Neste domingo, décimo segundo do tempo comum, Jesus enviou seus discípulos para também anunciarem a sua Palavra, testemunharem em seu nome que o Reino de Deus estava próximo. É claro que o medo foi inevitável, muitas resistências ocorreram contra a pregação destes anunciadores do Reino. Por isso, Jesus dizia aos seus discípulos: “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma” (Mt 10,28).
Essa era a pedagogia de Jesus, encorajava sempre os seus discípulos a enfrentarem seus opositores, não com a violência, mas com a verdade. Para o Mestre, seus seguidores não deveriam temer os homens, porque eles simplesmente poderiam prejudicar a vida física, mas jamais conseguiriam ofender e atingir a alma. Tenhamos muita certeza disso que ouvimos, porque quem dá a vida aos homens e mulheres, aos animais e a toda a natureza é o próprio Deus. Ele que é a fonte de nossa alegria, da alegria do cristão.
E dizia Jesus: “Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus” (Mt 10,32). Eis uma escolha a ser feita, depende de nós aderirmos ou não à Palavra de Deus. O exemplo do profeta Jeremias nos apresenta essa realidade, quando ele foi chamado a proclamar a Palavra de Deus em meio ao seu povo e foi perseguido, encontrou graves resistências. Porém, seu clamor foi ouvido por Deus: “O Senhor está ao meu lado como forte guerreiro; por isso os que me perseguem cairão vencidos” (Jr 20,11).
Sendo assim, está claro que todo aquele que é profeta da Palavra de Deus, torna-se um incômodo para aqueles que não desejam construir um Reino de Paz, de Justiça, de fraternidade e de amor. Mas o cristão tem a esperança de que, em Deus, encontrará a sua força, a sua misericórdia. Na segunda leitura, São Paulo confirma-se esse pensamento, quando esclarece que o pecado desvia a humanidade toda dos caminhos de Deus, mas a graça divina é bem maior. Se a força do pecado quer destruir os cristãos, as pessoas de boa vontade, a graça de Deus é superior, essa é a nossa esperança. Mesmo vivendo em conflitos, vivermos para Deus, com toda certeza, é bem melhor.
Assim, a sua Igreja, a Igreja de Cristo, continua a ser no mundo o excelente fermento para multiplicar essa graça. Pois onde ela estiver e quanto mais tivermos cristãos que assumem o Projeto de Deus, mais ela será luz, mais ela será fermento diante de um reino que não quer ser de Deus.
Então, não podemos esquecer que perseguições e resistências vão sempre existir neste mundo de maldades, mas para nós o que vale à pena é essa continuidade e perseverança no anúncio da Boa Nova. Ser palavra profética diante das perseguições, diante dos que não aceitam o amor e a vontade de Deus, diante dos que combatem o Projeto de Deus. Estejamos sempre firmes, porque no final de tudo sabemos que o amor de Deus vai prevalecer.
Continuemos perseverantes em nosso meio, em nossa Igreja, que muitas vezes se encontra em conflitos internos por divergências de opiniões. Busquemos então a autenticidade da Palavra de Deus, do Evangelho de Jesus em nossa vida, para que possamos proclamá-lo com veracidade, sinceridade, transparência e boa-fé.
Que a Palavra de Deus e a Eucaristia, sejam sempre o nosso alimento nesta missão de amor, de paz e de caridade. Amém!
Pe. Márcio Henrique
Pároco da Igreja Nossa Senhora do Rosário
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