Passaram dois anos, desde a eleição para a Cátedra de Pedro, do Cardeal Jorge Mário Bergoglio. Desde o dia 13 de março que o Papa Francisco a todos conquistou com a sua simplicidade, a sua ternura, a sua espontaneidade. Naquele mês de março de 2013, deu-se uma espécie de “viragem franciscana”.
Em pouco mais de duas semanas o Papa Francisco deixou claro que não trazia apenas um novo estilo mas a frescura do conteúdo do Evangelho: aos cardeais apresentou-lhes três verbos para serem conjugados com a Cruz de Cristo: caminhar, edificar e confessar; num encontro com os jornalistas o Papa Francisco afirmou desejar uma Igreja pobre para os pobres; uma Igreja que seja misericordiosa, como Deus o é, pois perdoa sempre como disse no primeiro Angelus; a isto juntam-se outras afirmações fundamentais do seu programa de governo: o poder é serviço, viver na esperança, pastores que tenham o cheiro das ovelhas.
Em 18 dias do mês de março de 2013, o Papa Francisco deixava claras as suas intenções de reforma e renovação centrando tudo no Evangelho. E tudo começou com uma atitude cheia de conteúdo: A oração do povo pelo Santo Padre pedindo a bênção de Deus. Recordemos esse momento:
“E agora eu gostaria de dar a bênção, mas antes… antes peço-vos um favor: antes de o bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que Ele me abençoe: a oração do povo que pede a bênção para o seu bispo. Façamos em silêncio esta oração de vós por mim”. (13 de Março 2013)
Uma das pessoas que mais de perto tem vivido com o Papa Francisco nestes dois anos é o padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e também diretor geral da Rádio Vaticano. Em entrevista ao nosso colega do programa italiano, Roberto Piermarini, o padre Lombardi apresentou as três imagens que lhe ficaram impressas na mente durante estes dois anos:
“A primeira é o abraço a três junto ao Muro das Lamentações em Jerusalém com o rabino e com o líder muçulmano. Portanto, um momento simbólico fundamental do diálogo e da paz na viagem do Papa à Terra Santa, num ponto absolutamente crucial para a paz no mundo.”
“Uma segunda imagem que ficou impressa em todos é quando Papa Francisco, no final da grande cerimónia na catedral ortodoxa em Istambul, em Constantinopla, pede, num certo sentido, a bênção do patriarca e a ele se inclina. Portanto, o momento da fraternidade e do diálogo ecuménico, o grande desejo de unidade dos cristãos.”
“E depois uma terceira imagem que não é uma imagem mas uma série de imagens, que o próprio Papa evocou muitas vezes durante a grande viagem nas Filipinas: estas multidões de pessoas cheias de afeto, desejosas de ver o Papa, de amá-lo, de manifestar o seu entusiasmo que apresentam as suas crianças. Portanto, este sentido de alegria, de esperança perante o Papa, de um povo que olha o seu futuro com esperança apresentando-lhe as crianças e as novas gerações da Ásia e da humanidade.”
Em 24 meses de pontificado, o Papa Francisco visitou o Brasil, a Terra Santa, a Coreia do Sul, a Albânia, a Turquia, o Sri Lanka, as Filipinas e a cidade francesa de Estrasburgo, onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa; realizou também sete viagens em Itália, incluindo uma passagem pela ilha de Lampedusa e uma homenagem no centenário no início da I Guerra Mundial.
Entre os principais documentos do atual pontificado estão a encíclica ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe também reflexões de Bento XVI, e a exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho). O Papa Francisco iniciou ainda um Sínodo sobre a Família, em duas sessões, com consultas alargadas às comunidades católicas: uma sessão extraordinária realizada em outubro do ano passado, e outra ordinária, que vai decorrer neste ano de 2015 de 4 a 25 de outubro. (RS) (Fonte; Rdio Vaticano)
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