domingo, 26 de abril de 2015

HOMILIA DE SÃO GREGÓRIO MAGNO, PAPA E DOUTOR DA IGREJA (SECULO V) PARA O DOMINGO DO BOM PASTOR - Pe. Paulo Sergio Gouveia

Ouvistes, caríssimos irmãos, no ensinamento do santo Evangelho preceitos para a vida; e ouvistes também coisas que revelam nosso perigo; e observai com atenção que o Senhor, que é bom por seu próprio ser, e não por alguma virtude adquirida, disse: “Eu sou o bom pastor”. E para que seu exemplo nos torne bons, disse: “O bom pastor da a sua vida por suas ovelhas”. Ele fez o que ensina, e nos mostrou o que é que devemos fazer. 

O bom pastor deu a sua vida por suas ovelhas, para dar-nos sua carne e sangue no santíssimo sacramento, aonde as ovelhas redimidas poderiam se sustentar em sua graça. E tendo-nos ensinado que devemos fazer pouco caso da morte, quis dar-nos a regra para que a sigamos. A primeira coisa que nos manda é que, para auxilio das ovelhas, nós os pastores, partilhemos com liberalidade todos os nossos bens exteriores com muita caridade; e depois disto, se for necessário, que ofereçamos também nossa vida pela salvação das mesmas ovelhas.


Do primeiro, que é muito pouco, sobe-se ao segundo, que é mais importante. Mas como a alma é mais estimada, e sem comparação de alto valor, e mediante a qual vivemos, que não há bens que lhe compare; aquele que não oferta seus bens como socorro para suas ovelhas, quando creremos que dará a própria vida? E é daqui que muitos perdem o nome de pastor, e com razão, pois valorizam mais os bens, que a vida das ovelhas que lhe foram confiadas, e é deles que se diz “O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge”. 



Este não é pastor, mas mercenário, porque não apascenta as ovelhas do Senhor pelo amor que as tem, mas somente para ganhar a diária que lhe pagam. Sem dúvida, é mercenário aquele que tem emprego de pastor, e não procura o bem das almas de suas ovelhas, dando atenção apenas às rendas e as ganâncias que dali colhe. Desfruta na honra de pastor na qual se vê: apascenta-se a si mesmo dos proveitos temporais que dali tira, e se alegra de ver que todos o têm em grande reverência.



Esta é a verdadeira paga do mercenário, encontrar as coisas que ama desta vida em pagamento de seu trabalho, ainda que nunca suba nem entre no céu, que é a herança das ovelhas. Verdade é que, não havendo ocasião ou necessidade, muitas vezes não conhecereis facilmente qual é pastor ou mercenário: porque quando o tempo está calmo e tranquilo, também se está com o ganho tanto o mercenário quanto o pastor; mas vindo o lobo se conhece qual é pastor, e qual é o mercenário, e o cuidado que cada um destes tem com suas ovelhas. 


Sabei que o lobo vem para junto das ovelhas, sempre que algum tirano maltrata aos cristãos pobres e humildes por ver que não oferecem grande resistência; e neste caso, o que parecia pastor e não era, deixa as ovelhas, esqueceu-se da salvação destas visando seu próprio interesse. E este fugir não se entende como mudança de lugar, nem indo de uma parte para a outra, mas deixando de pastorear as ovelhas com a consolação das palavras, e com a esmola das obras, segundo a necessidade.


Foge, também quando vê que as suas ovelhas são oprimidas, e se cala. Foge, por que se esconde na casa do silêncio, não querendo falar em favor delas. Pois, falando desses pastores o Senhor disse pela boca do profeta Ezequiel: “não subistes para ir ao encontro, nem pusestes muralha em defesa da casa de Israel, para que o dia do Senhor vos encontrasse no combate”. Pe. Paulo Sergio Gouveia

Ecumenismo


"Ecumenismo é palavra consagrada para expressar um movimento religioso muito sério que faz caminho há nada menos de um século. Podemos, certamente, tentar experiências análogas, mas sob a condição de respeitarmos princípios e critérios que regem essa empresa. Abrindo o diálogo bonito, que se desenvolveu a seguir, tomei por tarefa sublinhar alguns desses marcos pelos quais deve passar qualquer intento sincero de ecumenismo. O primeiro destaque, não há dúvida, consiste, numa atitude evangélica de amor. 

Os cristãos, enfim, se dão conta do enorme contra-testemunho que representa sua arenga mesquinha. O próprio mestre deixou dito que o sinal por onde identificar seus discípulos não seria outro, senão o amor fraterno. E disse mais: que a unidade entre eles seria a condição necessária para que o mundo começasse a crer. Mandou mais ainda que amássemos aos próprios inimigos. Tardiamente, vamos nos redimindo do escândalo histórico de nossas divisões, de nossas inglórias, de nosso desamor. E começamos a lançar fora nossos sentimentos ruins, nossas antipatias e agressividades. Paz e amor, por aí principia uma longa caminhada de superações que, corretamente, se chama de ecumenismo."

(Do pensamento de Dom Luís Gonzaga Fernandes, 1990) Fonte - Pe. Luciano Guedes - Pároco da Catedral de Campina Grande.


sábado, 25 de abril de 2015

JESUS, O BOM PASTOR: 4º DOMINGO DA PÁSCOA É CELEBRADO NA CATEDRAL

A liturgia deste domingo, 26 de abril, tem como ponto central a parábola do bom pastor. O evangelho de São João 10, 11-18, é um dos mais conhecidos da bíblia, e talvez seja o mais simbólico dos discursos de Jesus. Em síntese, Cristo apresenta aos seus discípulos, o verdadeiro significado de sua missão, permeado por misericórdia e serviço.
O presidente da celebração eucarística, Pe. Luciano Guedes, convocou os fiéis a reconhecerem os verdadeiros pastores, em uma sociedade cada vez mais repleta de líderes pouco atentos à essência da proposta cristã. “O mundo oferece facilmente, inúmeras vozes que destoam do exemplo de Jesus. Ao mesmo tempo, o Senhor nos ajuda a reconhecer quem são essas figuras que fere o rebanho”, lembrou.
Como pároco de uma imensa porção do povo de Deus, o sacerdote também fez uma reflexão sobre a sua função e o papel dos leigos na construção do reino de Deus. “Eu, constantemente, pergunto-me, como tem sido a minha ação evangelizadora. Tenho atendido as necessidades do paroquianos? Pais, agentes de pastoral, todos esses também devem se questionar”, confessou.
Ao final da homília, Padre Luciano elevou aos céus o seguinte clamor: “Que a nossa fraqueza do rebanho encontre na fortaleza do pastor a segurança para vivermos nosso batismo e cumprirmos bem a missão que Deus confiou a todos nós”, concluiu.

As leituras desse tempo pascal são emblemáticas. O mês de maio traz consigo importantes datas na vida da igreja, frisem-se: Ascensão do Senhor, Pentecostes; Santíssima Trindade e a Coroação de Nossa Senhora. Atentemo-nos a riqueza teológica que esses momentos irão nos propiciar. texto Emilson Garcia -PASCOM Catedral

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Nova presidência da CNBB, concede entrevista coletiva nesta sexta-feira

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida a imprensa para entrevista coletiva com a nova Presidência da CNBB, nesta sexta-feira, 24 de abril, após a cerimônia de posse, prevista para as 10h30, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho, em Aparecida (SP). Na ocasião, a Presidência irá divulgar os documentos aprovados ao longo dos trabalhos desta Assembleia, como a mensagem “Pensando o Brasil”, as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) e a nota sobre o momento nacional.

Atenderão a imprensa o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência, dom Sérgio da Rocha; e o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral, dom Leonardo Ulrich Steiner.

Serviço: Entrevista Coletiva à Imprensa

Bispos:

Dom Sérgio da Rocha, o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB

Informações

Horário: após a cerimônia de posse, marcada para as 10h30 - Local: Sala de Coletiva /Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho

Transmissão, ao vivo, pela internet www.a12.com



Assessoria de Imprensa da CNBB - (12) 3104-3486 / (61) 8119-3762

“CNBB é um dom precioso do amor do Ressuscitado”, diz dom Sérgio da Rocha

Neste último dia da 53ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a missa de abertura dos trabalhos foi presidida pelo arcebispo de Brasília (DF) e presidente eleito da entidade, dom Sérgio da Rocha. Em sua homilia, ele agradeceu a Deus pela assembleia, pelas diretrizes, estudos e pronunciamentos que resultaram do encontro episcopal. Para dom Sérgio, a presença de Cristo ressuscitado na reunião do episcopado brasileiro iluminou o episcopado ajudando-os a reafirmar que “a CNBB é um dom precioso de seu amor por nós”.

Concelebraram a Missa o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, que continuará no cargo até 2019, e o arcebispo de Aparecida e atual presidente da Conferência, cardeal Raymundo Damasceno Assis. O arcebispo de Salvador (BA), primaz do Brasil e vice-presidente eleito, dom Murilo Krieger, não participa das atividades de hoje, pois já retornou a Salvador.

Dom Sérgio da Rocha iniciou a homilia com agradecimentos a Deus pela Assembleia e seus encaminhamentos, como a aprovação das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE), as eleições, os estudos e pronunciamentos “sobre temas relevantes da realidade eclesial e social brasileira”.

“Nós bendizemos a Deus pelo testemunho de comunhão, pela convivência fraterna, pelo diálogo respeitoso desses dias. Por isso, ao final dessa assembleia, podemos dizer de coração ‘Bendito seja Deus’ que aqui nos reuniu, que aqui nos reúne no amor de Cristo”, agradeceu dom Sérgio.

Foi reservado agradecimento especial ao cardeal Raymundo Damasceno Assis, que passa o comando da CNBB às mãos de dom Sérgio na manhã de hoje. “Nossa especial gratidão manifestamos ao caríssimo cardeal dom Raymundo Damasceno. Muito obrigado pelo seu amor pela nossa Igreja, pela sua dedicação generosa à CNBB. Continuaremos a contar com sua presença amiga, com a sua sabedoria, com a sua colaboração”, disse.

Recordando a visita do papa Francisco ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em julho de 2013, dom Sérgio ressaltou a comunhão do episcopado brasileiro com o bispo de Roma e chamou atenção para o convite de “conservar sempre a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver na alegria”.

Somos uma Igreja que vive do encontro com o Senhor ressuscitado.

Voltando-se à liturgia de hoje, o presidente eleito da CNBB quis indicar três aspectos da vida e da missão da Igreja de modo que estes conduzam a um “tríplice olhar”: para Cristo, para a Igreja e para o povo.

O olhar para Cristo, segundo dom Sérgio, surge do encontro com o Cristo ressuscitado. “A narrativa da conversão de são Paulo nos faz pensar na presença de Jesus na nossa vida e em nossa Igreja. O Senhor que vem a nós nas diferentes situações e nos surpreende com a sua misericórdia, como aconteceu com São Paulo”, explicou.

O chamado à uma “Igreja de discípulos que vivem do encontro com Cristo, que se alimentam da sua palavra e da Eucaristia” e que são evangelizadores é o fruto desse olhar para Cristo.

Ao olhar para a Igreja, afirma dom Sérgio, os discípulos encontram o discernimento sobre a presença e os apelos do ressuscitado para enxergar com a luz da fé. “Os olhos de Saulo se abriram com a ajuda da Igreja, representada por Ananias, uma Igreja mãe misericordiosa e acolhedora, de portas abertas capaz de acolher tantos caídos por terra como Saulo - incapazes de ver e caminhar, mas necessitados de mãos estendidas e de coração aberto para levantar-se das trevas, recomeçar a vida e caminhar na luz”, lembrou.

Olhar para Cristo e para a Igreja faz com que os discípulos voltem seu olhar para o povo e para a missão, com responsabilidade, de acordo com o arcebispo de Brasília.

“Nós somos e queremos ser cada vez mais uma Igreja missionária, que compartilha a experiência do encontro com Cristo e a alegria do Evangelho no meio do povo, uma Igreja em saída, conforme a palavra do santo padre acolhida e enfatizada nas novas diretrizes pastorais. Como Ananias possamos dizer “aqui estou, Senhor”. Como Paulo possamos sair e ir ao encontro de todos, especialmente dos mais pobres e sofredores”, desejou.

Retomando o chamado de Deus a Ananias, dom Sérgio afirmou que a cada bispo, presbítero, diácono e a cada fiel, é dirigida a palavra “Levanta-te e vai!”. “Não podemos ficar acomodados em espera passiva em nossos templos. É preciso sair da comodidade das nossas casas para procurar os que no mundo de hoje vivem como Saulo, necessitados da luz da fé e do encontro com Cristo, da acolhida fraterna na comunidade, da vida nova em Cristo”, exortou.

“Assim, irmãos e irmãs, possamos sempre caminhar. Com os olhos fixos no Senhor, cheios de fé e de esperança, com o olhar voltado para nossa Igreja a com gratidão, com os olhos e o coração voltados para o nosso povo e a nossa missão com compaixão e responsabilidade”, concluiu dom Sérgio.

Ao final da celebração, todos os bispos dirigiram-se à imagem de Nossa Senhora Aparecida, disposta no altar da basílica para pedir a bênção no retorno aos trabalhos nas respectivas igrejas particulares.

Diáconos

Participaram da celebração eucarística 300 diáconos permanentes com suas esposas, presentes na 10ª Assembleia Geral da Comissão Nacional dos Diáconos (CND), que acontece até domingo, dia 26. O evento recorda o cinquentenário da restauração do diaconado na Igreja pelo Concílio Vaticano II. A CNBB divulgou uma mensagem saudando aqueles que são “exemplo de quem acolhe a vocação batismal”, diz o texto disponível aqui.



Papa: "Encontro com Deus é como o primeiro amor"

Jesus jamais se esquece do dia em que nos encontrou pela primeira vez; peçamos a Deus também “a graça da memória”, para nos lembrarmos sempre. Este foi o centro da homilia do Papa Francisco na missa celebrada na manhã de sexta-feira, 24, na Capela da Casa Santa Marta. 

Um encontro: foi o modo escolhido por Jesus para mudar a vida dos outros. Aquele com Paulo de Tarso, perseguidor anticristão que quando chegou a Damasco já era um Apóstolo, foi emblemático. O Papa se deteve neste conhecido episódio da liturgia do dia, mas citou a variedade de encontros contidos nas narrações do Evangelho. 

O primeiro encontro

Francisco considera o primeiro encontro com Jesus como aquele que ‘muda a vida’ de quem está à sua frente. João e André, que passam ‘toda a noite’ com o Mestre, Simão que logo se torna a ‘pedra’ da nova comunidade; depois, a Samaritana, o leproso que volta para agradecer por ter sido curado, a mulher doente que se recupera depois de tocar a túnica de Cristo. Foram encontros decisivos, que devem induzir um cristão – afirma o Papa – a nunca se esquecer do seu primeiro contato com Jesus: 

“Ele nunca se esquece, mas nós nos esquecemos do encontro com Jesus. Seria um bom dever de casa pensar nisso: Quando senti realmente a necessidade de ter o Senhor perto de mim? Quando notei que tinha que mudar de vida, ser melhor, ou perdoar uma pessoa? Quando ouvi o Senhor me pedir alguma coisa? Quando encontrei o Senhor?”. “A nossa fé – prosseguiu Francisco – é um encontro com Jesus. Este é o fundamento da fé: encontrei Jesus como Saulo hoje”. 

A memória de todo dia 

O Papa pediu aos presentes: “Questionemo-nos sinceramente: Quando me disse algo que mudou a minha vida ou me convidou a dar um passo à frente, na vida?”. 

“Esta é uma bela oração e recomendo que a façam todos os dias. E quando lembrar, alegre-se, é uma recordação de amor. Outra sugestão bonita seria ler as estórias do Evangelho e ver como Jesus se encontrava com as pessoas, como escolheu os Apóstolos...”. 

Não nos esqueçamos do primeiro amor

“Também não devemos nos esquecer – conclui Francisco – que Cristo vê “o relacionamento conosco” como uma predileção, uma relação de amor “face a face”: “Rezar e pedir a graça da memória: Quando, Senhor, tivemos o primeiro encontro, quando foi o primeiro amor? Para não ouvir a repreensão que o Senhor fez no Apocalipse: Tenho isso contra você, que se esqueceu do primeiro amor”.(Fonte Radio Vaticano)

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Coletiva de Imprensa do dia 17 de abril de 2015 – 53ª AG CNBB

A coletiva de Imprensa do terceiro dia de trabalho dos bispos na 53ª Assembleia Geral da CNBB contou com a participação do arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer, do bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, dom Eduardo Pinheiro da Silva, e do bispo auxiliar de Aparecida (SP), dom Darci José Nicioli.

Abrindo as exposições, Dom Odilo citou as celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II, destacando que, nesta sexta-feira (17) à noite, os bispos participam de uma sessão solene dedicada ao Concílio, com presença de lideranças ecumênicas. Aos jornalistas, afirmou que estamos longe de exaurir os frutos gerados pelo Concílio há 50 anos.


Em seguida, o cardeal informou que o episcopado brasileiro dedicou hoje atenção especial às avaliações e à nova redação das “Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil” (DGAE): “As novas diretrizes retomam as que estão em vigor, sendo atualizadas a partir do Ministério do Papa Francisco e seus discursos aos bispos na Jornada Mundial da Juventude em 2013”.

Na sequência, Dom Darci Nicioli falou sobre o projeto “Rumos aos 300 anos”, do Santuário Nacional de Aparecida, que buscar preparar o Brasil para o jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida (1717-2017). [Clique para saber mais sobre o projeto Rumo aos 300 anos]

O bispo auxiliar de Aparecida explicou que a comemoração de 2017 não é apenas brasileira, pois acontece em conjunto com a celebração dos 100 anos da aparição da Virgem de Fátima de Portugal. “Queremos divulgar a devoção a Nossa Senhora Aparecida em Portugal e fazer crescer a de Fátima, que já é grande, no Brasil”, ressaltou.

Projeto Rota 300 - Ao final, tomou a palavra dom Eduardo Pinheiro da Silva, presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, que explicou o projeto Rota 300, que será lançado amanhã em Aparecida (SP). A expectativa é reunir mais de 2.000 jovens em Vigília de oração pelo jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida.

“Durante este triênio de preparação, vamos ter muitas atividades. São convites para se trabalhar outros temas relacionados ao encontro da Imagem de Nossa Senhora, como por exemplo a ecologia, já que Nossa Senhora foi encontrada nas águas do Rio Paraíba”, exemplificou.

E desejou que, a partir do projeto, a juventude esteja presente nos vários ambientes de sofrimento humano, sendo missionários de Jesus Cristo. (Fonte Santuário de Aparecida)

eleição marca dia dos bispos em Aparecida

Após a pausa nas atividades no plenário da 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com o retiro espiritual que se realizou neste final de semana, pregado pelo Arcebispo de Mariana, MG, Dom Geraldo Lyrio Rocha, nesta segunda-feira foram retomados os trabalhos.

Como de costume o dia teve início com a celebração eucarística no Santuário Nacional, hoje presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e concelebrada por Dom Mauro Aparecido dos Santos e Dom Roque Paloschi. Rezou-se hoje pelos Bispos falecidos.

No sábado de manhã na conclusão dos trabalhos tivemos a aprovação final das emendas do texto do tema central desta Assembleia que trata das Diretrizes para os próximos 4 anos. E nesta segunda está prevista a eleição.


Clique acima para ouvir o boletim do enviado da RV a Aparecida, Silvonei José, que entrevista o porta-voz da AG, Dom Dimas Lara Barbosa.

Papa: a fé não é poder, é confiar em Cristo

O Papa Francisco começou a semana celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta.
Comentando o Evangelho em que a multidão busca Jesus depois da multiplicação dos pães e dos peixes, o Papa Francisco observou que, na fé, há o risco de não compreender a verdadeira missão do Senhor: isso acontece quando se aproveita de Jesus, escorregando “no poder”:

“Esta atitude se repete nos Evangelhos. Muitos seguem Jesus por interesse. Inclusive entre os seus apóstolos: como os filhos de Zebedeu, que queriam ser primeiro-ministro e ministro da economia, ter o poder. Aquela unção de levar aos pobres a boa nova, a libertação aos prisioneiros, a vista aos cegos, a liberdade aos oprimidos, e anunciar um ano de graça, se obscurece, se perde e se transforma em algo de poder”.

O Papa destacou que “sempre houve esta tentação de passar do estupor religioso que Jesus nos dá no encontro conosco a se aproveitar disso”:

“Esta foi também a proposta do diabo a Jesus nas tentações. Uma sobre o pão, justamente. A outra sobre o espetáculo: ‘Mas façamos um belo espetáculo, assim todas as pessoas acreditarão em ti’. E a terceira, a apostasia: ou seja, a adoração dos ídolos. E esta é uma tentação cotidiana dos cristãos, nossa, de todos nós que somos a Igreja: a tentação não do poder, da potência do Espírito, mas a tentação do poder mundano. Assim se cai naquele torpor religioso ao qual leva a mundanidade, aquele torpor que acaba, quando cresce, cresce, cresce, naquela atitude que Jesus chama hipocrisia”.

Deste modo – afirmou o Papa Francisco – “se torna cristão de nome, de atitude externa, mas o coração tem interesses”, como dizia Jesus: “Em verdade, em verdade, vos digo: vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos saciastes”. É a tentação de  “escorregar na mundanidade, nos poderes” e assim “a fé se enfraquece”, assim como a missão e a Igreja:

“O Senhor nos desperta com o testemunho dos santos, com o testemunho dos mártires, que todos os dias nos anunciam que a missão é caminhar na estrada de Jesus: anunciar o ano da graça. As pessoas entendem a advertência de Jesus e perguntam: ‘Que faremos para trabalhar nas obras de Deus?’. Jesus responde: ‘A obra de Deus é que creiais naquele que ele enviou’, isto é, a fé Nele, somente Nele, a confiança Nele e não nas outras coisas que nos levarão para longe Dele. Esta é a obra de Deus: que creiais naquele que ele enviou, Nele”.


O Papa concluiu a homilia com esta oração ao Senhor: “Que Deus nos dê esta graça do estupor do encontro e também ele nos ajude a não cair no espírito de mundanidade, isto é, aquele espírito que por atrás ou abaixo de uma verniz de cristianismo nos levará a viver como pagãos”.(Fonte Radio Vaticano)

terça-feira, 14 de abril de 2015

“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família”(At 16,31)


“Quem se descuida dos seus, e principalmente dos de sua própria família, é um renegado, pior que um infiel.” (1Tm 5,8)

A realidade que mais nos aproxima da ideia do paraíso é nosso lar, disse alguém. Aos homens, como aos pássaros, o mundo oferece mil lugares para pousar, mas somente o seu lar é o seu verdadeiro ninho.

Podemos percorrer o mundo à procura do que desejamos ver e conhecer, mas nada é como o nosso lar; os filhos e netos nos mantém agarrados à vida. Há um provérbio persa que diz que “quem não tem irmão, tem as pernas fracas”. A criança é o amor visível. Cada criança, ao nascer, nos traz a mensagem de que Deus não perdeu ainda a esperança nos homens, disse Tagore.

Uma infância feliz é o maior presente que os pais podem dar aos filhos. A maior alegria é colhida na família, a cada dia. Eu não trocaria por nada toda a vida que vivi em família.

A alegria de gerar e educar os filhos, de conviver com eles, faz a nossa maior felicidade. Infelizmente muitos estão enganados pensando que podem buscar a felicidade fora do lar, ou sem construir um lar. O egoísmo e o medo estão fazendo muita gente rejeitar o casamento e a família. Não faça isso. Faça a sua vida girar em torno da família. Nada nos faz tão felizes como aquilo que construímos com a nossa vida, com a nossa luta e com a nossa dedicação.

Até quando nos deixaremos enganar, querendo ir buscar a felicidade tão longe, se ela está bem junto de nós? A família é o complemento de nós mesmos. Ela é a base da sociedade. Nela somos um indivíduo reconhecido e amado, e não apenas um número, um RG, um CPF.

É no seio da família que cada pessoa faz a experiência própria do que seja amar e ser amado, sem o que jamais será feliz. Quando a família se destrói a sociedade toda corre sério risco; e é por isso que temos hoje tantos jovens delinquentes, envolvidos nas drogas, na bebida e na violência. Muitos estão no mundo do crime porque não tiveram um lar.

Sem dúvida a maior tragédia do mundo moderno é a destruição da família. O divórcio arrasa com os casamentos e, consequentemente com as famílias. Os filhos pagam o preço da separação dos pais; e eles mesmos sofrem com isto. Quando as famílias eram bem constituídas, não havia tantos jovens envolvidos com drogas e com a violência, com o homossexualismo e com a depressão.

Mais do que nunca o mundo precisa de homens e mulheres dispostos a constituir famílias sólidas, edificadas pelo matrimônio, onde os esposos vivam a fidelidade conjugal e se dediquem de corpo e alma ao bem dos filhos. E é isto que dá felicidade ao homem e à mulher.

Infelizmente uma mentalidade consumista, egoísta e comodista toma conta do mundo e das pessoas cada vez mais, impedindo-as de terem filhos.

Não há na face da terra algo mais nobre e belo que um homem e uma mulher possam fazer do que gerar e educar um filho. Nada pode ser nem de longe, comparado à vida humana. Nem toda riqueza que há debaixo da terra vale uma só vida humana, porque esta é criada a imagem de semelhança de Deus, dotada de inteligência, liberdade, vontade, consciência, capacidade de amar, cantar, sorrir e chorar. O que pode ser comparado a isto?

Nada pode nos dar tanta satisfação do que ver o filho nascer, ensiná-lo a andar, falar, escrever, e seguir o seu caminho neste mundo.

A felicidade do lar está também no relacionamento saudável, fiel e amoroso dos esposos. Sem fidelidade conjugal a família não se sustenta. E esta fidelidade tem um alto preço de renuncia às tentações do mundo, mas produz a verdadeira felicidade. Marido e mulher precisam se amar de verdade, e viver um para o outro, absolutamente, sem se darem ao direito da menor aventura fora do lar. Isto seria traição ao outro, aos filhos e a Deus.

Não permita que o seu lar se dissolva por causa de uma infidelidade de sua parte. A felicidade tem um preço; temos de pagar o preço da renúncia ao que é proibido. Não se permita a menor intimidade com outra pessoa que não seja o seu esposo ou sua esposa.

Não brinque com fogo, para não queimar a sua felicidade e a dos seus caros.

A grande ameaça à família hoje é a infidelidade conjugal; muitos maridos, e também esposas, traem os seus cônjuges e trazem para dentro do lar a infelicidade própria e dos filhos. Saiba que isto não compensa jamais; não destrua em pouco tempo aquilo que foi construído em anos de luta.

Marido e mulher precisam viver um para o outro e ambos para os filhos. O casal precisa conversar se perdoar; se um não perdoa o outro em suas pequenas falhas, jamais desfrutará de suas grandes virtudes. A felicidade do casal pode ser muito grande, mas isto depende de que ambos vivam a promessa do amor conjugal. 

Amar é construir o outro; é ajudá-lo a crescer; é ajudá-lo a vencer os seus problemas. Amar é construir alguém querido, com o preço da própria renúncia. Quem não está disposto a este sacrifício nunca saberá o que é a felicidade de um lar. O homem não precisa trocar de mulher para ser feliz. É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a sua vida quanto dizer que um violonista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música. Se alguém não sabe tocar violino não adianta ficar trocando de violino.

Na sagrada missão de educar bem os filhos, o casal encontra a felicidade. Viva para os filhos e você será feliz.

Os pais precisam antes de tudo ter tempo para eles, e saber conquistá-los; sem isto, os filhos não os ouvirão e não seguirão os seus conselhos. Mas o filho deve ser conquistado por aquilo que você é para ele, e não por aquilo que você dá para ele.

Cada filho é como um diamante que Deus nos entrega para ser lapidado com carinho. Não há alegria maior para um homem do que encontrar alegria em seu filho bem formado e educado. Cada filho é a nossa imagem; “filho de peixe é peixinho”. O filho é educado muito mais pelo exemplo dos pais do que por suas palavras.

São Tomás de Aquino dizia que a família constitui para os filhos “um útero espiritual”. Os pais devem ser amigos e confidentes e não os tiranos dos filhos.

Na medida em que os casamentos vão se desfazendo, as famílias vão se destruindo, por falta de Deus, a felicidade dos homens vai aumentando. Fuja desta rota se quiser ser feliz e ter paz na alma.

A família é a “igreja doméstica”; é nela que os filhos devem aprender com os pais a maravilha da fé; é ali, no colo da mãe que a criança deve aprender a rezar e viver os mandamentos da lei de Deus para ser feliz.

O casal cristão se deseja ser feliz precisa cultivar uma vida de oração em casa e na igreja, de frequência aos sacramentos, de meditação da Palavra de Deus, etc.

Mas, mesmo que sua casa já esteja desmoronada, você a pode reconstruir com Deus, porque para Ele nada é impossível. Não olhe para o passado, não fique pisando e culpando a sua alma; olhe para Jesus, crê no Senhor, e Ele abrirá um caminho novo em sua vida; creia nisso.

Mesmo que seu marido a tenha abandonado; mesmo que sua esposa o tenha traído, mesmo que seus filhos o tenham decepcionado… olhe para Jesus, creia Nele, e Ele lhe dará uma nova alternativa de vida. Jesus disse: “Se creres verás a glória de Deus”. (Jo 11,40) Não há uma vida na terra que esteja a tal ponto destruída que Deus não possa restaurá-la. (Prof. Felipe Aquino)

Dom Damasceno faz balanço de seus 4 anos à frente da CNBB

O cardeal avaliou como positivo o quadriênio em que esteve à frente da CNBB e citou alguns dos principais pontos deste período.

O Arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis, atendeu a imprensa na manhã desta terça-feira, 14, no Santuário Nacional.

Dom Damasceno falou aos jornalistas sobre a 53ª Assembleia Geral da CNBB, que será realizada de 15 a 24 de abril em Aparecida (SP) e fez um balanço dos seus quatro anos à frente da conferência.

O cardeal avaliou como positivo o quadriênio em que esteve à frente da CNBB e citou alguns dos pontos alto deste período: “Destaco como positivo a visita do Papa Francisco a Aparecida e ao Rio de Janeiro em virtude da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e também nossa representatividade durante o Sínodo Ordinário para a Nova Evangelização para transmissão da Fé e o Sínodo Extraordinário para a Família”.

Aos jornalistas Dom Damasceno destacou os temas das últimas Campanhas da Fraternidade como ‘Saúde Pública’ em 2012, no qual resultou no Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP) Saúde+10, entregue ao Congresso Nacional, após recolher mais de dois milhões de assinaturas, a preocupação com a juventude (2013), com o tráfico humano (2014) e o envolvimento Igreja e Sociedade (2015).

Sobre a presença da Igreja na sociedade, Dom Damasceno citou o apoio ao Projeto de lei de iniciativa popular para a Reforma Política Democrática e Eleições Limpas e o avanço na coleta de assinaturas.

Citando as palavras do Papa emérito Bento XVI, na ocasião da inauguração do CELAM em 2007, Dom Damasceno destacou que “A Igreja é advogada da justiça e dos pobres”. “Nós queremos provocar um debate, o diálogo na sociedade. A Igreja, como instituição, não pode ficar alheia aos problemas que afetam o nosso povo”, completou.

O arcebispo elencou alguns dos desafios pastorais da Igreja no Brasil para o próximo quadriênio. “Os desafios são muitos e destaco a formação dos nossos leigos para que atuem com mais responsabilidade na sociedade, o diálogo com a juventude, problemas da injustiça social, a questão indígena e quilombola, entre outros”, afirmou.

Assembleia Geral dos Bispos do Brasil

Durante a Assembleia Geral (AG) será apresentado aos bispos do Brasil um informe da presidência com um balanço do último quadriênio. O Cardeal reiterou ainda que este ano, a AG será eletiva, ou seja, serão escolhidos a nova presidência para o mandato de 2015 a 2019 e os 12 presidentes das Comissões Episcopais Pastorais. Dom Damasceno deixará o cargo de presidente, que ocupou nos últimos quatro anos.

Ainda durante a Assembleia serão eleitos quatro delegados para o próximo Sínodo da Família e seus dois suplentes, além de um delegado da conferência junto ao Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e seu suplente.

Pela primeira vez em Aparecida, a votação para escolha da presidência da CNBB será realizada através de urna eletrônica, o que segundo o cardeal traz mais dinâmica e praticidade à eleição.

Tema central

Sobre o tema central da AG, Dom Damasceno afirmou que serão discutidas as atualizações das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o quadriênio de 2015 a 2019. Como tema prioritário, os bispos darão continuidade ao estudo do Estudo nº 107 da CNBB, ‘Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade’.

“As Diretrizes serão atualizadas à luz dos documentos pontifícios, sobretudo à luz da Exortação Apostólica Evangelli Gaudium (A alegria do Evangelho) e com base nos discursos do papa Francisco aos bispos do Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e do discurso do Pontífice no Celam”, completou. (Fonte Canção Nova)

Papa: não acumular riquezas; administrá-las para o bem comum

Na missa matutina desta terça-feira (14/04), celebrada na Casa Santa Marta, Francisco advertiu que os cristãos não devem acumular riquezas, mas colocá-las a serviço de quem necessita.

Papa centralizou sua homilia num trecho dos Atos dos Apóstolos que descreve a vida da primeira comunidade dos cristãos. O Pontífice destaca que existem dois sinais de “renascimento numa comunidade”. O primeiro deles é a harmonia:

“A comunidade renascida ou daqueles que renascem no Espírito tem esta graça da unidade, da harmonia. O único que pode nos dar a harmonia é o Espírito Santo, porque ele também é harmonia entre o Pai e o Filho, é o dom que faz a harmonia. O segundo sinal é o bem comum, isto é: ‘Não havia entre eles necessitado algum, ninguém considerava seu o que possuía’, estava a serviço da comunidade. Sim, alguns eram ricos, mas a serviço. Estes são os dois sinais de uma comunidade que vive no Espírito”.

O dom da paciência nas dificuldades

Trata-se de um trecho curioso, notou o Papa, porque “logo depois começam os problemas dentro da comunidade, como por exemplo, o ingresso de Ananias e Safira, que tentam “trapaceá-la”:

“Estes são os patrões dos benfeitores que se aproximam da Igreja, entram para ajudá-la e usá-la para os próprios negócios, não? Depois há as perseguições que foram anunciadas por Jesus. A última das bem-aventuranças de Mateus: ‘Bem-aventurados quando vos injuriarem e vos perseguirem por minha causa. Alegrai-vos. E se leem tantas perseguições desta comunidade. Jesus promete isto, promete muitas coisas belas, a paz e a abundância: ‘Tereis cem vez mais com as perseguições’”. 

Na “primeira comunidade renascida do Espírito Santo – recorda o Papa – existe isso: a pobreza, o bem comum mas também os problemas, dentro e fora”. Problemas dentro, como “aquele casal de negociantes e, fora, as perseguições”. Pedro, contudo, diz à comunidade para que não se maravilhe diante das perseguições, porque é “o fogo que purifica o outro”. E a comunidade renascida do Espírito Santo é purificada justamente “em meio às dificuldades, às perseguições”. Existe, portanto, um terceiro sinal de uma comunidade renascida: “a paciência em suportar: suportar os problemas, suportar as dificuldades, suportar as injúrias, as calúnias, suportar as doenças, suportar a dor” da perda de um ente querido.

Não acumular riquezas mas administrá-las para o bem comum

A comunidade cristã, afirma ainda, “demonstra que renasceu no Espírito Santo quando é uma comunidade que procura a harmonia, não a divisão interna; “quando procura a pobreza”, “não o acúmulo de riqueza para si, porque as riquezas são para o serviço”. E quando “não se enraivece imediatamente diante das dificuldades ou se sente ofendida”, mas é paciente como o Cristo:

"Nesta segunda semana de Páscoa, durante a qual celebramos os mistérios pascais, nos fará bem pensar em nossas comunidades, sejam estas diocesanas, paroquiais, familiares ou tantas outras, e pedir a graça da harmonia que é mais do que simplesmente unidade – é a unidade harmônica, a harmonia, que é o dom do Espírito – de pedir a graça da pobreza – não aquela da miséria, da pobreza: o que significa? Que se eu tenho aquilo que tenho e deve administra-lo bem para o bem comum e com generosidade – e pedir a graça da paciência, da paciência”.

O Senhor, conclui Francisco, “nos faça entender que não somente cada um de nós recebeu no Batismo esta graça de renascer no Espírito mas também as nossas comunidades”. (BF/RB)

sábado, 11 de abril de 2015

Papa explica por que convocou Jubileu Extraordiário

Durante sua homilia neste sábado, na Basílica Vaticana, após a leitura da apresentação oficial do Jubileu Extraordinário do Ano Santo da Misericórdia, o Papa explicou por que decidiu antecipar em dez anos a convocação de um novo Jubileu.

Foco no essencial

"Simplesmente porque a Igreja é chamada, neste tempo de grandes mudanças epocais, a oferecer mais vigorosamente os sinais da presença e proximidade de Deus. Este não é o tempo para nos deixarmos distrair, mas para o contrário: permanecermos vigilantes e despertarmos em nós a capacidade de fixar o essencial", disse o Papa.

Francisco ainda advertiu: "É o tempo para a Igreja reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe confiou no dia de Páscoa: ser sinal e instrumento da misericórdia do Pai (cf. Jo 20, 21-23). Por isso o Ano Santo deverá manter vivo o desejo de individuar os inúmeros sinais da ternura que Deus oferece ao mundo inteiro, e sobretudo a quantos estão na tribulação, vivem sozinhos e abandonados, e também sem esperança de ser perdoados e sentir-se amados pelo Pai".

Ao lado dos que sofrem

O Papa refletiu ainda como deverá ser vivido o Jubileu. "Um Ano Santo para sentirmos intensamente em nós a alegria de ter sido reencontrados por Jesus, que veio, como Bom Pastor, à nossa procura, porque nos tínhamos extraviado. Um Jubileu para nos darmos conta do calor do seu amor, quando nos carrega aos seus ombros e nos traz de volta à casa do Pai".

Aqueles que se colocarem no caminho do Senhor e abrirem seus corações à luz do Cristo, poderão, conclui o Papa, ser "transformados pela sua misericórdia para nos tornarmos, também nós, testemunhas de misericórdia. Eis o motivo do Jubileu: porque este é o tempo da misericórdia". (RB) (Fonte Radio Vaticano)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Em entrevista o Papa fala sobre a condição na Igreja, de casais divorciados em nova união

Durante a entrevista, o Santo Padre assinalou que esta realidade foi abordada pelos bispos reunidos no Sínodo da Família em outubro de 2014. 

“No caso dos divorciados que voltaram a casar, perguntamo-nos: O que fazemos com eles? Quais são as portas que podemos abrir-lhes? E essa foi uma inquietação pastoral: Então vão receber a comunhão? Dar-lhes a comunhão não é a solução. Somente isso não é a solução, a solução é a integração. Não estão excomungados, é verdade. Mas não podem ser padrinhos de batismo, não podem ler a leitura na Missa, não podem dar a comunhão, não podem ensinar catequese, há cerca de sete coisas que eles não podem fazer. É como se tivessem sido excomungados! Precisamos abrir um pouco mais as porta”. 

“Por que não podem ser padrinhos? ‘Não, olha, que testemunho vão dar ao afilhado’. Testemunho de um homem e uma mulher que lhe digam: ‘Olhem, querido, eu errei, eu patinei neste ponto, mas acredito que o Senhor me ama, quero seguir o Senhor, o pecado não me venceu , mas eu sigo adiante’. Mais testemunho cristão que esse?”, perguntou Francisco.

“Quando vem um destes políticos corruptos que temos para ser padrinho e está bem casado pela Igreja, você o aceita? E que testemunho vai dar ao afilhado? Testemunho de corrupção? Ou seja, temos que voltar a mudar um pouco as coisas…”, explicou o Pontífice à jornalista Elisabetta Piqué. 

Por ACI

João relata uma terceira aparição do Ressuscitado - Pe José Assis Soarea


João relata uma terceira aparição do Ressuscitado a sete dos seus discípulos nas margens do mar de Tiberíades, num episódio conhecido como a “pesca milagrosa” (cf. Jo 21,1-14). Ao amanhecer de uma noite escura em que eles não haviam pescado nada Jesus aparece entre eles que não o reconheceram e Jesus manda lançar a rede de ovo. A rede encheu-se de peixes que eles não conseguem puxá-la. E ao arrastarem-na para a margem, esperava-os Jesus, que eles não o haviam reconhecido de imediato, mas só depois de serem convidados a comer: “Vinde comer!” Jesus havia preparado a refeição e os servia: pão e peixe... isso nos remete mais uma vez à Eucaristia então, eles reconheceram: “É o Senhor!”

É relativamente fácil fazer a experiência de Deus nos momentos felizes da vida, quando nos sentimos acolhidos e amados, quando o ambiente de trabalho transmite harmonia e a paz reina em nossos lares, quando tudo e todos nos falam de bondade, de justiça e de comunhão.

Mas, há “noites escuras, traiçoeiras, pescarias sem peixes... Há momentos em que experimentamos a desilusão dos discípulos que passaram a noite trabalhando e não havia pescado nada; muito trabalho e pouco fruto; estavam cansados e desiludidos. O mar nem sempre “está pra peixe”; nem sempre a vida nos sorri!

Nesses momentos, mais que em qualquer outro, é preciso acreditar na Palavra de Jesus, que nos convida a ir em frente: “Lançai as redes”. O Senhor também se encontra em alto-mar, nas turbulências da vida, nos reveses, nas contrariedades, nos aparentes ou verdadeiros fracassos. É preciso acreditar que Jesus Vivo e Ressuscitado venceu o mundo, venceu para sempre a morte, destruiu o pecado.

Fiquemos atentos, para não atribuir ao acaso, ao mero sucesso humano, à nossa competência pessoal o que é puro dom de Deus! Procuremos abrir os olhos da fé para reconhecer Jesus, que nos espera à margem das nossas inseguranças e fracassos, o Ressuscitado: “É o Senhor!”. Somente Ele poderá transformar em pesca abundante as humanas desilusões.

Papa recorda interminável êxodo armênio e pede reconciliação


O massacre armênio foi o tema da audiência do Papa Francisco ao receber no Vaticano, na manhã desta quinta-feira (09/04), o Sínodo Patriarcal da Igreja Armênio-Católica. Na delegação, constava o bispo brasileiro Dom Vartan Boghoss Já no início do seu discurso, o Pontífice recordou que presidirá a Santa Missa no próximo domingo (12/04), na Basílica Vaticana, em memória das vítimas da perseguição ocorrida 100 anos atrás no então Império Otomano. “Invocaremos a Misericórdia Divina para que nos ajude a todos a curar toda ferida e a acelerar gestos concretos de reconciliação e de paz entre as nações que ainda não conseguem chegar a um consenso razoável sobre a interpretação daqueles tristes fatos”, disse o Papa.

Francisco aproveitou a presença do Sínodo Patriarcal para ressaltar a tradição cristã do povo armênio, o primeiro a se converter ao Cristianismo em 301, e saudar os religiosos e fiéis da diáspora, que hoje vivem em tantos países, inclusive na América Latina. Em especial, saudou os que estão na Síria. Cem anos atrás, recordou, a cidade de Aleppo foi porto seguro para os poucos sobreviventes armênios. Hoje, a presença cristã nesta região está ameaçada.

A comemoração das vítimas de um século atrás, acrescentou o Pontífice, nos coloca diante do mistério do mal. Do íntimo do coração do homem, podem desencadear-se as forças mais obscuras, capazes de programar a aniquilação do irmão, considerá-lo um inimigo, um adversário, e até mesmo alguém desprovido de dignidade humana.

Todavia, para o cristão, o mistério do mal introduz também o mistério da participação à Paixão redentora. Por isso, Francisco encorajou os líderes da Igreja armênia a fazer com que os fiéis não se considerem somente como sofredores em Cristo, mas ressuscitados Nele.

Por fim, durante o “êxodo interminável” sofrido pelos armênios, o Papa citou o papel naquele tempo do Papa Bento XV, que interveio junto ao Sultão Mehmet V para deter o massacre. (Radio Vatacano)

No domingo, a Rádio Vaticano transmitirá ao vivo, com comentários em português, a Santa Missa presidida pelo Pontífice para os fiéis de rito armênio, a partir das 8h55 (3h55 – horário de Brasília).ian, Exarca da comunidade armênia sul-americana.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Mensagem Urbi et Orbi do Papa Francisco - O Papa recorda que somente quem se abaixa compreende a glorificação de Jesus. Pede paz e que cesse o absurdo derramamento de sangue

Após a celebração Eucarística da Ressurreição do Senhor, o Papa Francisco se dirigiu ao balcão da Basílica Vaticana de onde dirigiu aos fiéis, suas felicitações de Santa Páscoa e concedeu a Bênção “Urbi et Orbi” à Cidade de Roma e ao mundo inteiro. Por isso, não houve homilia durante a Santa Missa.

Queridos irmãos e irmãs, Feliz Páscoa

Jesus Cristo ressuscitou!

O amor venceu o ódio, a vida venceu a morte, a luz afugentou as trevas! Por nosso amor, Jesus Cristo despojou-Se da sua glória divina; esvaziou-Se a Si próprio, assumiu a forma de servo e humilhou-Se até à morte, e morte de cruz. Por isso, Deus O exaltou e fê-Lo Senhor do universo. Jesus é Senhor!

Com a sua morte e ressurreição, Jesus indica a todos o caminho da vida e da felicidade: este caminho é a humildade, que inclui a humilhação. Esta é a estrada que leva à glória. Somente quem se humilha pode caminhar para as «coisas do alto», para Deus (cf.Col 3, 1-4). O orgulhoso olha «de cima para baixo», o humilde olha «de baixo para cima».

Na manhã de Páscoa, informados pelas mulheres, Pedro e João correram até ao sepulcro e encontraram-no aberto e vazio. Então aproximaram-se e «inclinaram-se» para entrar no sepulcro. Para entrar no mistério, é preciso «inclinar-se», abaixar-se. Somente quem se abaixa compreende a glorificação de Jesus e pode segui-Lo na sua estrada.

A proposta do mundo é impor-se a todo o custo, competir, fazer-se valer… Mas os cristãos, pela graça de Cristo morto e ressuscitado, são os rebentos duma outra humanidade, em que se procura viver ao serviço uns dos outros, ser não arrogantes mas disponíveis e respeitadores.

Isto não é fraqueza, mas verdadeira força! Quem traz dentro de si a força de Deus, o seu amor e a sua justiça, não precisa de usar violência, mas fala e age com a força da verdade, da beleza e do amor.

Do Senhor ressuscitado imploramos hoje a graça de não cedermos ao orgulho que alimenta a violência e as guerras, mas termos a coragem humilde do perdão e da paz. A Jesus vitorioso pedimos que alivie os sofrimentos de tantos irmãos nossos perseguidos por causa do seu nome, bem como de todos aqueles que sofrem injustamente as consequências dos conflitos e das violências em curso, e que são tantas.

Pedimos paz, antes de tudo, para a amada Síria e o Iraque, para que cesse o fragor das armas e se restabeleça a boa convivência entre os diferentes grupos que compõem estes amados países. Que a comunidade internacional não permaneça inerte perante a imensa tragédia humanitária no interior destes países e o drama dos numerosos refugiados.

Imploramos paz para todos os habitantes da Terra Santa. Possa crescer entre israelitas e palestinenses a cultura do encontro e se retome o processo de paz a fim de pôr termo a tantos anos de sofrimentos e divisões.

Suplicamos paz para a Líbia a fim de que cesse o absurdo derramamento de sangue em curso e toda a bárbara violência, e aqueles que têm a peito o destino do país se esforcem por favorecer a reconciliação e construir uma sociedade fraterna que respeite a dignidade da pessoa. E almejamos que, também no Iémen, prevaleça uma vontade comum de pacificação a bem de toda a população.

Ao mesmo tempo, confiamos esperançosos ao Senhor, que é tão misericordioso, o acordo alcançado nestes dias em Lausanne, a fim de que seja um passo definitivo para um mundo mais seguro e fraterno.

Do Senhor Ressuscitado imploramos o dom da paz para a Nigéria, o Sudão do Sul e as várias regiões do Sudão e da República Democrática do Congo. De todas as pessoas de boa vontade se eleve incessante oração por aqueles que perderam a vida assassinados na quinta-feira passada numa Universidade de Garissa, no Quénia, por quantos foram raptados, por quem teve de abandonar a própria casa e os seus entes queridos.

A Ressurreição do Senhor leve luz à amada Ucrânia, sobretudo àqueles que sofreram as violências do conflito nos últimos meses. Possa o país reencontrar paz e esperança, graças ao empenho de todos as partes interessadas.

Paz e liberdade, pedimos para tantos homens e mulheres, sujeitos a formas novas e antigas de escravidão por parte de indivíduos e organizações criminosas. Paz e liberdade para as vítimas dos traficantes de droga, muitas vezes aliados com os poderes que deveriam defender a paz e a harmonia na família humana. E paz pedimos para este mundo sujeito aos traficantes de armas, que lucram com o sangue dos homens e das mulheres.

Aos marginalizados, aos encarcerados, aos pobres e aos migrantes que tantas vezes são rejeitados, maltratados e descartados; aos doentes e atribulados; às crianças, especialmente as vítimas de violência; a quantos estão hoje de luto; a todos os homens e mulheres de boa vontade chegue a voz consoladora e curativa do Senhor Jesus: «A paz esteja convosco!» (Lc 24, 36). «Não temais! Ressuscitei e estou convosco para sempre!» (cf. Missal Romano, Antífona de Entrada no dia de Páscoa). (Fonte Zenit)

Santo Padre destaca que entrar no mistério significa ir além da comodidade das próprias seguranças

O Papa Francisco presidiu neste Sábado Santo, 4 de abril, na Basílica de São Pedro, a solene Vigília Pascal da Ressurreição do Senhor. Eis a homilia do Santo Padre, na íntegra.

Esta é uma noite de vigília Não dorme o Senhor, vigia o Guardião do seu povo (cf. Sl 121/120, 4) para fazê-lo sair da escravidão e abrir-lhe a estrada da liberdade. O Senhor vigia e, com a força do seu amor, faz passar o povo através do Mar Vermelho; e faz passar Jesus através do abismo da morte e da mansão dos mortos.

Foi uma noite de vigília para os discípulos e as discípulas de Jesus. Noite de desolação e de medo. Os homens permaneceram fechados no Cenáculo. As mulheres, ao contrário, ao alvorecer do dia depois do sábado foram ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus. Tinham o coração cheio de angústia e perguntavam-se: «Como faremos para entrar? Quem nos fará rolar a pedra do sepulcro?». Mas eis o primeiro sinal do Evento: a grande pedra já fora removida e o túmulo estava aberto!

«Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca» (Mc 16, 5). As mulheres foram as primeiras a ver este grande sinal: o túmulo vazio; e foram as primeiras a entrar nele.

«Entrando no sepulcro». Faz-nos bem, nesta noite de vigília, deter-nos a reflectir sobre a experiência das discípulas de Jesus, que nos interpela a nós também. Realmente é para isto que estamos aqui: para entrar, entrar no Mistério que Deus realizou com a sua vigília de amor.

Não se pode viver a Páscoa, sem entrar no mistério. Não é um facto intelectual, não é só conhecer, ler... É mais, é muito mais!

«Entrar no mistério» significa capacidade de estupefacção, de contemplação; capacidade de escutar o silêncio e ouvir o sussurro de um fio de silêncio sonoro em que Deus nos fala (cf. 1 Re 19, 12).

Entrar no mistério requer de nós que não tenhamos medo da realidade: não nos fechemos em nós mesmos, não fujamos perante aquilo que não entendemos, não fechemos os olhos diante dos problemas, não os neguemos, não eliminemos as questões... Entrar no mistério significa ir além da comodidade das próprias seguranças, além da preguiça e da indiferença que nos paralisam, e pôr-se à procura da verdade, da beleza e do amor, buscar um sentido não óbvio, uma resposta não banal para as questões que põem em crise a nossa fé, a nossa lealdade e nossa razão.

Para entrar no mistério, é preciso humildade, a humildade de rebaixar-se, de descer do pedestal do meu eu tão orgulhoso, da nossa presunção; a humildade de se reajustar, reconhecendo o que realmente somos: criaturas, com valores e defeitos, pecadores necessitados de perdão. Para entrar no mistério, é preciso este abaixamento que é impotência, esvaziamento das próprias idolatrias, adoração. Sem adorar, não se pode entrar no mistério.

Tudo isto nos ensinam as mulheres discípulas de Jesus. Elas estiveram de vigia naquela noite, juntamente com a Mãe. E Ela, a Virgem Mãe, ajudou-as a não perderem a fé nem a esperança. Deste modo, não ficaram prisioneiras do medo e da angústia, mas às primeiras luzes da aurora saíram, levando na mão os seus perfumes e com o coração perfumado de amor. Saíram e encontraram o sepulcro aberto. E entraram. Vigiaram, saíram e entraram no Mistério. Aprendamos com elas a vigiar com Deus e com Maria, nossa Mãe, para entrar no Mistério que nos faz passar da morte à vida.( Fonte Zenit)