 milhões de participantes, a preparação e realização da mesma sempre foi uma peregrinação, com o coração aberto para conhecer a pessoa de Cristo e ao mesmo tempo mostrar ao mundo que a Igreja é jovem, tem um rosto jovem, que tem anseios, dificuldades e esperanças. Quando os milhares de jovens provenientes de todo o Brasil e do mundo invadirem com sua alegria a Cidade Maravilhosa, o cartão postal do Brasil ganhará mais alegria, uma alegria transbordante, demonstrada na infinidade de rostos jovens com características diferentes, culturas diferentes, línguas diferentes, mas com uma única fé. São eles, os jovens, a esperança da Igreja, e serão eles a pisarem na areia de Copacabana e transmitir ao mundo o que significa ser católico, o que significa ser jovem e ter fé em Cristo. Será um “encontro de corações” movidos pela mesma esperança, certamente diferentes, mas ao mesmo tempo iguais.
Ao COL nossos parabéns pelo trabalho até agora realizado, na certeza de que todo esforço possível para receber os jovens de todo o mundo e o Santo Padre estão sendo feitos; a JMJ será uma semana inesquecível que fará virtualmente o Cristo Redentor descer do Corcovado e caminhar ao lado dos jovens sedentos de Deus. (Silvonei José)

Rádio Vaticano

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013


APARECIDA SEDIA ENCONTRO NACIONAL DE FORMADORES ESPIRITUAIS


Entre os dias 21 e 25 de janeiro o Encontro Nacional de Formadores e Diretores Espirituais

 (Zenit.org).
A OSIB (Organização dos Seminários e Institutos do Brasil) vai realizar em Aparecida (SP) entre os dias 21 e 25 de janeiro o Encontro Nacional de Formadores e Diretores Espirituais .
Com o tema “A Diocesaneidade como Fundamento da Espiritualidade Presbiteral Alicerçada no Bom Pastor e na Caridade Pastoral”, o encontro pretende trabalhar a distinção entre a espiritualidade específica do Presbítero diocesano e as diferentes espiritualidades, além de fortalecer a identidade e a vivência espiritual na vida e missão do presbítero diocesano e focalizar a Eucaristia como fonte e ápice da espiritualidade do presbítero diocesano.
O Encontro Nacional acontecerá no Seminário Redentorista Santo Afonso com a presença do monsenhor Juan Esquerda Bifet, professor da Faculdade de Teologia de Burgos, na Espanha, especialista em espiritualidade sacerdotal.
Durante a formação serão apresentados elementos que possibilitem a configuração ao Cristo Bom Pastor, modelo e fundamento de toda espiritualidade.
Os interessado podem se inscrever preenchendo a ficha disponível no site da OSIB e encaminhar para o email osibnacional@gmail.com, o pagamento da inscrição e hospedagem podem ser feitas no primeiro dia do encontro.
SERVIÇO:
Encontro Nacional de Formadores e Diretores Espirituais
Data: de 21 a 25 de Janeiro de 2013
Local: Seminário Redentorista Santo Afonso, Aparecida/SP 
Rua Pe. Claro Monteiro, 152 – Centro, CEP: 12570-000. Telefone: (12) 3105-2245/ FAX: (12) 3105-4324.

Informações: osibnacional@gmail.com
Investimento: Taxa de inscrição: 100,00; Hospedagem: R$ 110,  00 (Cem reais) a diária x 4 = 440,00 o pagamento pode ser efetuado no primeiro dia do encontro.
Fonte: Redação Portal A12

Bento XVI: "Reconhecer a face de Jesus no pobre e no sofredor"



Cidade do Vaticano (RV) – Bento XVI recebeu fiéis e peregrinos na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a tradicional Audiência Geral das quartas-feiras.

Em sua catequese, o Papa falou sobre a “revelação da face de Deus”. A história da salvação, disse o Pontífice, é a história da relação de Deus que se revela ao homem progressivamente. 

Esta obra tem início com o chamado de Abraão e passa por outros mediadores, como Moisés, os profetas e os juízes. Todas essas alianças recordam a exigência de fidelidade e mantêm a expectativa plena e definitiva das promessas divinas. 

É um longo caminho em que o Senhor se deixa conhecer, revela a Si mesmo, entra na história com fatos e palavras. 

“Algo de completamente novo acontece, porém, com a Encarnação. A busca da face de Deus recebe uma guinada inimaginável, porque este rosto agora pode ser visto: é o de Jesus, do Filho de Deus que se faz homem, que é ao mesmo tempo mediador e plenitude de toda a Revelação.” 

Jesus inaugura na história um novo modo da presença de Deus, porque quem O viu, viu o Pai; ele é “o mediador” da nova e da eterna aliança; Nele encontramos Deus, ao qual podemos invocar com o nome de “Abba, Pai” e por ele nos é dada a salvação. 

Se queremos ver a face de Deus, disse o Papa, Aquele rosto que dá sentido, solidez e serenidade ao nosso caminho, devemos seguir Cristo, mas não somente quando precisamos Dele, quando encontramos um espaço entre os milhares de afazeres cotidianos. 

“É toda a existência que deve ser orientada ao encontro com Ele, ao amor por Ele; e com isso, um lugar privilegiado tem que ter o amor ao próximo, aquele amor que, à luz do Crucifixo, nos faz reconhecer a face de Jesus no pobre, no fraco e no sofredor.” 

Depois de concluir sua catequese em italiano, Bento XVI fez um resumo da mesma em várias línguas, entre as quais em português. Eis as palavras do Pontífice, seguidas da saudação aos peregrinos lusófonos:

Queridos irmãos e irmãs, Deus dá-se a conhecer, revela-se, entra na história, agindo por meio de mediadores, como Moisés, os Juízes, os Profetas, que comunicam ao seu povo a Sua vontade. Esta revelação alcança a sua plenitude em Jesus Cristo. Nele, Deus vem visitar a humanidade, de um modo que excede tudo o que se podia esperar: fazendo-Se homem. Com Cristo, se concretiza um desejo que permeava todo o Antigo Testamento: ver a face de Deus. De fato, por um lado, o povo de Israel sabia que Deus tinha uma face, ou seja, é Alguém com quem podemos entrar em relação, mas por outro lado, estavam cientes de que era impossível, nesta vida, ver a face de Deus; esta permanecia misteriosa, inacessível e, portanto, não representável. Mas, com a Encarnação, Deus assume uma face humana. Jesus nos mostra a face de Deus e por isso é o Mediador e a plenitude de toda a revelação: Nele vemos e encontramos o Pai; Nele podemos invocar a Deus como Pai; Nele temos a salvação. 
Uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao grupo de “Cantorias”, da Diocese de Viseu: me quisestes recordar em vosso canto. Agradeço-vos e, de bom grado, vos encorajo na consagração à Virgem Maria para um feliz êxito na vossa configuração a Cristo. Desçam sobre vós e vossas famílias as Bênçãos de Deus. Obrigado.
(BF)

Rádio Vaticano

A fé, nossa companheira de vida



Cidade do Vaticano (RV) – A Carta Apostólica Porta Fidei, com a qual Bento XVI proclama o Ano da Fé que a Igreja está vivendo até o dia 24 de novembro, será nosso guia nos próximos meses para percorrer um intenso itinerário que nos permita explorar alguns temas ligados à fé, “a nossa companheira de vida”, como a definiu o próprio Pontífice.

Publicada em 11 de outubro de 2011 sob forma de Motu Proprio, esta carta fala do motivo pelo qual Bento XVI decidiu proclamar este Ano da Fé. Eis alguns trechos:

Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida.

Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, afirma o Papa. E com este alimento, fazer brilhar esta Palavra com a sua vida. O Ano da Fé, portanto, é um convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor:

Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé.

A fé é uma descoberta diária do amor de Cristo. Ela cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. É acreditando que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.

Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada fiel deve assumir, sobretudo neste Ano.

O Pontífice traça um percurso para ajudar a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé, principalmente por meio do estudo. Mas adverte: o conhecimento desses conteúdos não é suficiente se o coração não estiver aberto. É o coração que permite ver em profundidade e compreender que o foi anunciado é a Palavra de Deus. Devemos aderir à fé com a inteligência e com a vontade. 

Ao fazê-lo, o cristão entra numa segunda dimensão: a comunitária. Professar a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão jamais pode pensar que o crer seja um fato privado: exige assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita.

Eis então que este Ano da Fé é uma ocasião também para intensificar o testemunho da caridade: é através das obras que mostramos a nossa fé:

A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu caminho. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado.

Esta carta de Bento XVI não se dirige todavia somente aos cristãos. No nosso contexto cultural, mesmo não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, muitas pessoas vivem uma busca sincera do sentido último. Esta busca é um verdadeiro preâmbulo da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus.

Hoje, mais do que nunca, a fé se vê sujeita a uma série de interrogativos. Existe a tendência de se reduzir o âmbito das certezas racionais somente ao das conquistas científicas e tecnológicas. Todavia, entre fé e ciência não existe qualquer conflito: ambas, embora por caminhos diferentes, tendem à verdade.
Bento XVI então exclama: Não nos tornemos indolentes na fé; ela é nossa companheira de vida, que nos permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. 

Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor.

(BF)

Rádio Vaticano

domingo, 13 de janeiro de 2013


BATISMO E APRESENTAÇÃO DO SENHOR


Responde o padre Edward McNamara, LC, professor de Teologia e diretor espiritual

Pe. Edward McNamara, L.C.
 (Zenit.org).
Um leitor de língua Inglesa fez a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara: Na liturgia depois do Natal, o Batismo do Senhor precede a festa da Apresentação no Templo. Qual é o motivo? - C.T., Joanesburgo, África do Sul
Padre McNamara respondeu da seguinte forma:
A festa da Apresentação está ligada ao rito judaico de purificação da mãe, que segundo a lei de Moisés deveria acontecer 40 dias depois do nascimento de um filho varão (Levítico 12, 2-6).
Para a lei judaica, só a mãe tinha necessidade de ser purificada, mas como filho primogênito Jesus tinha que ser resgatado (Êxodo 13,11 ss.) Por esta razão, a festa da Apresentação é, portanto, celebrada exatamente 40 dias depois do Natal, que é o 2 de fevereiro.
Quem nos forneceu a primeira notícia sobre a celebração desta festa foi Egéria, uma mulher que fez uma longa peregrinação à Terra Santa, por volta do ano 390. Apesar de não mencionar o uso de velas, Egeria conta no seu Itinerarium que o sermão foi inspirado nas palavras de Simeão que definem jesus “luz das nações” "(cf. Lc 2,25 ss.)
Daqui que vem portanto o costume de acender velas e tochas, como claramente testemunhado apenas algumas décadas mais tarde, no Egito (cerca de 440) e Roma (entre 450 e 457).
Mais complexa é a história da festa do Batismo do Senhor. As origens da festa da Epifania (ἐπιφάνεια em grego significa "manifestação" ou "revelação") encontram-se entre os cristãos do Oriente. São celebradas juntas três manifestações da divindade de Cristo: a sua manifestação aos Magos, o seu batismo no Jordão, as bodas de Caná, com o primeiro milagre realizado por Jesus.
Embora no rito romano da celebração da Epifania a manifestação de Cristo aos Magos ocupe um lugar privilegiado, as orações da Missa e o Ofício Divino ainda conservam traços deste anterior triplo memorial.
Em Roma, provavelmente devido à influências bizantinas, o batismo de Nosso Senhor, ainda não sendo propriamente uma festa, foi comemorado de forma especial na oitava da Epifania desde o século VIII. Os principais ofícios utilizam os mesmos salmos do 6 de janeiro, mas as antífonas referem-se ao batismo de Jesus.
A oitava da Epifania do Senhor, juntamente com muitas outras, foi suprimida pelo Papa João XXIII em 1960. Mas o próprio Papa decidiu dar mais importância à antiga memória do batismo de Cristo, transformando-o em uma comemoração especial do Senhor celebrada no dia 13 de janeiro, a ex-oitava da Epifania.
A reforma litúrgica depois do Concílio Vaticano II estabeleceu a festa do Batismo do Senhor no domingo depois da Epifania, fechando desta forma, oficialmente, o período de natal e inaugurando o tempo comum.
Antes da reforma do Papa João XXIII, a época do natal terminava com a Apresentação. Esta festa continua como uma espécie de apêndice do Natal, como evidenciado por algumas tradições populares, como deixar o presépio até o dia 2 de Fevereiro, como é a prática na Praça de São Pedro.

Bote Fé Recife 2013 abrirá o ano da juventude na Arquidiocese de Olinda e Recife



Recife (RV) - Foi dada a largada para o Bote Fé Recife 2013. O evento, que abre o ano da juventude na Arquidiocese de Olinda e Recife, se realizará em 27 de janeiro, no Chevrolet Hall, em Olinda. A festa, que terá a celebração da Santa Missa e momentos de reflexão, vai reunir grandes nomes da música católica nacional, como a irmã Kelly Patrícia, Missionários Shalom e a banda Rosa de Saron, além de cantores locais como o Pe. João Carlos e o frei Damião Silva.

De acordo com o presidente da Comissão Arquidiocesana para a Juventude, Pe. Gimesson Silva, o evento tem como um dos objetivos subsidiar o acolhimento de cerca de 5 mil jovens estrangeiros que estarão na arquidiocese durante a Semana Missionária, em julho – semana que antecede a Jornada Mundial da Juventude.

A festa também será da solidariedade. Além de adquirir o ingresso, o público precisará doar um quilo de alimento não-perecível ou um litro de água mineral. Os donativos serão destinados às famílias vítimas da seca no Agreste e no Sertão do Estado, que serão lembradas durante os shows de forró em homenagem a Luiz Gonzaga. "Vamos doar também parte dos recursos arrecadados do evento para nossos irmãos do interior. Será a nossa contribuição para a segunda fase da campanha "Tem gente com sede de solidariedade", afirmou o Pe. Gimesson.

O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, disse estar muito entusiasmado com mobilização da juventude em realizar o evento e ajudar ao próximo. "Este é o ano dos jovens e por isso todas as atenções da Igreja estão voltadas ainda mais para eles. Fico muito feliz em poder anunciar junto com eles esse evento que será de muita alegria, mas também, de compromisso missionário", declarou o religioso.

No primeiro lote, os ingressos estão sendo vendidos ao preço promocional de R$ 20, que dá direito a um exemplar do Youcat. Os bilhetes podem ser adquiridos na Central do Bote Fé, que funciona na Casa da Juventude Padre Antônio Henrique, nas Livrarias Paulinas e com os vendedores credenciados de cada vicariato. (MJ/CNBB)

Rádio Vaticano

Entregue ao Papa livro com a assinatura de 80 mil pessoas que rezam o terço todos os dias



Cidade do Vaticano (RV) - O Presidente da casa provincial da Congregação da Santa Cruz em Massachusetts, Estados Unidos, Pe. John Phalen, apresentou ao Papa Bento XVI um livro que contém 80 000 (oitenta mil) assinaturas de fiéis ao redor do mundo que se comprometeram a rezar diariamente o Terço. 

A campanha realizada no contexto da celebração do 70º aniversário da Congregação consistia em entregar terços gratuitos e as pessoas deixavam sua assinatura. O sacerdote se encontrou com o Papa em dezembro último no Vaticano, no âmbito do Congresso internacional sobre o documento de João Paulo II, Ecclesia in América, quando pediu a bênção apostólica e descreveu a experiência como “uma oportunidade especial”. 

Assinalou também que os compromissos “estão escritos em idiomas que não podemos entender, como por exemplo, alguns pertencentes à Índia e Bangladesh”. 

A campanha do Terço começou em 1991 quando o fundador do Apostolado do Terço em Família e Servo de Deus, Padre Patrick Peyton, pediu para que se reze pela paz em união aos pedidos da Virgem Maria. O Padre Peyton é um dos sacerdotes estadunidenses mais influentes no século XX em sua nação, foi conhecido como o Sacerdote do Terço e foi pioneiro na evangelização nos meios de comunicação social. 

Fundou o Apostolado do Terço em 1942 com o propósito de ajudar às famílias a rezarem e com o lema “Família que reza unida, permanece unida”. Faleceu em 1992 com fama de santidade. (SP)

Rádio Vaticano

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


O SÉTIMO DOS DEZ MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS


Catequese do Pe. Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti
O sétimo mandamento proíbe tomar ou reter injustamente o bem do próximo e prejudicá-lo nos seus bens, seja como for. Prescreve a justiça e a caridade na gestão dos bens terrenos e do fruto do trabalho dos homens. Exige, em vista do bem comum, o respeito pelo destino universal dos bens e pelo direito à propriedade privada. A vida cristã esforça-se por ordenar para Deus e para a caridade fraterna os bens deste mundo (CIC 2401).
Não roubarás, frase que se questiona muito hoje, quando parece ser normal a corrupção, o desvio de dinheiro, a extorsão de dinheiro; mas este mandamento exige o bem comum, o respeito aos bens alheios.
O sétimo mandamento proíbe roubar e ensina que cada pessoa deve e precisa trabalhar honestamente e assim suprir o sustento de sua família.
Não roubarás destaca o valor primordial e a importância do trabalho. O homem é seu autor e destinatário, por meio do seu trabalho ele participa da obra de criação unido a Cristo. O trabalho pode ser redentor. O trabalho é a sentinela da virtude.
A Palavra de Deus está repleta de condenações ao roubo. A Bíblia coloca com muita clareza uma posição contrária à corrupção. Opõe-se a injustiça dos mais fracos e contra a exploração do salário dos trabalhadores. São Paulo diz: “Nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus” (1Cor 6, 10).
Os profetas acusaram os que exploravam os irmãos e todo roubo exige reparação na mesma medida. Lembremos de Zaqueu, que ficou tão constrangido na presença do Filho de Deus, porque Jesus sabia que ele era corrupto, que prometeu restituir quatro vezes mais, tudo o que tinha roubado. A justiça exige restituição do bem roubado, seja de uma pessoa de uma instituição ou do Estado.
O Catecismo da Igreja e a própria doutrina social da Igreja diz exatamente isso: a injustiça requer que haja reparação (CIC 2419).
A justiça implica em reparação, a doutrina social da igreja no que diz respeito ao não roubarás, nos coloca diante de vários elementos que ferem a própria dignidade.
Toda a atividade econômica da justiça social leva a responsabilidade do Estado: acesso ao trabalho, ao salário justo.
Tem que haver uma preocupação, acima de tudo com a pessoa humana e todos os direitos relacionados a ela.

O PROFUNDO AMOR DE DEUS POR AQUELES QUE ESTÃO NA DOR


Na mensagem para a Jornada do Enfermo, Bento XVI encorajou a acolher com amor cada vida humana, principalmente se fraca e doente, seguindo o exemplo do Bom Samaritano


Salvatore Cernuzio
“Vocês nem estão abandonados e nem são inúteis: vocês são chamados por Cristo, vocês são a sua imagem transparente”. Estas foram as palavras que os Padres do Concílio Ecumênico Vaticano II dirigiram aos pobres, aos enfermos e aos sofredores na sua Mensagem.
Cinqüenta anos mais tarde, por ocasião da XXI Jornada do Enfermo, Bento XVI faz suas estas palavras "reconfortantes" para expressar a própria proximidade a todos aqueles que “nos locais de atendimento e de tratamento ou até mesmo em casa", estão enfrentando "um difícil momento de prova por causa da doença e do sofrimento".
A Jornada será celebrada solenemente sexta-feira, 11 de fevereiro, memória litúrgica da Beata Virgem Maria de Lourdes, no Santuário mariano de Altötting. Será um "momento de forte oração” para os enfermos, os profissionais de saúde e pastorais e as pessoas de boa vontade - disse o Papa -, bem como uma oportunidade "de oferecer o sofrimento para o bem da Igreja e como uma chamada para que todos reconheçam no rosto do irmão enfermo a Sagrada Face de Cristo”.
Centro da Mensagem de Bento XVI é a parábola do Bom Samaritano narrada por São Lucas. Com o exemplo desta figura "emblemática" - disse o Papa - Cristo "quer dar a entender o amor profundo de Deus por cada ser humano, especialmente quando está na doença e na dor".
Em particular, as palavras finais da parábola são a chave de interpretação do texto do Papa: “Vá e também faça o mesmo” (Lc 10, 37). Com isso “o Senhor indica qual é a atitude que deve ter todo discípulo seu com os outros, especialmente se têm necessidade de cuidados”.
É óbvio o paralelismo já apontado por vários Padres da Igreja entre o Bom Samaritano e Jesus, ou seja “Aquele que torna presente o amor do Pai, sem barreiras ou fronteiras", ao ponto de desvertir-se do seu “hábito divino”, para aproximar-se misericordioso “do abismo do sofrimento humano”. O amor de Deus pelo homem é um “amor infinito”: desta atitude - observa o Santo Padre - através da oração, é possível alcançar “a força de viver cotidianamente uma atenção concreta com relação aos feridos no corpo e no espírito, de quem pede ajuda, também se desconhecido e sem recursos”.
Isso não vale só para os agentes pastorais e sanitários, mas também para o mesmo enfermo que portanto “pode viver a própria condição numa perspectiva de fé”. Como afirmava de fato a Spe Salvi: "Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e amadurecer nela, de encontrar sentido por meio da união com Cristo, que sofreu com infinito amor”.
Bento XVI recordou ainda as figuras importantes da Igreja "que ajudaram as pessoas doentes a valorizarem o sofrimento humano e espiritual”, como estímulo e exemplo para intensificar “a diaconia da caridade” durante o Ano da Fé. Portanto: Santa Teresa do Menino Jesus, que viveu a doença “em união profunda com a Paixão de Jesus”; o Venerável Luiz Novarese, que acompanhava os doentes nos Santuários marianos; Raoul Follereau que dedicou a própria vida aos cuidados das pessoas com Alzheimer.
E depois: a beata Teresa de Calcutá que depois de ter encontrado Jesus na Eucaristia, saía pelas ruas para servir “o Senhor presente nos que sofrem”. E Santa Ana Schäffer que transformou seu "leito de dor" em uma "cela conventual" unindo de forma exemplar os próprios sofrimentos aos de Cristo.
No entanto - mostra Bento XVI - o maior exemplo é o da Virgem Maria que diante do “supremo sacrifício” do Filho sofredor no Gólgota, nunca perdeu a “esperança na vitória de Deus sobre o mal, sobre a dor e sobre a morte”, mas acolheu “com o mesmo abraço de fé e de amor o Filho de Deus nascido na gruta de Belém e morto na cruz”.
O pensamento final do Santo Padre foi a todos os que dedicam as suas vidas à cura dos outros: as instituições de saúde católicas, as dioceses, as comunidades cristãs, as famílias religiosas, as  associações dos profissionais de saúde e os voluntários. "Que em todos – deseja o Papa – possa aumentar a consciência de que na acolhida amorosa e generosa de toda vida humana, especialmente dos fracos e enfermos, a Igreja vive hoje um momento fundamental da sua missão”.
(Trad.TS)