quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Apresentado Simpósio "Jesus nosso contemporâneo"

Cidade do Vaticano (RV) - A pergunta de Jesus de Nazaré "Vós, quem dizeis que eu sou?" ressoa também em nosso tempo. Também hoje, Cristo é portador de luz e de esperança para a humanidade. Esse é o tema de fundo que norteará o Simpósio internacional "Jesus nosso contemporâneo", promovido pelo Comitê para o Projeto Cultural da Conferência Episcopal italiana (CEI).

O Simpósio, que se realizará em Roma de 9 a 11 do corrente, foi apresentado nesta sexta-feira em coletiva de imprensa no Capitólio – sede da Prefeitura de Roma.

Mas qual a diferença entre o Jesus da história e o Cristo da Fé? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao Presidente do Comitê da CEI, Cardeal Camillo Ruini. Eis o que disse:

Cardeal Camillo Ruini:- "Trata-se sempre do mesmo Jesus. Os dois modos de estudá-lo podem ser diferentes, ou seja, o da teologia e o das ciências históricas, mas a realidade de Jesus é certamente sempre a mesma."

RV: O que Jesus trouxe ao mundo, se falta a paz e o bem-estar para todos e nos encontramos em tempos de crise?

Cardeal Camillo Ruini:- "Não devemos pensar que os tempos de crise são aqueles em que o Senhor mais está longe de nós. Em todo caso, o nosso Papa Bento XVI deu uma resposta muito precisa a essa pergunta, dizendo que Jesus trouxe Deus. E mostrou-nos também qual é a atitude de Deus em relação a nós: um Pai Santo, mas também misericordioso, que nos ama até o ponto de oferecer seu Filho por nós."

RV: Hoje, que esperança Jesus pode representar para os homens que vivem diariamente uma vida comumente difícil?

Cardeal Camillo Ruini:- "Uma primeira esperança é não limitar o horizonte da nossa vida ao aspecto terreno. A Ressurreição de Jesus permanece sendo o grande sinal, é uma perspectiva que vai além, uma perspectiva à qual se pode alcançar somente mediante a fé. Depois, há uma resposta histórica: creio que a experiência mostre como, quando os ensinamentos de Jesus são colocados em prática, a vida melhora."

RV: Por que a experiência cristã parece não ser acolhida por quem tem responsabilidade pelo bem comum, os políticos, por exemplo?

Cardeal Camillo Ruini:- "A esperança cristã não pode tornar-se um imediato programa político. Porém, creio que eles mesmos, os políticos, devam esforçar-se mais para buscar estabelecer as grandes linhas da vida pública e da vida social sobre o seguinte conceito de fundo: os homens são feitos para cooperar entre si, para ajudar-se e não somente para competir."

RV: Qual é a relação existente, hoje, entre Cristo e a Igreja?

Cardeal Camillo Ruini:- "A Igreja é o Corpo de Cristo. Certamente, não é o próprio Cristo, todavia, está intimamente ligada a Ele. A Igreja é feita de homens e sabemos que os homens cometem muitos pecados, têm limites, múltiplas inadequações e infidelidades. O fiel, porém, deve saber ver dentro dessa Igreja concreta feita de homens, o seu núcleo central: o próprio Cristo. É o espírito de Cristo que santifica a esposa de Cristo, isto é, a Igreja."

RV: Qual é a finalidade última do Simpósio do Projeto Cultural sobre Jesus contemporâneo?

Cardeal Camillo Ruini:- "Dois anos atrás organizamos um simpósio sobre Deus: "Deus hoje, com Ele ou sem ele, tudo muda". Agora, fazemos um simpósio sobre Jesus Cristo, simpósio este que está intimamente ligado ao primeiro, para completar, portanto, o discurso iniciado dois anos atrás. Ademais, queremos ressaltar que Jesus é nosso contemporâneo. Isso significa está hoje presente, vive e age em nós. A sua história e a sua vicissitude têm uma eficácia histórica no momento atual, não por motivos simplesmente humanos, mas porque é o Filho de Deus, porque ressuscitou." (RL)

Fonte: Rádio Vaticano

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