terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Ana é modelo do povo fiel


“Ana se pôs a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a libertação... O Menino ia crescendo; enchia-se de sabedoria e a graça de Deus acompanhava-o.” (cf. Lc 2,36-40)

A profetisa Ana completa o grupo das pessoas envolvidas nos eventos em torno do nascimento do Messias, nesta “oitava do Natal”. Ana é apresentada como uma mulher fiel e temente a Deus, que soube esperar a hora de Deus. Passava o tempo no templo ao serviço do Senhor, com jejuns e orações. Sua piedade foi recompensada com a “graça” de ver o Menino e reconhecer nele a realização das esperanças de Israel. Foi tão grande a sua alegria, acompanhada de louvores e da transmissão aos outros da grande novidade.
Ana e Simeão têm muito em comum. Ambos eram leigos, pertencentes ao grupo dos simples a que o Pai revela o mistério de Cristo e do seu Reino, e que sabem ver nos sinais tão correntes a presença de Deus na humanidade de seu Filho, Cristo Jesus. Por isso descobrem e comunicam aos outros, do mesmo modo que os pastores de Belém ou aos magos do Oriente, enquanto o mistério continua oculto para os sábios, os vaidosos e os auto-suficientes.

Ana nos remete a tantas mulheres que, com jeito e ternura, servem aos pobres e excluídos e à Igreja de Cristo até o final de suas vidas. Ana é modelo do povo fiel à Aliança do povo que esperou e foi atendido. Nossa missão hoje é continuarmos servindo a Deus com nossas possibilidades e limitações. Temos ainda o exemplo de Jesus, que, primeiro, se encarnou no seio de uma jovem e agora, se encarna silenciosamente no seio da comunidade, na qual vai crescendo em sabedoria e graça. 

Em meio às turbulências do mundo atual, somos convidados a também participar de nossas comunidades e ali servir, dando, silenciosamente nosso testemunho. E não esqueçamos de falar aos outros deste ensinamento do Menino.

“O Menino ia crescendo; enchia-se de sabedoria e a graça de Deus acompanhava-o.” (Lc 2,40) Jesus era verdadeiro homem e, portanto, era igual a nós, menos no pecado.

“Embora tivesse conhecimento e fortaleza especiais, não deixava de ser um ser humano como nós. Também experimentava o que significa ir descobrindo coisas novas, aprendendo, crescendo, enchendo-se de sabedoria. Sendo infinito e perfeito quis também experimentar o que é fazer um caminho como aqueles que nós, humanos, vamos fazendo ao longo da história de nossa vida. Assumiu uma vida humana. Como toda vida humana nesta terra não nasceu “acabado”, mas também teve que “fazer-se” ao longo do tempo. Se não fosse assim teríamos que dizer que Jesus é o Filho de Deus que se fez homem, mas homem celestial e não homem terreno como nós”. A palavra de Deus diz bem claramente que “embora fosse Filho de Deus, aprendeu por seus próprios sofrimentos o que significa obedecer, deste modo, alcançou a perfeição (Hb 5,8-9).

Mesmo que sua sabedoria superasse a de qualquer outro ser humano, podemos, no entanto dizer, que quando era criança tinha a sabedoria que pode alcançar uma criança, sem chegar a ter, antes do tempo, uma psicologia de adulto; quando foi adolescente teve a plenitude de sabedoria que pode ter um adolescente, sem deixar de ser adolescente. Fez um caminho porque foi verdadeiramente homem” (Victor M. Fernández).

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