sexta-feira, 13 de março de 2015

Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração - Pe José Assis Pereira Soares


“O primeiro de todos os mandamentos é este: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração... O segundo: amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (cf. Mc 12,28-34)
Com muita facilidade, a religião pode tornar-se um emaranhado de preceitos, e a relação com Deus ficar subordinada a infinitos pré-requisitos. A fé judaica, no tempo de Jesus, também padecia deste mal. A preocupação de buscar a vontade de Deus levou os teólogos da época a multiplicarem os mandamentos.

Jesus foi abordado por um teólogo e a resposta foi taxativa: o essencial dos mandamentos é o amor a Deus e ao próximo. Não existe nada que os supere. Não podem ser separados estes dois mandamentos, porque propriamente não são dois, mas um só mandamento.
Muitos ídolos nos atazanam hoje em dia no mundo que nos toca viver. Muitas coisas solicitam toda nossa atenção e nos fazem por a confiança fora de Deus. Jesus nos dá a chave para viver como autênticos cristãos: Amar a Deus e ao próximo. Aqui está compendiado tudo o que se nos pode pedir, tudo o que estamos chamados a realizar em nossa vida.

Não posso amar a Deus com o coração dividido, compartilhando-o com o amor a outra criatura. A Deus não agrada os corações divididos, de tal maneira que se devemos amar a outro que não seja Deus, há de ser por Deus, e em Deus e para Deus.

Para oferecer um sacrifico agradável a Deus, é preciso ter o coração totalmente centrado nele, amá-lo com todos os recursos disponíveis: todo o coração, alma mente e forças, e no próximo, a quem se deve amar como a si mesmo. Este é o principio de uma prática religiosa autêntica. O que agrada a Deus é “o amor e não sacrifício, conhecimento de Deus mais que holocaustos” (Os 6,6)

Se amar é a nossa identidade e o que nos distingue e caracteriza o cristianismo, vemos como é pouco cristão o mundo no qual existe tanto ódio e tanto rancor, tanta injustiça e tanta violência e guerras. No entanto, que maravilhoso espetáculo apresentaria o mundo, se nós soubéssemos praticar esse mandamento de Cristo. Não basta saber, é preciso viver. “Nós cristãos, insistimos na proposta de conhecer o outro, de curar as feridas, de construir pontes, de estreitar os laços e de nos ajudarmos a carregar as cargas uns dos outros”. (Papa Francisco, EG 67)

Senhor, faze-me compreender e viver o amor a Deus e ao próximo como caminho para uma autêntica vivência da fé.

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