“O primeiro de todos os mandamentos é este: Amarás ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração... O segundo: amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
(cf. Mc 12,28-34)
Com muita facilidade, a religião pode tornar-se
um emaranhado de preceitos, e a relação com Deus ficar subordinada a
infinitos pré-requisitos. A fé judaica, no tempo de Jesus, também
padecia deste mal. A preocupação de buscar a vontade de Deus levou os
teólogos da época a multiplicarem os mandamentos.
Jesus foi abordado
por um teólogo e a resposta foi taxativa: o essencial dos mandamentos é
o amor a Deus e ao próximo. Não existe nada que os supere. Não podem
ser separados estes dois mandamentos, porque propriamente não são dois,
mas um só mandamento.
Muitos ídolos nos atazanam hoje em dia no
mundo que nos toca viver. Muitas coisas solicitam toda nossa atenção e
nos fazem por a confiança fora de Deus. Jesus nos dá a chave para viver
como autênticos cristãos: Amar a Deus e ao próximo. Aqui está
compendiado tudo o que se nos pode pedir, tudo o que estamos chamados a
realizar em nossa vida.
Não posso amar a Deus com o coração
dividido, compartilhando-o com o amor a outra criatura. A Deus não
agrada os corações divididos, de tal maneira que se devemos amar a outro
que não seja Deus, há de ser por Deus, e em Deus e para Deus.
Para
oferecer um sacrifico agradável a Deus, é preciso ter o coração
totalmente centrado nele, amá-lo com todos os recursos disponíveis: todo
o coração, alma mente e forças, e no próximo, a quem se deve amar como a
si mesmo. Este é o principio de uma prática religiosa autêntica. O que
agrada a Deus é “o amor e não sacrifício, conhecimento de Deus mais que
holocaustos” (Os 6,6)
Se amar é a nossa identidade e o que nos
distingue e caracteriza o cristianismo, vemos como é pouco cristão o
mundo no qual existe tanto ódio e tanto rancor, tanta injustiça e tanta
violência e guerras. No entanto, que maravilhoso espetáculo apresentaria
o mundo, se nós soubéssemos praticar esse mandamento de Cristo. Não
basta saber, é preciso viver. “Nós cristãos, insistimos na proposta de
conhecer o outro, de curar as feridas, de construir pontes, de estreitar
os laços e de nos ajudarmos a carregar as cargas uns dos outros”. (Papa
Francisco, EG 67)
Senhor, faze-me compreender e viver o amor a Deus e ao próximo como caminho para uma autêntica vivência da fé.
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