No Evangelho Jesus se
apresenta “expulsando os vendedores de bois, ovelhas, pombas e os
cambistas”. O Templo era um lugar muito sagrado para os judeus, todo
judeu deveria ir ao templo ao menos uma vez por ano para oferecer um
sacrifício a Deus. Como bom judeu, Jesus exige respeito pelo templo.
Desrespeitá-lo significava desrespeitar o próprio Deus, pois templo
significa a presença de Deus entre os seres humanos.
A Igreja, durante a quaresma,
caminhando para a Páscoa, parece repetir o gesto de Jesus, convidando
os cristãos à purificação do templo do seu coração para que possam
prestar a Deus um culto mais purificado. Jesus purificou o templo de
seus profanadores e nos convida a purificar também o templo de nosso
coração. Jesus nos convida a sermos templos no qual está presente Deus e
nele se oferece um verdadeiro culto em espírito e em verdade…
Na
primeira leitura escutamos como devemos nos comportar para sermos
Templos do Senhor. “Não terás outros deuses diante de mim”. “Não farás
para ti imagens de escultura”. Será que Deus está proibindo o uso das
imagens?
Essa proibição de fazer imagens se refere à imagem dos
deuses falsos que tomavam forma de pessoas, astros. Deus não proibiu o
fazer imagens, tanto isso é verdade que Deus mandou Moisés fazer uma
serpente de bronze (Nm 21), que Jesus vai dizer que é uma prefiguração
dele. Deus mandou Moisés fazer dois querubins, isto é anjos para colocar
em cima da arca da aliança (Ex 25). Salomão quando construiu o Templo
mandou fazer querubins e outras figuras nas paredes (1Rs 7,29). Nem por
isso o templo foi do desagrado de Deus.
Ao recriminar os católicos
os protestantes deveriam provar que as imagens de Jesus, Maria e dos
Santos são imagens dos deuses estrangeiros. Uma coisa é a imagem, outra é
o ídolo. O mesmo Deus que proibiu fazer imagens (dos ídolos), mandou
fazer imagens não de ídolos como o da serpente de bronze e dos
querubins.
Enfim a Quaresma é tempo de conversão! Aproveitemos bem
esse tempo fazendo a Via Sacra, meditando no amor de Deus por nós.
Meditemos na Cruz! Não é possível seguir o Senhor sem a Cruz. Carregar a
cruz, aceitar a dor e as contrariedades que Deus permite para a nossa
purificação. “Que seria de um Evangelho, de um cristianismo sem Cruz,
sem dor, sem o sacrifício da dor?, perguntava-se o Papa Paulo VI.
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